Milton Marques de Oliveira
REVIRAVOLTA
REVIRAVOLTA
“e fez o que era mau aos olhos do Senhor”. (2 Cr 33.2).
Outrora havia somente um grande volume do livro de Crônicas, todavia, na tradução das Sagradas Escrituras da língua hebraica para o idioma grego (Septuaginta), os rabinos judeus entenderem de comum acordo em dividir todo o conteúdo em dois volumes, surgindo assim os dois livros de Crônicas. A tradição aponta que Esdras foi o autor da narrativa de Crônicas, registrando novamente as ações dos governos de Judá e Israel que foram feitas nos livros de Samuel e de Reis, todavia, sob outro ponto de vista.
O contexto dessa passagem está na vida do rei Manassés. Ele foi alçado ao Palácio de Judá depois da morte de seu pai Ezequias. Em seu reinado, ele foi um rei perverso, mau, autoritário e prepotente. Segundo os historiadores, dos reis de Judá ele foi o pior em malvadeza e idolatria (2 Cr 33.1-16).
O homem foi dotado por Deus de muitos sentimentos. É assim que ele chora nos momentos de tristeza e angústia e fica feliz nos bons momentos. Neste sentido o homem aprecia criticar e julgar de tudo. Por vezes nem é qualificado para isso, mas tecer julgamentos sobre o outro parece mesmo fazer parte da existência humana, tal a quantidade de julgadores de plantão opinando sobre todos assuntos.
Manassés foi mesmo um rei terrível. Em pouco mais de seis versículos, o autor deixa claro que ele fugia de qualquer padrão da maldade e da crueldade. Perceba que ele se curvou diante dos deuses da terra que o próprio Deus havia expulsado de Canaã. Autoritário, ele ressuscitou velhos hábitos religiosos que foram condenados por Deus e reconstruiu altares que o seu pai, Ezequias, havia derrubado, e em sua religiosidade Manassés tinha vários deuses (era eclético, fazia toda forma de culto pagão). Fez altares dentro do templo em Jerusalém, contaminando e profanando o templo de Salomão e mais, ele adorava o sol a lua e as estrelas. Chegou a sacrificar seus filhos ao deus Moloque, jogando as crianças numa fogueira acesa como oferenda. Era místico, apreciava adivinhações, praticava feitiçarias, consultava com médiuns e necromantes. E para concluir, ele profanou o templo em Jerusalém colocando nos átrios interiores imagens de ídolos (2 Cr 33.2-7). Pasmem!
Perceba que hoje assim como Manassés, muita gente leva a vida em forte oposição a Deus, praticando toda sorte de ações que contrariam os mandamentos que Deus estabeleceu. E a justiça não demorou a chegar para este rei. Embora o amor de Deus seja mesmo incondicional, creia que o pecado sempre vai trazer consequências físicas e Manassés não passou batido. Noutras palavras, o julgamento veio, a fatura chegou e chegou trazendo forte humilhação pública não só ao rei, mas a todo o povo de Judá que tinha acompanhado suas atitudes e de certa forma era complacente com seu comportamento (2 Cr 33.11; 1 Co 15.33)
Tanto naquela época como nos dias de hoje, para os julgadores de plantão, uma notícia do julgamento de alguém com este nível comportamental seria traduzida em termos atuais como sonoro bem feito, afinal, o passado e o currículo de Manassés bem que merecia tudo isso e mais alguma coisa. Pense!
Preso na Babilônia, terra de pecado e cheia de iniquidades, Manassés se angustiou, clamou com sinceridade de coração e Deus o ouviu (2 Cr 33.12). Na cadeia, lugar improvável e inesperado e para muitos religiosos, lugar inapropriado para Deus agir, Manassés foi alcançado pela graça e amor de Deus. Ali, ele caiu em si, se esvaziou de toda imundície que carregava, teve um encontro com Deus e restaurou sua vida. Ou seja, aquele que na visão de muitos não prestava e não tinha chances alguma de salvação, mudou sua mentalidade, deu uma reviravolta na vida e se reconciliou com Deus. Resumindo: era a vitória da graça sobre a lei de muitos, lei essa que ainda hoje continua matando, ferindo e julgando. Reflita!
A história de Manassés mostra que não importa o nível de decadência moral, do fracasso espiritual e do quão longe o homem possa estar de Deus, pois nunca é tarde para se arrepender, nunca é tarde para uma mudança de comportamento, nunca é tarde para aceitar o governo de Deus e nunca é tarde para uma verdadeira conversão. Noutras palavras, entenda que Deus tem poder para mudar histórias, aliás, Deus continua mudando histórias. Amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
06/02/2021 - CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR
02/02/2021 - CULTO "FÉ E VIDA"
COBIÇA
COBIÇA
“..não cobicemos as coisas más que eles cobiçaram.” (1 Co 10.6)
O apóstolo Paulo foi declarado e reconhecido pelos historiadores como autor de grande parte dos escritos do Novo Testamento. Se outrora ele era um feroz inimigo dos cristãos, depois de sua conversão, ele se viu na responsabilidade de receber, por meio do Espírito Santo, muitas revelações que hoje fundamentam a doutrina e a fé cristã. Para a comunidade cristã que estava na cidade de Corinto, Paulo escreveu duas cartas, com pouca diferença temporal entre a primeira e a segunda.
Nessa primeira carta o apóstolo Paulo aborda alguns assuntos que estavam entranhados no seio daquela comunidade, trazendo graves prejuízos de ordem espiritual. Assim, ele se esforça para demonstrar a importância de usar a experiência do passado como advertência àquela comunidade e desta forma fazer com que os seus integrantes não cometessem os mesmos erros de seus antepassados (1 Co 10.1-10).
Saiba que existem muitas formas de aprendizado, desde as técnicas usadas para alfabetizar crianças no ensino fundamental, passando por estudos de casos até o emprego de computadores e outros meios mais modernos. Entretanto, outra estratégia na aprendizagem está na coleta de experiências do passado e por meio delas fazer uma leitura de situações semelhantes e, assim fazer a aplicação nos dias atuais.
Atente que um dito popular e bastante difundido em toda a sociedade afirma que “errar é humano”. Sem sombras de dúvidas, dada a imperfeição do homem, pode-se dizer que os erros são mesmo comuns a todos. Afinal de contas o homem começa seu ciclo de aprendizagem bem cedo e mesmo velho, ainda aprende alguma coisa. Noutras palavras, enquanto viver, o homem tem plenas capacidades de aprender algo novo, fazer correções e aprimorar suas atitudes.
Perceba que o apóstolo Paulo deixa transparecer uma grande preocupação com a igreja em Corinto. Ele os advertia sobre o perigo das práticas idólatras e de forma inteligente e certeira, Paulo os lembrava que seus antepassados que tinham sido libertados da escravidão no Egito, num momento da história, haviam provocado Deus com suas idolatrias e ficaram pelo deserto. Muito embora todos eles tivessem saído debaixo de uma promessa - a terra de Canaã -, a mesma promessa não se materializou devido as posturas erradas e atitudes comprometedoras. Noutras palavras, confrontando e jogando por terra muitos ensinos por aí, saiba que o homem pode morrer e a promessa de Deus não se cumprir em sua vida (Nm 14.22-23). Reflita nisso!
Considere que os erros podem aparecer em todas as áreas, todavia, um dos grandes problemas da humanidade está na insistência das mesmas práticas. O que deveria ser exceção, tem se tornado regra com a eterna repetição de comportamentos equivocados. É bem provável que foi com este pensamento que Paulo trouxe aos irmãos de Corinto que eles não deveriam repetir o comportamento de seus antepassados que erraram e o resultado do erro deles foi a morte. Era o aprendizado por meio das experiências, aliás, se alguém caiu num buraco, a melhor coisa é desviar-se dele. A orientação de Paulo era que fugissem de tudo o que fosse mal, da imoralidade sexual, da idolatria e da desobediência e para isso bastava lembrar do resultado de quem cometeu essas práticas. Simples assim!
“Lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos” (Nm 11.5). Parece incrível, mas atente que os antepassados dos irmãos da igreja em Corinto, tinham em mente o forte desejo de voltarem ao regime de escravidão, quando viviam no Egito e eram oprimidos e subjugados. Caminhando para uma nova vida e um novo tempo, eles tinham em seus corações o desejo de voltar de onde foram libertos. Noutras palavras, atente que por vezes muitos são libertados por fora, mas continuam presos por dentro. Pense!
“Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo” (Ex 20.17). Veja que desde os tempos antigos, dominar os desejos e vontades humanas sempre foi uma preocupação do Criador que inseriu a cobiça na tábua dos dez mandamentos, inclusive abrangendo seu leque para toda coisa que pertencer ao próximo. Entenda bem que em todo o tempo o cobiçoso nunca se satisfaz. Sempre está querendo mais e fará qualquer coisa para atingir seus objetivos. Paulo sabiamente viu que a cobiça conduz o homem ao afastamento do amor de Deus e faz o indivíduo a odiar o seu próximo a ponto de desejar o que ele tem. Ou seja, por meio da cobiça, o homem demonstra um desejo doentio de possuir algo que não lhe foi dado. Livre-se disso!
Encerrando, compreenda que para ter paz, a mesma paz tão comentada e desejada por todos, a primeira coisa é mentalizar que existem limites aos desejos humanos e o segundo é viver contente com que aquilo que Deus lhe concebeu. Nas palavras de Paulo: “aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4.11). Entenda que uma existência onde a cobiça não tem poder de influenciá-la, é uma vida feliz. Perceba isso e viva em paz!
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
31/01/2021 - CULTO DE LOUVOR E ADORAÇÃO A DEUS
26/01/2021 - CULTO "FÉ E VIDA"
FANTASMA
FANTASMA
“E subiu para o barco para estar com eles” (Mc 6.51)
O Evangelista João Marcos não foi discípulo de Jesus, todavia, se tornou amigo de Pedro de quem obteve e registrou muitas informações para escrever seu evangelho. João Marcos acompanhou Paulo e Barnabé nas viagens missionárias, inclusive foi o pivô de uma discussão entre estes dois (At 15.36-39). Marcos era filho de Maria, cuja casa foi o local onde muitos intercediam pelo apóstolo Pedro, que estava preso por ordem de Herodes e foi libertado de maneira sobrenatural (At 12.12).
Após a multiplicação dos pães e depois de alimentar muitas pessoas, Jesus ordenou a seus discípulos que fossem para cidade de Betsaida por via marítima. Devido uma forte tempestade em alto mar, os doze discípulos ficaram desesperados, todavia, Cristo se aproximou deles, acalmou os corações e a ventania cessou. Este é o contexto de mais um milagre operado por Jesus e registrado em apenas oito versículos (Mc 6.45-52).
Sem sombras de dúvidas ninguém está isento de enfrentar algumas aflições na vida. Uns dizem que estão passando por lutas, outros por sérias adversidades e tem mesmo aqueles que afirmam estar enfrentando verdadeiras tempestades, com ventania e chuvas de granizo, tal a intensidade. Algumas crises são de ordem familiar, outras de ordem financeira, tem-se ainda as enfermidades, o desemprego e as separações conjugais. Algumas turbulências são grandes, outras menores, umas longas, outras curtas, mas resumidamente o certo é que enquanto o homem viver, ele passará mesmo por momentos ruins!
Logo depois de Jesus operar um grande milagre alimentando milhares de pessoas (alguns historiadores calculam quinze mil pessoas, pois as narrativas omitiram mulheres e crianças que estavam presentes), e após essa grande manifestação do poder de Deus, Jesus compeliu seus discípulos a tomarem o barco e irem para a cidade de Betsaida. Atente que nem deu tempo de os discípulos processarem o milagre e eles já estavam no barco quando uma tempestade os pegou em mar aberto.
Cansados de tanto remar contra o vento e vivenciando uma forte crise coletiva, e prescindindo que a morte se aproximava, os discípulos viram Jesus se aproximar caminhando sobre as águas. Assustados e emocionalmente abalados pelas circunstâncias, eles pensaram que fosse um fantasma. A sequência ou a dinâmica dos fatos é que Jesus se aproximou, acalmou os corações, subiu no barco e somente aí deu ordens ao vento que cessou (Mc 6.47-51).
De maneira semelhante aos doze discípulos que se assustaram com Jesus caminhando sobre as aguas e pensaram se tratar de um fantasma, veja que nas crises, nas aflições, nas lutas e situações adversas que muita gente enfrenta, algo muito comum é a perda da visão. Nas lutas, o homem enxerga situações de forma equivocada, nas adversidades muita gente faz leituras erradas e pior que isso, faz julgamentos errados. Veja que na notícia de um diagnóstico de câncer, muitas pessoas já enxergam a morte. Nas brigas de casais, muitos já veem a separação e o divórcio e uma simples avaliação abaixo da média, muitos estudantes já enxergam a reprovação. São leituras equivocadas por quem está vivenciando a crise. Reflita!
Perceba que nas aflições da alma, muita gente se torna pessimista e começa a ver, como os discípulos, assombrações e fantasmas. Resumindo: nas crises, muitos perdem a capacidade de interpretar corretamente aquilo que vê, ou seja, situações de extrema aflição podem atrapalhar a correta leitura dos fatos. E isso se torna um pesadelo e pode eventualmente causar mais estragos!
Aqueles doze homens ficaram mais de dez horas à deriva, remavam e não saíam do lugar e o naufrágio com risco de morte por afogamento era questão de momento. Era o caos em alto mar. Mas o incrível que a narrativa de Marcos diz textualmente que Jesus vendo a aflição deles, vendo o desespero deles, saiu de onde estava e lhes foi ao encontro andando sobre o mar. A narrativa diz que eles começaram a travessia a tarde e Jesus chegou aonde eles estavam entre as três e seis horas da manhã, portanto, eles ficaram sós em alto mar na tempestade algo entre nove e doze horas (Mc 6.47-49). É bem provável que eles achassem Jesus distante e indiferente com toda aquela situação de sofrimento, mas como diz um velho clichê: Jesus chegou na hora certa! Reflita.
Compreenda bem que com tantas adversidades, vivendo dias de plena pandemia com isolamento social, com tantas lutas e situações ruins que muita gente enfrenta, o desafio não é vencer essas adversidades, mas vencer a incapacidade humana de acreditar que Jesus vê as lutas, que Jesus ouve o pedido de socorro e mais que isso, que ELE vem para estar com seus filhos e acalmar as tempestades. Deus não é um Deus indiferente! Creia nisso!
Essa é a grande verdade. Saiba que a vida é mesmo imprevisível, cheia de surpresas e sobressaltos, hoje está assim e amanhã ninguém sabe. Todavia, a presença de Cristo na vida do crente é a única forma de mantê-lo firme e constante nessa jornada. Portanto, guarde isso: Nas lutas e nas adversidades não faça leitura equivocada dos fatos enxergando fantasmas, mas creia que nos descaminhos da sua história Cristo jamais te abandona, amém? Tenha visão!
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr