Milton Marques de Oliveira
GUERRAS
GUERRAS
“Quem é, pois, esse incircunciso filisteu para afrontar os exércitos do Deus vivo” (1 Sm 17.26).
Outrora, o livro do profeta Samuel era um grande volume, todavia, por meio dos rabinos judeus que traduziram as Sagradas escrituras do hebraico para a língua grega, houve por bem dividir o conteúdo em duas partes. Essa divisão trouxe mais facilidade na compreensão e entendimento dos textos históricos. Samuel foi o autor de trechos do livro que leva o seu nome, ele era filho de Ana e cumprindo um voto a Deus feito pela sua mãe, desde criança ele foi morar na casa do Senhor em Siló ficando aos cuidados do profeta Eli (1 Sm 1). Já adulto, Samuel foi profeta, juiz e sacerdote em Israel, exercendo seu ministério com dedicação e honestidade diante de Deus.
O primeiro volume de Samuel tem sua narrativa sobre a vida do próprio Samuel, as unções dos reis Saul e de Davi, registrando ainda as ações de seus respectivos governos até a morte de Saul.
Veja que o povo Israelita sempre teve conflitos com outras nações e um dos povos que mais guerreavam com os israelitas eram os filisteus. A passagem acima está dentro do contexto de mais uma batalha entre essas duas nações, desta vez com o detalhe da presença de Golias, um homem muito grande em estatura, daí ser chamado de gigante. Nessa batalha, o judeu Davi venceu Golias, até então tido como imbatível pelas tropas do rei Saul.
Considere que desde o seu nascimento o homem enfrenta verdadeiras guerras. De forma muito interessante essas guerras vão surgindo na mesma medida que o tempo vai avançando. Esses embaraços da vida chegam nas primeiras sílabas a serem pronunciadas, nos primeiros passos, nos primeiros tombos e vão ganhando robustez na mesma proporção que os anos vão se aproximando. Enfim, acredite que essas batalhas, grandes ou não, fazem mesmo parte da existência humana.
A narrativa de Samuel diz que o filisteu Golias era um homem muito grande, certamente tinha quase três metros de altura e na visão de Saul e de seus guerreiros, era impossível derrubá-lo. Veja que essa visão de um homem imbatível era feita na perspectiva humana, tanto que o mesmo Samuel afirmou que por mais de quarenta dias, pela manhã e à tarde, Golias chamou os israelitas para o combate e ninguém se voluntariou a enfrentá-lo (1 Sm 17.16;24)
Para o rei Saul e seus homens já acostumados com as lutas campais que eram frequentes naquela época, essa situação de guerrear contra um gigante era uma prova com elevado grau de dificuldade. Entretanto, a história mudou de rumo quando chegou Davi e em pouco espaço de tempo enfrentou e derrotou Golias. Israel saiu vencedor e Davi foi aclamado como herói (1 Sm 17.49-53).
Perceba que aquela situação, aos olhos humanos era mesmo complicada, afinal, ali estava um brutamontes, falante e querendo confusão. Diferente de Saul, a narrativa diz que Davi passou a enxergar o gigante sobre o ponto de vista de Deus…” para afrontar os exércitos do Deus vivo” (1 Sm 17.26). Ou seja, perante Deus ali estava um simples mortal, que mesmo sendo grande na visão humana, foi colocado pequeno debaixo da perspectiva de Deus. Resumindo: Golias estava afrontando o Deus que estava por detrás daquele exército. Pense!
Aqui está o desafio para muitos problemas que afligem gente de todas as idades. Enxergar a crise que se avizinha sob a ótica de Deus. Pode-se imaginar que Golias fosse um homem com músculos saltando dos braços, com armaduras de bronze e ferro, mas diante de Deus, ele nada mais era que um simples mortal e com um detalhe: seria derrubado quando Deus assim quisesse. Compreenda, portanto, que pior que as lutas que chegam aos montes todos os dias, é a incapacidade do crente em se lembrar quem é Deus em sua vida!
Considere que ninguém está imune do enfrentamento de situações adversas, todavia, o que vai mudar o resultado é como essas adversidades são vistas. Enxergar os obstáculos sob a dura realidade do diagnóstico humano é certamente anunciar o fracasso antes mesmo do resultado, mas enxergar as lutas sob a perspectiva de Deus faz toda a diferença e justamente aqui, pode-se dizer que o triunfo é garantido. Entenda hoje e sempre, que se a vida de quem confia em Deus está nas mãos d’ELE, é necessário que essas lutas sejam vistas com os olhos de Deus. E foi isso que fez Davi quando trouxe á sua memória que Deus lhe tinha dado forças e coragem para ele vencer o urso e o leão em épocas passadas, assim, naquela luta contra Golias, era evidente que Deus estaria presente. Ou seja, nas guerras de hoje a melhor arma contra os ataques do inimigo, é ter memória do que Deus já fez. Isso gera confiança (1 Sm 17.17). Guarde isso!
Portanto, nas aflições, nas crises e nas lutas da vida, entenda bem que é fundamental mudar a maneira de encarar o problema, deixe de ver pela visão humana e passe a enxergar pela perspectiva dos olhos de Deus. Isso não só traz a paz no coração, como garante o resultado, afinal, Deus entra nas guerras para vencer, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
27/06/2021 - CULTO DE LOUVOR A DEUS
22/06/2021 - CULTO "FÉ E VIDA"
CULPA
CULPA
“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor.” (At 3.19)
Lucas foi o autor do terceiro evangelho e também do livro de Atos dos Apóstolos. Conforme os historiadores, Lucas era médico e esteve nas viagens missionárias com o apóstolo Paulo e outros missionários, que enfrentando toda sorte de desafios e perigos, não mediram esforços para a expansão da fé cristã no mundo de então. O livro de Atos narra o começo da igreja, suas dificuldades, seus acertos e registra ainda os primeiros milagres realizados em nome de Jesus.
Após a descida do Espírito Santo os discípulos se dispersaram pela cidade de Jerusalém, mas João e Pedro foram para o Templo. Lá, eles encontraram um homem aleijado que pedia esmolas, entretanto, em nome de Jesus este mesmo homem teve restaurado seus tendões e músculos. Curado, ele entrou para o templo dando pulos de alegrias para espanto de quem o conhecia. Foi neste contexto que Pedro fez um discurso registrado por Lucas (At 3.11-19).
Atente que nos dias atuais, uma característica comum a muita gente é a irresponsabilidade. Poucos, senão raros, assumem culpa naquilo que fazem em desacordo com as normas e regras, que seja na empresa, no comércio, em casa, nos relacionamentos ou em qualquer outro ambiente. Percebe-se que assumir culpa ou ter a responsabilidade sobre seus atos não é mesmo uma situação que as pessoas fazem com tranquilidade. Reflita!
Em seu curto ministério Jesus operou muitos milagres, lembre-se que ele restaurou a visão de cegos, curou aleijados, libertou pessoas que estavam dominadas pelo diabo, dividiu pães e alimentou milhares de pessoas e a todos que o procuravam, Jesus deu uma direção e mostrou o caminho que leva ao reino de Deus. Enfim, fez tanta coisa, que o discípulo João afirmou que se fossem registrados tudo o que Cristo realizou, não haveriam livros suficientes tal a quantidade de milagres que ele praticou (Jo 21.25).
Esta narrativa mostra o primeiro milagre pelo nome de Jesus depois de sua ressurreição, ou seja, se para os dois discípulos que vivenciaram e testemunharam muitos milagres operados diretamente por Jesus, naquele momento, eles estavam vivendo o poder do nome de Jesus (At 3.6). Conforme Lucas, o povo ficou assustado com o tamanho do milagre, afinal de contas, tanto os doutores da lei, os rabinos e todo o povo que frequentava o templo, conhecia a história daquele aleijado que por muitos anos ficava sempre por ali, pedindo uma moedas para o seu sustento. Ver um homem aleijado saltar e correr foi mesmo algo assustador e sobrenatural (At 3.12).
A narrativa de Lucas aponta que Pedro aproveitou a ocasião para mostrar-lhes que todos eles, sem exceção, tinham culpa e responsabilidade, tanto na morte como na crucificação de Jesus e deveriam não só se arrependerem, mas também se converterem à fé em Cristo para que fossem salvos do castigo eterno (At 3.14-19). Pedro mostrava o problema e dava a solução!
Ele confrontou os pecados e as transgressões daquele povo e hoje, infelizmente, não é diferente em termos de culpa e imposição de responsabilidades. Politicamente muito se fala por aí que as pessoas devem assumir a culpa nas atividades seculares, mas assumir erros, admitir responsabilidades de seus atos tem sido o grande desafio para muita gente, inclusive cristãos que dizem levar uma vida pautada nos princípios da fé cristã. Hoje, o comum em todos os ambientes é a pessoa tentar se eximir de seus erros, não admitir suas falhas e tentar de todas as maneiras escapar das responsabilidades.
Veja que para muita gente, sempre há a possibilidade de uma tese que possa justificar sua falta e para isso até tentam renomear suas posturas, de forma a dar uma nova roupagem às suas ilicitudes. Assim, a tática para explicar os comportamentos avessos é dizer que aquele que rouba, que furta e se apropria do patrimônio alheio é cleptomaníaco; aquele briguento, dado a atos violentos é bipolar e até mesmo o negligente com suas tarefas, se diz portador de déficit de atenção. Ou seja, mudam-se os nomes, mas a essência do erro continua a mesma, a culpa não só permanece como a imposição de responsabilidade não sofre variação. Reflita!
“todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus…”(Rm 3.23). Nas palavras de Paulo, os homens não são merecedores e necessitam mesmo favor de Deus, todos precisam assumir suas culpas e todos carecem da misericórdia de Deus para não sofrerem o castigo eterno. Noutras palavras, entenda que ninguém cresce espiritualmente justificando seus erros, renomeando suas falhas ou lhe dando uma roupagem diferente, mas o crescimento acontece pela admissão da culpa e pela mudança de mentalidade, ou seja, por meio de uma transformação espiritual, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
20/06/2021 - CULTO DE ADORAÇÃO A DEUS
13/06/2021 - CELEBRAÇÃO DA CEIA - NOITE
15/06/2021 - CULTO "FÉ E VIDA"
CARÁTER
CARÁTER
"Não vos assemelheis, pois, a eles." (Mt 6.8)
Mateus escreveu seu evangelho aos judeus apresentando Jesus como rei dos Judeus, o filho de Davi e filho de Abraão (Mt 1.20). Seu nome era Levi, todavia ante o chamado de Jesus, Levi se transformou em Mateus (Mc 2.13-14). Sabe-se que Mateus era publicano, ou seja, era um judeu que trabalhava como cobrador de impostos para o Império Romano e foi chamado para ser discípulo de Jesus enquanto estava sentado na coletoria. Sua atividade profissional não era bem aceita pelos seus compatriotas, daí todos os cobradores de impostos eram tidos como traidores da nação israelita.
Jesus usou e abusou de seus ensinos, todavia, dentre seus ensinamentos o sermão do monte sobressai pela simplicidade das palavras e profundidade das ideias que tanto abalou como tem causado arrepios em milhares de pessoas ao redor do mundo. Logo após o seu batismo nas águas do rio Jordão por João, filho de Zacarias, Jesus esteve no deserto, enfrentou e venceu as tentações e imediatamente passou a anunciar o reino do Deus, reino esse que ele viera para estabelecer. E o Sermão do Monte está inserido neste contexto de mudança de vida, de mudanças de comportamentos e mudança de governo (Mt 5-7).
Considere que as mudanças em todos os sentidos não são mesmo fáceis. Há quem diga que uma mudança de casa, com todo aquele encaixotamento de utensílios domésticos, de desmontagem e montagem de móveis, carregamento e transporte já não é coisa das mais tranquilas, imagine agora uma mudança de mente, uma transformação de pensamento em pessoas que estavam há muitos anos caminhando numa mesma direção e num momento da vida são instadas a mudarem de caminho. Olha a luta dessa mudança!
Jesus começou seu ministério anunciando o reino de Deus e de pronto já chamava o povo que o ouvia a uma radical mudança de comportamento. Por meio de Jesus, estava chegando o reino de Deus que Zacarias, Jeremias, Isaías e tantos outros profetas do Antigo Testamento tinham vaticinado (Zc 3.8-9; Jr 23.5-6; Is 61.1-2). Tudo aquilo que se escreveu centenas de anos atrás, os chamados escritos messiânicos, estavam efetivamente se cumprindo. E para fazer parte deste reino que era chegado não bastaria uma simples inscrição, não bastaria apresentar nome e outros dados de identificação: era necessário ter um coração ensinável e realizar a desafiante mudança de mentalidade. Noutras palavras, por meio de Jesus Cristo estava lançado o grande desafio espiritual de todos os tempos. Reflita!
É bem certo que as mudanças trazem alguns desconfortos iniciais, até porque a vida antes de vir para o novo ambiente estava caminhando normalmente. Familiarizar-se com os novos cenários e com os novos hábitos podem ser cruéis para quem estava acostumado a ter a vida numa só toada, sem tantos atropelos. Mas quando Jesus anunciou o reino de Deus, ele deixou claro aos seus discípulos e às pessoas que o ouviam que essa mudança de reino implicaria em um novo nascimento, e conforme as palavras de Paulo, o convertido se torna uma nova criatura (2 Co 5.17). Quem desejasse entrar neste reino deveria nascer de novo e foram essas palavras que Jesus disse ao fariseu Nicodemos (Jo 3.1-12). Nas palavras de Jesus, o reino que ele viera para inaugurar e estabelecer teriam pessoas totalmente diferentes, não no sentido da fisionomia, mas no sentido de caráter, portanto, os seus discípulos, os novos integrantes do reino de Deus, tinham de ser completamente diferentes. Nas palavras do próprio Mestre: "Não vos assemelheis, pois, a eles." (Mt 6.8). Aliás, se fosse para fazer igual, não haveria lógica de anunciar um reino e nem pedir que seus integrantes tivessem um comportamento diferente. Pense!
Compreenda bem que a mudança de casa, de profissão ou de empresa traz mesmo alguns inconvenientes, mas todos eles superáveis quando a pessoa que muda tem em mente que essa mudança vai lhe trazer benefícios mais à frente. De maneira comparativa o benefício a ser alcançado no reino de Deus a longo prazo é a vida eterna e foi nessa visão que Jesus deixou com muita nitidez, ou seja, o caráter de quem entra no reino de Deus deve ser obrigatoriamente diferente. Jesus ensinava que cidadão do reino de Deus deve ser como a luz que brilha num mundo que vive e caminha nas trevas, o cidadão do reino deve brilhar como a luz brilha e ofusca a escuridão.
Convertido, o homem adquire uma nova natureza, natureza essa totalmente diferente e isso implica em mudança de caráter. Nas palavras de Paulo aos Romanos, ele indagou aos irmãos daquela comunidade: "como viveremos - ele inclusive - no pecado, nós os que para o mesmo pecado morremos"? (Rm 6.2). Ou seja, a mudança de caráter implica a total ruptura com as práticas antigas.
Ao pedir que seus discípulos não se assemelhassem às pessoas sem caráter, Jesus estava dizendo que o caráter deles deveria ultrapassar a dos religiosos, tanto nas posturas e atitudes éticas como na devoção a Deus e que as relações de afeto entre eles também deveriam ser maiores. Até por que, caso eles não apresentassem atitudes diferentes, a pergunta tão comum naqueles dias como nos dias de hoje seria: "Mas você não é diferente das outras pessoas, em você não houve mudanças”!
Atente bem que a sociedade vem caminhando para sua destruição moral, aliás, ela vai de mal a pior, tal o tamanho da desilusão das pessoas com tantas mentiras, tantas corrupções e com tantos enganos, isso em todos os ambientes, inclusive o eclesiástico. Para o cristão é momento de fazer a diferença, de ter um caráter parecido com o de Cristo, não se conformando com a situação reinante e se contrapondo à essas práticas perversas. Saiba que é momento de se apresentar como diferente, como luz, como sal da terra e exercer influência sadia num mundo doente. "Não vos assemelheis..”, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
13/06/2021 - CELEBRAÇÃO DA CEIA - MANHÃ
NÃO OLHE PARA TRÁS
NÃO OLHE PARA TRÁS
“E por que Yahweh nos traz a esta terra para nos fazer perecer a espada, para entregar como presa ao inimigo as nossas mulheres e as nossas crianças? Não nos seria melhor voltar para o Egito?” (Nm 14.3)
O autor do livro de Números foi Moises e o livro faz parte do conjunto de cinco livros do Velho Testamento chamados por Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). O livro recebeu o nome de Números em razão das duas contagens do povo Hebreu feitas por Moisés e tem toda sua narrativa focada no período da peregrinação pelo deserto (Nm 1.1-2; Nm 26.2).
O contexto dessa passagem está no momento em que o povo recebeu a notícia dos espias que na terra de Canaã haviam grandes cidades e seus habitantes era de grande estatura e, na percepção de dez dos doze espias, era impossível vencê-los. Muito embora a terra fosse vista como excelente, a simples presença de homens poderosos e serem as cidades fortificadas trouxeram grande desânimo e tristeza ao povo israelita (Nm 14.26-28).
Veja que desde cedo as crianças são estimuladas pelos pais a terem uma visão futurística quando crescerem. Os meninos dizem que serão jogadores de futebol, outros serão engenheiros e tem aqueles que sonham com a mesma profissão do pai. As meninas afirmam que serão médicas, professoras, atletas e nesse sentido, meninos e meninas vão criando realidades futurísticas que mudam ao sabor de novas profissões que eles vão conhecendo. Isso é ótimo para a mente deles, pois crescem motivados a alcançarem o resultado que foi mentalizado na infância. Nessa toada, muitos realmente atingem o que eles mesmos se propuseram a alcançar, outros ficam pelo caminho e tem aqueles que no meio da caminhada, desistem!
A narrativa bíblica diz que enquanto perdurou o tempo de escravidão, o povo hebreu foi duramente castigado pelos egípcios. Filhos e netos já nasciam escravos, todos sem exceção eram castigados física e emocionalmente, eram humilhados e viviam sem dignidade. Ainda dentro do período de escravatura eram comuns as perdas familiares com morte do marido, da esposa e dos filhos. Enfim, eram tratados a ferro e fogo!
E parece surreal que diante de algumas dificuldades afloradas na jornada rumo á terra de Canaã, eles ansiavam em voltar ao tempo da opressão e do jugo. Era como se eles não mais lembrassem da dura vida a que eram submetidos. Noutras palavras, no enfrentamento das adversidades eles tinham ânimo para voltar a serem escravos no Egito e faltava coragem para prosseguir com destino à terra da promessa e da vida em liberdade. Reflita!
Na visão dos dez judeus que estiveram espionando a terra de Canaã, o povo de Deus não tinha nenhuma condição para adentrar na terra porque se enxergavam inferiores ao poder de guerra dos nativos e isto os fazia sentir como insetos, tanto aos próprios olhos como aos olhos dos cananeus (Nm 13.33). Ou seja, aqueles dez homens não enxergavam as possibilidades de vitória, mas tão somente viam as dificuldades e essa visão negativista, tal qual um vírus, contaminou todo o restante do povo, gerando o maior perigo que se pode ter no meio do povo de Deus: a incredulidade!
“Não nos seria melhor voltar para o Egito?” (Nm 14.3). Entenda que é impossível prosseguir quando o coração teima em voltar. Olhe ao redor e veja que existe muita gente conhecida com pensamento semelhante a essa narrativa do povo Israelita. São homens e mulheres, jovens e adultos que foram libertos da escravidão do pecado, ou que seja das drogas, da prostituição, da pornografia, de relacionamentos abusivos e de toda sorte de pecados. Veja ainda que antes dessa libertação, essas pessoas eram subjugadas, humilhadas, dominadas e faziam a vontade da carne e neste sentido, muitos casamentos foram desfeitos, empresas foram encerradas, famílias foram destruídas e vidas foram ceifadas.
Todavia, diante do poder de Deus essas pessoas conheceram a liberdade, se tornaram livres e passaram a viver um novo tempo. Um novo tempo de alegrias, um tempo de esperança e de qualidade com si mesmo e com seus familiares e principalmente um novo tempo com Deus. E neste novo tempo, certamente que uma ou outra dificuldade pode aparecer, entretanto, essas adversidades não podem ser o estopim para deflagrar a volta aos vícios, à pornografia, à mentira, à humilhação e nem ao uso das drogas. Entenda que ser curado e ser resgatado deste mundo perverso é ótimo, mas melhor ainda é manter essa situação de liberdade sem desejar voltar aos caminhos de dor e sofrimento de outrora. Guarde isso!
“Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus”. (Lc 9.62). Noutras palavras, Jesus está ensinando que um dos critérios para viver o reino de Deus é ser constante e ter perseverança. Saiba que a vida em si deve ser conduzida para frente e o passado quando muito pode servir como experiência, orientando escolhas e decisões, mas a caminhada cristã é seguir em frente sem olhar para trás. Estamos combinados?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr