Milton Marques de Oliveira
LUTO
O nosso dia hoje ficou mais triste, pois perdemos uma grande amiga, intercessora, conselheira e incentivadora.
No céu com certeza uma grande festa e nós a certeza de que irmã Maria combateu o bom combate e agora descansa nos braços do Pai. Mulher de uma índole incontestável e acima de tudo uma grande serva.
Impossível explicar com palavras quem era irmã Maria, mas quem a conheceu sabe de quem estou falando. Sempre me dava palavras que me animavam e me faziam acreditar nas promessas do Senhor.
Grata estou a Deus por me permitir fazer parte da vida e família da irmã Maria. Deus a usou de uma forma tremenda acerca do que estou vivendo hoje!
Que o Senhor Espírito Santo console a todos os familiares e amigos.
Creio que um até breve expressa a certeza de que um dia estaremos todos juntos e com a certeza de que que não nos separaremos mais.
Sentirei saudades, pois mesmo distante estávamos unidas por telefone e orações.
Irmã Verinha
SABERÁS DEPOIS
SABERÁS DEPOIS
“Respondeu-lhe Jesus: O que eu faço, tu não o sabes agora; mas depois o entenderás” (Jo 13.7).
Este versículo foi extraído do contexto da última ceia de Jesus, ocasião em que o Mestre lavou os pés de seus discípulos. Durante o procedimento, o discípulo Pedro levanta a questão de Jesus, que sendo Mestre, estava a lavar os pés de seus discípulos, ao que Jesus respondeu que depois ele compreenderia o motivo (Jo 13.7).
Conforme a cultura judaica, lavar os pés era função típica de escravos e/ou subalternos e naquele momento, era Jesus quem estava realizando essa atividade, ou seja, na visão de Pedro, era mesmo uma coisa absurda. Sendo Jesus o mestre, eram os discípulos quem deveriam lhe lavar os pés.
O evangelista Marcos não foi discípulo de Jesus, todavia o apresentou em seu Evangelho como o servo que veio para servir (Mc 10.45) e foi como um humilde servo, que Jesus usou e abusou de sua sabedoria para ensinar aos discípulos sobre o seu reino.
Observe que em nossa lida diária, surgem situações que no momento não conseguimos saber o seu real sentido. Ás vezes parecem ser coisas absurdas ou tão difíceis de entender que nos tiram do sério e perguntamos o porquê de tudo isso! Se na complexidade da vida física, o ser humano é mesmo incapaz de processar situações que aparecem e dar a elas um sentido lógico e racional, nas coisas espirituais nem se fala.
Perceba que assim como o discípulo Pedro, há coisas que somente compreenderemos mais a frente. Uma situação de desemprego, uma viagem que não aconteceu ou uma crise qualquer, podem ser melhores compreendidas no futuro. Terminada a crise, tem-se que mais adiante, a pessoa se vê mais experiente, mais forte e passa a ver o problema ou a crise que passou de maneira diferente, e entende que aquela resolução foi mesmo a melhor maneira de solucionar a questão.
Pedro não entendeu o que Jesus fazia no momento, mas recebeu duas lições importantes do Mestre que certamente ele guardou no coração. A primeira era que a lavagem significava purificação para ter comunhão com ele. Aí, Pedro pede que, neste caso, Jesus lave não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça (Jo 13.9). A segunda lição era sobre a humildade (Jo 13.14-16). Veja que Jesus se esvaziou, deixou a sua glória para servir aos homens (Fp 2.5-8).
Quanto a nós, hoje temos o privilégio de conhecer a Palavra de Deus e saber que nossa fé deve ser maior que nossos problemas. O errado de hoje, pode ser visto como o certo de amanhã. A crise de hoje pode ser a oportunidade de amanhã e a porta que hoje se fecha não pode ser vista como o fim. Creia nisso!
Lembre-se da história de José. A favor dele era o amor de Deus e a afeição de seu pai, enquanto o ódio de seus irmãos, a calúnia da esposa do oficial egípcio e as prisões eram eventos contrários. Hoje sabemos que para dar certo, tinha que dar errado primeiro, ou seja, as coisas erradas aconteceram antes. “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; Deus, porém, o intentou para o bem, para fazer o que se vê neste dia, isto é, conservar muita gente com vida” (Gn 50.20). Certamente que José em nenhum instante de sua vida entendeu nada do que lhe acontecia, mas depois ele compreendeu tudo.
Portanto, compreenda e entregue suas crises nas mãos de Deus. Entenda que ELE é soberano e não nos deve nenhuma explicação. Diz o salmista: “Mas em ti confiei, ó SENHOR, e proclamei: “Tu és o meu Deus!” (Sl 31.14). Ele sabe o que faz e mais a adiante você fica sabendo, amém?
Jesus Cristo, filho de Deus os abençoe!
Milton Marques de Oliveira
12 ANOS.
12 anos
“E estava por ali certa mulher que, havia doze anos, vinha padecendo de hemorragia.” (Mc 5.25)
“E no mesmo instante, a menina que tinha doze anos de idade, ergueu-se do leito e começou a andar. Diante disso, todos ficaram assombrados.” (Mc 5.42)
Com diferenças apenas em detalhes, os três evangelhos sinóticos mostram estes dois milagres bem distintos. O primeiro foi a cura da mulher que tinha uma hemorragia e o outro milagre foi de uma garota que já havia morrido e que pela graça de Jesus, ressuscitou. Importante perceber que ambos os eventos, totalmente distintos entre si, relatam as operações do poder de Jesus agindo de maneira singular na vida dessas duas pessoas. Num momento, a pessoa foi ao encontro do Mestre em busca de uma benção e noutro momento, Jesus é que foi ao encontro para abençoar.
A cultura judaica do século I em muito se fundamentou na lei mosaica como fator determinante no comportamento das pessoas, estabelecendo regras que foram fielmente seguidas pelo povo judeu. Quando os filhos de Israel saíram do Egito, após permanecer mais de quatrocentos anos de escravidão, era evidente que tinham recebido e absorvido toda cultura daquela nação. Assim, Deus estabeleceu regras e normas de convivência ao seu povo por meio da lei mosaica, e neste contexto, tem-se que uma mulher em seu período menstrual era considerada impura e quem nela tocasse nela, também se tornava impuro (Lv 15.19). Os três evangelistas registraram que por doze anos, essa mulher esteve presa as regras da lei mosaica e sofreu na pele o peso da norma, até o dia em que conheceu o poder da graça por meio de Jesus.
É fato que nos dias atuais, muitas pessoas ainda se sentem presas e atadas a tantos problemas que fica mesmo difícil levar uma vida condizente e digna. Enfrentam lutas no campo financeiro, enfrentam verdadeiras batalhas no casamento, no trabalho e nas relações familiares e isso sem contar as guerras no seio familiar contra um dos maiores males do nosso século: as drogas. Na verdade existem adversidades de toda ordem, umas de menor potencial e outras que arrancam os cabelos da cabeça.
A bíblia diz pouco sobre Jairo, príncipe da sinagoga. Pode-se conjecturar que ele fosse um homem conhecido naquela comunidade e como príncipe da sinagoga, certamente fazia as preces e participava ativamente dos rituais judaicos que lá se realizavam. Era pai de uma única filha, que tinha de vida o mesmo tempo de sofrimento da mulher do fluxo de sangue. Atente que quando essa mulher começou a padecer de seu mal, a filha de Jairo nasceu. Em comum elas tinham doze anos, doze anos de padecimento de um mal e doze anos de vida!
A filha de Jairo já estava morta quando Jesus se aproximou de sua casa, tanto que os instrumentistas e tocadores de flauta já estavam prontos para o funeral (Mt 9.23). Antes de Jesus ir a casa de Jairo, veja que aquela mulher do fluxo de sangue, então impura, levando uma vida a se esconder de todos, tomou uma iniciativa radical. Criou coragem, se apertou no meio da multidão e pela fé, tocou as vestes do Mestre e imediatamente se viu livre do mal que por doze anos lhe assolava.
Entenda que há problemas que necessitam de uma decisão. Urge que as pessoas criem coragem, sejam ousadas no enfrentamento de suas adversidades e procurem por uma solução. Quando em meio as tempestades não é hora de chorar as mágoas e abaixar a cabeça. Nas crises, é momento de procurar por quem possa resolver.
Compreenda que mesmo doente, fraca e talvez até anêmica, essa mulher era considerada uma “bomba” ambulante pela lei mosaica, mas ela não se deu por vencida. Cristo era a solução e ela procurou por ELE. Teve fé, coragem e ousadia para vencer o mal que a tornava indigna e recebeu o seu milagre. Estava fraca e doente, mas fez algo por si mesma e não ficou no marasmo e no comodismo que a medicina da época lhe reservava.
Noutro giro, a filha de Jairo nada podia fazer por si mesma. Morta, apenas contava com o apelo e a fé de seu pai junto ao Mestre, mas Jesus foi ao seu encontro e ela ressuscitou. Pode-se imaginar a alegria de Jairo ao ver sua filha com vida. Como príncipe da sinagoga, certamente que Jairo conhecia bem o salmo que diz: “Deus é nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade.” (Sl 46.1).
Quero que você compreenda que à cada um, Jesus abençoa de maneira distinta, conforme Sua vontade. A mulher do fluxo de sangue com toda aquela carga de sofrimento por longos doze anos foi ao encontro de Jesus. Por sua vez a filha de Jairo com doze anos de idade, recebeu Jesus em sua casa. Uns vão ao encontro de Jesus e outros, é Jesus quem vai ao encontro, todavia, todos são abençoados pelo Mestre que, além de não rejeitar ninguém, não age sempre de maneira igual, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe!
Milton Marques de Oliveira
SINGULAR
SINGULAR
“logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim;” (Gl 2.20).
O apóstolo Paulo foi quem escreveu esta carta aos Gálatas. Escreveu com o firme intuito de não só demostrar a realidade da justificação dos pecados pela graça, como também para combater certos indivíduos que tentavam de todas as maneiras perverter a pureza da doutrina cristã, e os ensinamentos deixados sobre a salvação por meio de Jesus Cristo. Estas pessoas, conhecidas como judaístas, até reconheciam a salvação pela graça, mas incutiam na mente daqueles irmãos que era necessário uma complementação com as obras da lei. Justamente nesse ponto, Paulo escreveu essa epístola, mostrando a libertação da lei, mas também “não sem uma lei”.
No versículo em destaque, Paulo mostra aos Gálatas a singularidade e exclusividade do cristão perante Jesus Cristo. Deixa claro que a vida do cristão que tem sua fé depositada na promessa e na herança de vida eterna, é a expressão externa da vida em Cristo, ou seja, Jesus ao morrer pelos nossos pecados tornou-se mais que legítimo Senhor de nossas vidas.
“logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”. Esse viver implica que Jesus reina no coração do cristão, ou seja, a pessoa está vivendo para Deus, vivendo para fazer Sua Vontade e nada mais se cogita, senão ser aprovado por Cristo. Quando se diz que Cristo “vive em mim”, está a se afirmar que o pecado não mais habita no coração do crente, que o pecado não lhe domina, mas Jesus mora em seu coração. Ensina Paulo que “o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos” ( 1 Co 6.19). Resumindo, perceba que o cristão está morto para o pecado e vivo para Jesus.
“e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus”. O emprego da palavra “carne” nas Sagradas Escrituras cabe outros entendimentos, mas aqui ela é tratada como a vida corpórea, a vida física e terrena. A vida que se alimenta de comida e bebida é uma vida corruptível, mas não impede que o crente viva pela fé em Jesus. A vida pela fé não é vista aos olhos humanos, é invisível, todavia é real e operada pelo poder do Espírito Santo. A vida corpórea não é barreira para o crente, que pela fé passa a ter comunhão com Cristo Jesus (Ef 2.5-6)
“que me amou e a si mesmo se entregou por mim”. Perceba que sem o amor não há como realizar a fé. A base da fé reside no amor de Jesus que morreu por todos. Entenda que o cristão ama a Cristo, todavia ELE nos amou primeiro (1 Jo 4.19). Primeiro Jesus nos amou e depois se deu por nós, nessa sequência e nisso temos fé! Jesus entregou-se a si mesmo como preço pelos pecados de toda a humanidade. Não há palavras que possam explicar o preço que ELE pagou pela salvação de todos. “Por mim”, tem uma ênfase que deve ser considerada. Quem a pronuncia recebe a posse da graça, ou seja, ao pronunciar o “por mim”, a pessoa reivindica para si, de maneira individual, o efeito da morte de Cristo e desta maneira crê.
Compreenda que o cristão é propriedade exclusiva de Jesus. Éramos escravos, mas ELE nos libertou do império das trevas, nos libertou de Satanás e nos leva para o seu reino, e perceba que Cristo fez isso por amor (Cl 1.13). Fomos comprados pelo sangue de Jesus por um alto preço, portanto, glorificamos a Deus no corpo e no espírito, os quais pertencem a Deus (1 Co 6.20).
Reconheça, portanto, que não é admitido ao crente em Jesus ter uma vida que desagrada a Deus. O Espírito Santo habita em nós, é proveniente de Deus e nós não somos de nós mesmos. Isso implica que nossa comunhão com Cristo deve ser sustentada numa comunhão singular, amém?
Jesus Cristo filho de Deus os abençoe!
Milton Marques de Oliveira
ÂNCORA
ÂNCORA
“a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até o interior do véu;” (Hb 6.19).
Este versículo está contextualizado no bloco de ideias sobre a imutabilidade da promessa de Deus a todos aqueles que depositam sua fé em Jesus. Esses argumentos começam no versículo 13 e vai até o versículo 20, tudo do capítulo 6 de Hebreus.
A carta aos Hebreus teve como destinatários os judeus novos convertidos ao cristianismo que necessitavam de uma palavra de encorajamento, visando conscientizá-los sobre a fé cristã. Existem diversas opiniões sobre quem seria o autor de Hebreus, alguns estudiosos apontam o apóstolo Paulo e se fundamentam nas similaridades de estilo das cartas paulinas. Outros não concordam e apontam uma lista de possíveis escritores, todavia, saber quem escreveu a carta é importante, mas muito mais importante foi o propósito da epístola, em mostrar aos seus destinatários a superioridade da graça de Jesus sobre a lei mosaica.
Observe que âncora é uma ferramenta que está estreitamente relacionada com todas as embarcações que trafegam nos oceanos, mares, lagos e rios. Pequena ou grande, toda embarcação tem uma âncora e alguns barcos, mais modernos, são equipados com diversas âncoras, visando oferecer mais segurança. O certo é que todos os barcos possuem sua âncora e sua utilidade é dar segurança à embarcação. Ela sustenta o barco contra as ondas, contra os ventos e contra as tempestades, ou seja, quando a embarcação não está ancorada, ela não estará segura e pode naufragar.
Assim como o barco, o cristão deve ter âncoras que o sustentem. No mundo secular, diversas são as tempestades, grandes ondas e ventos que assolam a vida do crente em Jesus. Ninguém está isento de enfrentar adversidades e turbulências e Cristo mesmo previu que as aflições iriam aparecer (Jo 16.33). Grandes ou pequenas, essas adversidade podem levar o cristão a naufragar na fé, daí a necessidade de não só usar as âncoras, mas acima de tudo, firmá-la em Cristo.
Perceba que um tipo de âncora é a maturidade cristã, necessária para preservar a fé em Cristo e não rejeitá-la (1 Tm 1.19). O cristão não deve ser inconstante, não se deixar levar por qualquer vento de doutrina e nem ser conduzido ao erro (Is 9.16), mediante fraude dos que se dizem “homens de Deus” (Ef 4.14). O cristão deve ter discernimento espiritual e conhecimento da Palavra para fugir destas armadilhas (1 Pe 2.2).
Compreenda que o navio sem a âncora não está seguro. Assim também aqueles que não depositam sua fé na morte e ressureição de Jesus (1 Co 15.14). A confiança do cristão está depositada no sangue do cordeiro, ou seja, é preciso permanecer em Cristo para não ser confundido por ELE em sua vinda (1 Jo 2.28). Embora prevaleça nos dias atuais muita incredulidade, isso não é motivo para ter vergonha do evangelho (Rm 1.16), e nem dos ensinamentos deixados por Jesus (Mc 8.38). O cristão vive a verdade e conceitos modernos onde predominam a subjetividade e a relatividade das coisas, não fazem parte de sua vida (Rm 12.2).
Reconheça que a esperança dos marinheiros para o barco não naufragar está na âncora que o prende no fundo do mar. Preso pela âncora, ele pode até balançar pela força da tempestade e das ondas, mas não vai afundar nas águas. De maneira igual, perceba que o cristão tem sua âncora fincada na esperança de vida eterna (1 Jo 2.25). Veja que a âncora dos barcos está apontada para baixo, enterrada na areia, todavia, a âncora do cristão aponta para cima, para o alto e se fixa no trono de Deus ( Cl 3.1).
Entenda a necessidade do cristão em estar seguro no porto que se chama Jesus. Não importa qual tipo de ondas vai aparecer, se o vento é forte ou se a tempestade é arrasadora. Nada faz o crente naufragar a sua fé se ela estiver ancorada em Jesus e em suas promessas. Compreenda que somente Cristo é poderoso para sustentar e te socorrer nos momentos mais difíceis, creia que ELE fez, tem feito e ainda fará muito mais do que isso (Ef. 3.20), amém?
Jesus Cristo filho de Deus os abençoe!
Milton Marques de Oliveira
SOZINHO?
SOZINHO?
“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem;”(Sl 23.4)
Não há informações corretas de quem foi o autor dos livros de Reis, aliás, este livro, outrora era um só volume, mas foi dividido em duas partes e ficou 1 Reis e 2 Reis. O primeiro livro de Reis começa com a coroação de Salomão, filho do rei Davi e dentre diversos eventos, tem-se a queda de Jerusalém, os registros históricos sobre o reino de Judá e a divisão do reino sob Roboão e Jeroboão.
Registra também o episódio envolvendo o profeta Elias e os profetas de Baal e Aserá no Monte Carmelo (1 Rs 18.20-40). Neste caso perceba que era um contra 450 profetas de Baal mais os 400 profetas de Aserá, ou seja, a proporção numérica era de 1 para 850. Certamente uma proporção suficiente para desanimar qualquer pessoa, todavia, o profeta Elias não estava só.
Nos dias atuais, devido a quantidade de adversidades que insistem em brotar de todos os lugares, parece mesmo que as pessoas lutam sozinhas. No ambiente de trabalho as conversas giram em torno de especulações de quem vai ser demitido, que o mercado não está aquecido e a crise chegou para valer. Na escola ou na faculdade parece que a pessoa não consegue captar os ensinamentos dos professores, pois muitas preocupações ocupam e dominam a mente. Nas finanças não se pode nem ouvir falar de dinheiro que o sorriso vai embora. Na família, onde deveria reinar a paz, as constantes brigas é que prevalecem e nos relacionamentos nada dá mesmo certo, e na igreja, bem na igreja, parece que a descrença abriu uma filial, tal a quantidade de pessoas cada vez mais distantes de Jesus.
Compreenda que são nestes ambientes e em outros não citados, que grande parte das pessoas se encontram neste momento. Sentem-se sozinhas, solitárias, como se estivessem lutando contra vários inimigos ao mesmo tempo, e sem tempo para encontrarem uma solução, elas sucumbem nos primeiros combates.
Talvez seja essa a sua situação. Sentimento de solidão, enquanto todos inimigos se alinham para o combate, você olha para os lados e não enxerga ninguém. Entenda que o profeta Elias estava fisicamente só, e não somente saiu vencedor contra os profetas de Baal, como deixou uma lição a todos daquela época que Deus não abandona e nem desampara os seus (Sl 34.7)
“Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente!” (Hb.13.8) são as palavras do autor da carta aos Hebreus. Deus não mudou e esteve ao lado de muitos personagens bíblicos. Esteve com o rei Davi, com o apóstolo Paulo, esteve também com o profeta Elias e por qual motivo você entende que Deus não estaria junto com você em suas lutas? Deus continua sendo o nosso Deus para todo o sempre (Sl 48.14). Creia nisso!
Perceba que Deus estando com você, você inverte a situação. Você deixa de estar só e passa a ser maioria. Não vai mais lutar sozinho contra os seus inimigos, agora você tem o dono do universo que atua em seu favor. Veja que Elias estava só e parecia estar em desvantagem, afinal, no outro lado havia 850 pessoas que faziam força para o mesmo lado. Somente parecia, pois Deus estava com Elias e quem está com Deus é maioria!
Entretanto, para estar com Deus, antes de tudo é preciso fazer uma escolha, é necessário escolher qual o caminho a seguir (Jo 14.6). O salmista afirma não temer mal algum, pois o Senhor está com ele (Sl 23.4), ou seja, ele não estava mais sozinho. Neste contexto, compreenda a necessidade de contemplar o Senhor Jesus em seus projetos e você não estará mais sozinho, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe!
Milton Marques de Oliveira
QUEM É ESTE?
QUEM É ESTE?
“Quem é este que até aos ventos e às ondas dá ordens, e eles lhes obedecem?” (Lc 8.25b)
Esta frase encontra-se na parte final do versículo que sustenta este texto. Escrito por Lucas, este evangelho dá ênfase nas parábolas de Jesus. Trata-se do mesmo Lucas, então médico e colaborador do apóstolo Paulo, inclusive o acompanhou durante suas viagens missionárias. Lucas escreveu aos gregos, todavia, destinou seu evangelho a um amigo de nome Teófilo. Segundo historiadores, Lucas era natural da cidade de Antioquia.
O evento que deu origem a esta pergunta foi uma forte tempestade que apanhou o barco onde Jesus e seus discípulos estavam navegando. Com o barco quase naufragando, os tripulantes desesperaram, mas Jesus repreendeu o vento e o mar se acalmou.
O versículo que fundamenta este texto é uma pergunta, evidente que hoje essa indagação feita pelos discípulos causa certo espanto. Eles já acompanhavam Jesus e presenciaram os milagres, expulsões de demônios, viram mortos ressuscitarem, viram as transformações e todos os sinais que o Mestre operava. Mas nesta ocasião foi diferente, Jesus demonstrou seu poder sobre a força da natureza!
Tem-se que as águas foram criadas no terceiro dia (Gn 1.9-10) e o livro dos Salmos, registra que as forças da natureza não possuem poder maior do que aquele que a criou (Sl 89.9) e isso se tornou evidente quando a força do mar não prevaleceu perante Jesus. Pode-se imaginar o desespero dos discípulos naquela situação, mas com Jesus no barco, o medo não pode prosperar.
Nos dias atuais, pode-se afirmar que muitos já ouviram falar e até mesmo conhecem Jesus. Já ouviram pregações, participaram de cultos, presenciaram milagres e curas e até foram testemunhas oculares de diversos outros sinais operados por Cristo. Todavia, efetivamente ainda não conhecem Jesus e deixam que o medo, as angústias e as turbulências do cotidiano lhe dominem.
Isso ficou cristalino nos discípulos que mesmo com Jesus no barco, temeram naufragar e após a tempestade recuar, ainda se perguntavam “quem é este que até o vento e as ondas lhe obedecem?”. Antes de subirem ao barco, Jesus disse que iria “passar” para outro lado do mar e isso implica que a travessia ocorreria de forma integral (Lc 8.22)!
Perceba que o medo faz parte da natureza humana, notadamente quando o homem enfrenta situações nas quais não possui o controle, entretanto, as adversidades da vida são melhores enfrentadas quando a confiança é depositada no Senhor que fez o céu e a terra (Sl 1211.2). Tomem-se para nós as palavras do profeta Isaías, que exortava o povo israelita, para que não temesse, pois era o Senhor quem fortalecia e sustentava a nação (Is 41.10).
Certo que as pessoas, sem exceção, passam por situações de aflições e medos, mas vale a pena lembrar que o profeta Daniel enfrentou uma situação complicada, quando se negou a cumprir um decreto do rei Nabucodonosor, cuja pena para quem descumprisse o decreto real era ser jogado aos leões. Pode-se conjecturar que o medo tenha rondado Daniel, todavia, não há registro de desespero, ele se mostrou tranquilo, sabia que o Deus a quem servia não iria abandoná-lo (Dt 7.9), assim como realmente não o desamparou.
“E quem é este?” Ora, este é Jesus! O mesmo que livrou Daniel, acalmou a tempestade, curou a muitos, ressuscitou pessoas, libertou, transformou corações e ainda continua a operar sinais e realizar maravilhas (Hb 13.8), amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe!
Milton Marques de Oliveira
SEPARADO
SEPARADO
“... purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.” 2 Co 7.1
Escrita por Paulo, a segunda carta aos Coríntios mostrava àqueles irmãos da cidade de Corinto, diversas evidências de sua sinceridade no serviço a Deus (2 Co 2.17). São comuns na carta as palavras que expressam algum tipo de sofrimento, como aflições, angústia, açoites, perseguições e choro. Noutro giro, percebe-se também palavras de consolação como alegria, triunfo e regozijo.
O contexto desta passagem está no forte apelo de Paulo aos irmãos daquela cidade, para se separarem do mal que seus habitantes praticavam. Corinto era uma cidade portuária, movimentada, com grande fluxo de pessoas. O apelo era para que se mantivessem separados daquela sociedade, que, diga-se de passagem, era uma sociedade onde reinava a corrupção, orgias sexuais à deusa Afrodite e uma imoralidade sem precedentes.
Atente que com poucas diferenças, a sociedade de hoje em dia é muito parecida com aquela de Corinto do século I. Vemos relatos e mais relatos de imoralidade pública, gestores públicos investigados por corrupção e alguns estão até presos. Famílias desestruturadas pela violência doméstica e pelas drogas. Crimes passionais envolvendo pais e filhos não mais nos surpreendem tal a sua frequência, e diariamente a mídia noticia casos estarrecedores de pessoas que cometem atos violentos sem nenhum motivo. Há casos de famílias onde todos foram assassinados.
Compreenda que embora nosso mundo não seja esse, é neste sistema mundial que vive o crente em Jesus, enfrentando todas as adversidades da carne (1 João 2.15-17). O cristão, efetivamente crente em Jesus Cristo, tem seu corpo como o templo do Espírito Santo que nele faz morada (1 Co 6.19). Não se trata aqui do templo como edifício físico, construído por mãos humanas, entretanto, como Deus é Espírito (Jo 4.24) esta moradia em nosso corpo se vincula a constante presença divina em nossa vida. Constante presença, creia nisso!
Em termos de má conduta, entenda que a necessidade de ser diferente e separado do mundo encontra justificação porque tudo que o mundo pratica, é contrário à mente de Deus. Assim não cabe ao crente em Cristo, nem pela carne e muito menos pelo espírito, se contaminar com as coisas negativas da sociedade, pois assim agindo, está a praticar tudo o que contraria a natureza divina e o caráter santo de Deus (Ef 4.10). Num universo moral, é praticamente impossível que Deus abençoe seus filhos que estão em cumplicidade com o mal.
Compreenda que a casa ou morada é sempre a expressão de quem lá habita. De maneira comparativa, veja que ao olhar para as ocas dos índios, percebe-se facilmente que lá habita os índios. Da mesma forma aos crentes, pois sendo o templo de morada do Espírito Santo, deve ser obviamente, a expressão de Deus (1 Co 6.19).
A santidade do cristão é progressiva, isto é, a cada dia ela tende a melhorar um pouco mais e isso está vinculado na dinâmica do processo de maturidade cristã. O cristão, crente em Jesus Cristo, é filho de Deus (Jo 1.12), participante da natureza divina e, atente que esta mesma natureza divina é incompatível com as paixões mundanas. Luz e trevas não se misturam (2 Co 6.14).
Sejamos, a cada dia mais zelosos com a nossa vida, nas ações, nas palavras e nas atitudes. Disse Jesus: “se alguém ama a minha palavra, meu pai o amará e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo.14.23), amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe!
Milton Marques de Oliveira
SIGA O MESTRE
SIGA O MESTRE
“Saindo, viu Jesus um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu.” (Mt 9.9)
Este versículo mostra a conversão de um homem, que certamente era muito odiado pelos seus compatriotas. Mateus, embora judeu, era conhecido por ser publicano, ou seja, trabalhava na arrecadação de impostos para o Império Romano e essa atividade para os demais judeus era algo desprezível.
Não é necessário escrever muito sobre o que pensavam os judeus sobre o caráter de Mateus, também conhecido pelo nome de Levi (Mc 2.14). Por ser publicano e ter que lidar com números e com os registros da arrecadação dos impostos, tem-se que Mateus era um homem letrado, diferente dos demais discípulos, pessoas simples e de pouca cultura intelectual.
A bíblia relata que a conversão de Mateus foi instantânea e imediata (Mt 9.9). Num primeiro momento, era um homem rico, tinha um bom emprego e certamente uma casa confortável para os padrões da época e se relacionava com pessoas influentes daquela sociedade (Mt 9.10). Morava em Cafarnaum, cidade essa onde Jesus tinha sua base ministerial, portanto, era bem provável que Mateus já tinha ouvido falar de Cristo e da realização das curas e milagres, portanto, Mateus, antes de sua conversão, já tinha conhecimento prévio de quem era Jesus Cristo. Num segundo momento, tornou-se discípulo de Jesus!!
Perceba que milagre e curas de enfermidades das pessoas e operação dos sinais e maravilhas por si só, não são capazes de tornar as pessoas crentes em Cristo Jesus. Se assim fosse todos os habitantes de Cafarnaum teriam se tornadas cristãs, mas o que efetivamente faz a pessoa se tornar cristã é o arrependimento dos pecados. É a transformação operada pelo poder do Espírito Santo!
Perceba que hoje em dia Jesus tem curado pessoas doentes, expulsado demônios, feito tantas outras coisas e nem por tudo isso, elas aceitam Jesus e seguem sua doutrina. Atente que mesmo recebendo bênçãos, vivendo transformações, conhecendo o antes e comparando com o depois, as pessoas não se convencem de quão necessário é Cristo em suas vidas. Sinal que não houve o verdadeiro arrependimento.
Entretanto, com Mateus isso foi diferente. Perceba que pela voz do povo, ele fazia parte de uma classe de pessoas não aceitas pela sociedade da época. Os publicanos eram uma classe que fraudavam o censo para arrecadar mais e com isso se enriqueciam, além de subjugar seus compatriotas, tornando-os cada vez mais endividados e pobres.
Mas ele conheceu Jesus e Jesus o transformou de maneira radical!
Perceba que se antes oprimia os pobres, agora não mais. Se antes roubava, agora não mais. Se era cobiçoso, o espírito da ganância foi embora. Se antes era um orgulhoso publicano, agora um humilde discípulo do Mestre. Se antes dava ordens, agora era um servo. Quanta mudança e quanta transformação, e só Jesus faz isso!
Conforme o Evangelho Segundo Lucas, simultâneo à conversão de Mateus, este providenciou um banquete, como que uma homenagem ao Mestre, e neste banquete se fizeram presentes os escribas e os fariseus. Ao questionamento destes, sobre a presença de Jesus que comia com pecadores, a reposta do Mestre é enfática, ao dizer que não veio para os justos, mas os pecadores (Lc 5.31) e Mateus era um pecador!
Veja que este banquete foi a despedida de Mateus, principalmente do mundo em que vivia. Foi a despedida de tudo aquilo que o prendia a uma vida que o levaria à perdição eterna e, contrariamente a tudo isso, foi também o início de uma vida exclusiva que o levaria a testemunhar as ações do Mestre e a escrever o Evangelho onde apresentou Jesus como Rei e filho de Davi.
Faça como Mateus que escutou a voz de Jesus e se tornou uma nova criatura (2 Co 5.17), amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe!
Milton Marques de Oliveira
FÉ GENUINA
FÉ GENUÍNA
“Mas disse isso apenas para o provar, pois Ele bem sabia o que ia fazer.(Jo 6.6)
O contexto deste versículo diz sobre o milagre operado por Jesus na multiplicação de cinco pães e dois peixes para alimentar uma multidão de quase cinco mil pessoas. Este milagre está registrado nos quatro evangelhos, praticamente sem nenhuma diferença nos registros, exceto na riqueza dos detalhes.
Muitos veem este milagre de Jesus sob a ótica da misericórdia e da piedade, afinal de contas, as pessoas estavam no deserto e lá, com certeza não havia ambientes públicos que pudessem satisfazer a fome de tantas pessoas. Todavia, neste texto, desejo abordar o milagre de Jesus pelo ângulo de um julgamento de corações, um tema recorrente e bem presente para os dias atuais. Perceba a atualidade dos cristãos de hoje em procurarem Cristo motivados unicamente por objetivos imediatos e não pelo que ELE representa em termos de transformação e vida, salvação e vida eterna. E nisso entra o julgamento de corações!
Antes da realização do milagre em si, veja que duas sugestões foram apresentadas pelos discípulos ao Mestre. A primeira era que a multidão fosse dispensada e ela mesma comprasse comida na cidade (Mt 14.15), e a segunda era que eles, os discípulos fossem a cidade e comprassem pão (Mc 6.37). Ambas eram viáveis, todavia, Jesus já sabia o que fazer (Jo 6.6).
Após alimentá-los, Jesus retirou-se para um monte e os discípulos foram para o outro lado do mar da Galiléia. Aquela multidão, percebendo que Jesus e os discípulos haviam ido para outra banda, para lá também se dirigiram, ocasião que o Mestre não perdeu a oportunidade e disse que eles o procuravam simplesmente para saciar a fome física e imediata de pão. Não o procuraram pelos sinais e maravilhas que ELE fazia, não o procuraram pela oportunidade de uma transformação de vida e promessa de vida eterna (Jo 6.26). Ao contrário disso, a multidão o procurava para saciar a fome física.
E hoje, a mesmíssima coisa ainda acontece. As pessoas procuram Cristo não por uma transformação de vida, não pela salvação da alma, não pela promessa de vida eterna, mas procuram Cristo por razões estritamente exteriores, não verdadeira e imediata. Não restam dúvidas que muitas pessoas ainda seguem Jesus por interesses mesquinhos e nada honestos, e por que não dizer, por interesses comerciais e chances reais de obterem promoções e retornos financeiros.
A estes equivocados, a estes errantes de coração e acima de tudo errantes de alma e espírito, Jesus também ensinou que no fim dos dias dirá que nunca os conheceu e que estes devem apartar-se de sua presença (Mt 7.22-23). O apóstolo Paulo na carta aos Romanos ensina que cada um dará contas de suas ações a Deus (Rm 14.12), ou seja, as pessoas serão julgadas por tudo aquilo que fizeram e, entenda que nada escapa aos olhos de Deus (Hb 4.13).
Embora o milagre de Jesus na multiplicação dos pães tenha realmente uma boa dose de piedade, é certo que aqueles que o procuravam, estavam mais a fim de saciar o estômago do que efetivamente aprender lições sobre seu evangelho. Assim, suas palavras foram certeiras para aquela multidão e acertadas também para os cristãos atuais, que hoje apenas frequentam a igreja, sem professarem um cristianismo puro e verdadeiro, sem uma fé genuína e sincera em Jesus Cristo.
Entenda que milagres, visões e curas são eventos implícitos na vida do crente, mas a verdadeira fé não busca apenas isso. A fé verdadeira busca um caminhar firme e constante na prática dos ensinamentos de Cristo e não uma vida como meros ouvintes de sua Palavra (Tg 1.22). Veja o que disse Jesus: “E por que me chamais: Senhor, Senhor, e não praticais o que Eu vos ensino?” (Lc 6.46). Compreenda: a fé do cristão deve ser genuína e em Cristo, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe!
Milton Marques de Oliveira