Milton Marques de Oliveira
FELIZ
FELIZ
“Possuía ovelhas e bois e grande número de servos, de maneira que os filisteus lhe tinham inveja”. (Gn 26.14)
O livro de Gênesis trata do começo de todas as coisas e é o primeiro livro da bíblia. Juntamente com outros cinco livros, ele faz parte de um conjunto denominado Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). Na narrativa, cujo autor é consenso entre os historiadores que se trata de Moisés, tem-se que Deus criou a terra, os mares, as florestas e os animais. Por fim, Deus criou a coroa de toda a criação: o homem.
De maneira singular, Gênesis demonstra grandes verdades que são fundamentais ao cristianismo, desde a transgressão de Adão e Eva como as histórias de personagens que cada um ao seu modo, contribuíram para consolidar a fé, a esperança, as promessas de Deus e a restauração do homem diante de Deus.
O contexto da narrativa aborda a questão do ciúme, um perverso sentimento que desde sempre teima em ocupar a mente do homem. Isaque era um homem bem sucedido, tinha muitos animais, bastantes servos e isso aos olhos dos filisteus foi a causa de algumas desavenças e desajustes nos relacionamentos (Gn 26.14-25).
Atente bem que o homem parece não se acostumar com a felicidade alheia, aliás, muitos homens e muitas mulheres não sabem ainda lidar com o sucesso de seu semelhante. Isso fica evidente quando as crianças brigam entre si por causa de brinquedos, ganha corpo entre os jovens e adolescentes que não toleram ver colegas obtendo sucesso e se materializa nos adultos que não suportam ver gente feliz e tendo sucesso no trabalho, em casa, nos relacionamentos e por aí afora numa infinidade de situações.
Isaque era um homem que tinha muitas posses e estes bens foram a causa que fez aflorar a inveja dos filisteus. A narrativa diz que Isaque cavou cisternas para dar água ao rebanho, mas os filisteus vieram e entulharam a cisterna. Ele foi para adiante e cavou outra cisterna, novamente, os invejosos dos filisteus vieram e entulharam o segundo poço. Finalmente Isaque cavou o terceiro poço e esse não foi mais entulhado pelos invejosos (Gn 26.17-25).
Compreenda que Isaque não se desmotivou com as tentativas de seus inimigos em jogar pedras nas duas primeiras ocasiões em que cavou os poços. De maneira brilhante e perseverante em seus objetivos ele demonstrou uma nobre atitude tão ausente nos dias atuais: a perseverança e a busca pela paz. Entenda bem que Isaque não podia impedir que os filisteus o invejassem, isso estava fora de seu controle, todavia, ele tinha em mãos a possibilidade de não ficar no mesmo espaço e de não procurar confusão. Veja que ele não procurou por brigas e nem discutiu o assunto, mas se afastou e criou novas oportunidades. Saiba que sair do ambiente onde a inveja e o ciúme dominam os corações é ótima opção e, embora algumas mudanças sejam trabalhosas, Isaque criou coragem e silenciosamente deslocou para outro território (Gn 26.17). Guarde no seu coração que permanecer em ambiente hostil, sujeito a ataques de pessoas invejosas e ciumentas nunca foi a melhor decisão. Pense nisso!
Em todo o contexto bíblico, diversos personagens foram movidos em seus corações para causar dor e destruição, impulsionados pela inveja, pelo ciúme e pelo ambiente competitivo onde viviam. O rei Saul invejou Davi (1 Sm 18.8) e este nutriu inveja de Urias, casado com Bate-Seba (2 Sm 11.1-3). José foi vítima do cíume de seus irmãos (Gn 37.1-4). Trazendo isso para um termo bem atual, é como estes personagens tivessem a famosa dor de cotovelo!
Hoje, com poucas exceções, o homem convive com seus semelhantes em situações idênticas a essa história que foi narrada sobre Isaque. Entenda bem que raros aqueles que desejam o bem ao próximo, raras as pessoas que não nutrem uma ponta de ciúme porque o colega e/ou parente obteve sucesso em alguma área profissional ou privada. Existe muita gente aborrecida que de uma maneira ou de outra vivem carregadas deste perverso sentimento desejando o mal, atrapalhando a vida de outrem, quando deveriam se alegrar com o sucesso alheio (Rm 12.15). Incrível, mas perceba que os poços cavados por Isaque e entulhados pelos filisteus deixaram de servir a ambos. Assim, de forma comparativa o sucesso de um, pode trazer benefícios a todos. Reflita!
Saiba que essa narrativa possui muita semelhança com os desentendimentos que ocorrem hoje dentro das casas, dentro das famílias, dentro das empresas e inclusive no meio eclesiástico. Relacionamentos saudáveis passam longe de sentimentos que não constroem, portanto, guarde isso: a inveja e o ciúme são danosos, são filhas de ressentimentos não curados, parentes da raiva e do rancor e são oriundas de pessoas afastadas de Deus. Fuja disso, se alegre com os que se alegram. Viva feliz, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
17/01/2021 - CULTO DE CELEBRAÇÃO A DEUS
12/01/2021 - CULTO "FÉ E VIDA"
10/01/2021 - CULTO DE LOUVOR E ADORAÇÃO A DEUS
PRINCÍPIOS
PRINCÍPIOS
“...és tu aquele Daniel?” (Dn 5.13)
O livro de Daniel tem sua autoria no profeta de mesmo nome. Conforme o vaticínio do profeta Jeremias, os caldeus atacariam a cidade de Jerusalém e destruiriam tanto a cidade como o templo e isso realmente se concretizou (2 Rs 25.8-11; Jr 25). Naquela época, muitos homens, mulheres e crianças foram levadas pelo rei caldeu Nabucodonosor na condição de escravos para a Babilônia e, dentre essa multidão estava a pessoa do jovem Daniel.
Daniel fazia parte de uma linhagem nobre dos judeus e a narrativa não diz sobre a idade que ele e seus três amigos tinham quando foram transportados, todavia, sabe-se que devido as boas aparências, de jovens sem defeitos físicos e instruídos em toda a sabedoria, eles foram escolhidos para assistirem ao rei no palácio real e isso realmente aconteceu (Dn 1.4).
Anos mais tarde, o rei Belsazar, sucessor de Nabucodonosor fez uma festa e usou os vasos e utensílios que vieram como despojos da invasão feita em Jerusalém. A narrativa diz que apareceu uns dedos de mão e escreveu uma frase na parede onde estavam muitas pessoas. Os sábios caldeus não conseguiram ler os dizeres e foi sugerido que Daniel fosse apresentado ao rei para ler e interpretar aquela frase. Diante da chegada de Daniel, o rei fez a indagação: “...és tu aquele Daniel?” (Dn 5.13).
Veja bem que as pessoas são identificadas pelo nome de registro e vezes por outra, são também identificadas pelas atividades que exercem. Comum que sejam acrescidos ao nome a profissão ou algo que o complementa. Muito comum as identificações de pessoas com acréscimo do nome do cônjuge. Mas se tem algo que além do nome que identifica o indivíduo e faz o melhor complemento, são as qualidades morais. Pense!
A narrativa do livro de Daniel mostra que mesmo distante de sua terra, ele e seus amigos se mostraram firmes em suas convicções religiosas e não se deixaram influenciar pelo ambiente que estavam vivendo. Importante lembrar que a cidade da Babilônia era conhecida pela promiscuidade, como símbolo de degradação moral, de idolatria, materialismo, pela devassidão moral e pela forte influência dos deuses caldeus na vida de seus habitantes.
Perceba que Daniel ao ser colocado frente a frente com o rei Belsazar, este rapidamente lhe perguntou se era o mesmo Daniel, se era o mesmo jovem judeu que tinha vindo na deportação. Ou seja, todas as características que identificavam Daniel como homem honrado, honesto e íntegro estavam intactas. Era evidente na visão do rei caldeu que mesmo com o passar dos anos, aquelas características morais não se perderam naquele perverso ambiente. Resumindo, entenda que a cultura babilônica não teve forças para influenciar Daniel, que se manteve firme em suas convicções. Reflita!
Atente bem que uma das desculpas mais pronunciadas por tantas pessoas que mudam suas convicções para pior, é justamente alegar que não tiveram forças suficientes para vencer o mal. Dentre outros exemplos, veja que jovens que outrora não faziam uso de bebidas alcóolicas, no momento podem se encontrar viciados tanto no álcool como no fumo. Grupos de amigos, grupos familiares, colegas de universidades e tantos outros ambientes por aí, podem, eventualmente, influenciar homens e mulheres á práticas muito distantes de uma vida que outrora era honesta e íntegra.
Implícito à pergunta do rei para Daniel estava claro o desejo de Belsazar de saber se Daniel ainda mantinha as mesmas qualidades morais e espirituais que o tornaram conhecido em todo o reino babilônico. Mesmo vivendo naquela nação que respirava a idolatria Daniel mantinha sua fé, e suas práticas espirituais eram uma constante e ele sempre louvava o Deus dos céus e o Deus de seus pais (Dn 2.19;23). Noutras palavras, nada daquilo que vicejava ao seu redor foi capaz de influenciá-lo a ponto de perder sua fé em Deus. Guarde isso!
No evangelho de João, Jesus disse aos seus discípulos que eles não eram do mundo e que os havia escolhido, portanto, separando-os do mundo e logicamente, de suas práticas (Jo 15.19). Estar no mundo, manter seus princípios e não ser do mundo com suas realidades e sua perversidade, tem sido o grande desafio de todo cristão, principalmente quando depara com inúmeras situações que não só podem tirá-lo da presença de Deus como pode descaracterizar sua identidade em Cristo. O desafio é manter o padrão num mundo despadronizado. Reflita!
Naquele mundo degradante na corte da Babilônia, Daniel passou anos com a mesma convicção, no mesmo padrão de obediência e com a mesma fidelidade em Deus com a que foi deportado. Existe até uma frase por demais conhecida no meio cristão que diz que Daniel viveu na Babilônia, todavia, a Babilônia não viveu em Daniel. Resumindo, o mundo está numa decadência moral terrível, igual ou mesmo pior que a tão falada Babilônia, todavia, mantenha suas convicções cristãs e seus princípios em Cristo. Seja um influenciador. Amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
07/01/2021 - CULTO DE CONSAGRAÇÃO A DEUS
06/01/2021 - CULTO DE CONSAGRAÇÃO A DEUS
05/01/2021 - CULTO DE CONSAGRAÇÃO A DEUS
04/01/2021 - CULTO DE CONSAGRAÇÃO E ADORAÇÃO A DEUS
CINISMO
CINISMO
“...arrependei-vos, e crede no evangelho”(Mc 1.15)
O evangelista Marcos não esteve entre os doze escolhidos por Jesus, todavia, sua presença foi notada nos momentos da crucificação, quando um homem que acompanhava os eventos a distância se viu perseguido pelos guardas. Na fuga, este homem deixou cair o lençol que lhe cobria e foi identificado como sendo Marcos, o evangelista que escreveu o evangelho que leva seu nome (Mc 14.51-52). Segundo os historiadores, seu nome era João Marcos, filho de Maria, cuja casa foi local de fervorosa oração a favor do discípulo Pedro que estava preso e foi libertado de maneira sobrenatural (At 12.12).
A narrativa do evangelho de Marcos diz que Jesus começou seu ministério advertindo o povo sobre suas atitudes. Era um chamado á uma nova maneira de vida, á uma mudança de rota ou uma mudança radical. Era na verdade uma convocação ao arrependimento das práticas comportamentais e espirituais que tanto desagradava como os afastava de Deus.
Naquela época, século I, toda região da Judeia estava sob o domínio do Império Romano. Debaixo da opressão e do jugo romano que os subjugava com pesadas cargas de impostos, tanto os líderes judaicos como todo o povo judeu viviam ansiosos pela vinda de um libertador político e nisso eles acreditavam piamente. Eles conheciam as profecias messiânicas e tinham a esperança de um libertador que os livrasse daquele pesadelo. Entretanto, entenda que eles desejavam um libertador político e veio Jesus, anunciando o reino de Deus e apresentando a libertação espiritual (Mc 1.14-15). Pense!
Nas relações pessoais são mais que comuns o surgimento de desavenças e as violações de regras se tornam rotineiras. Cônjuges, amigos, colegas, profissionais e tantas outras pessoas estão sujeitas em um momento ou outro a enfrentarem algum tipo de desajuste social. Saber lidar com essas situações para manter a harmonia com o seu semelhante tem sido o grande desafio para psicólogos e outros profissionais que atuam nas áreas de humanas. Enfatizar a necessidade de mudança tem sido o obstáculo, tanto nas relações pessoais como na relação homem/Deus.
Quatrocentos anos antes do nascimento de Jesus, o povo judeu já havia retornado da condição de escravos dos caldeus. Todavia, era evidente que toda a nação judaica demonstrava que já tinham esquecido as razões de terem sido escravos, pois eles continuavam nas mesmas práticas de idolatria e desobediência a Deus. Abordando essa questão o profeta Malaquias fez uma dura advertência aos seus compatriotas, alertando-os que eles haviam se afastados dos estatutos de Deus e, era necessário retornarem aos caminhos do Senhor. Como resposta, cinicamente o povo respondia que não tinham feito de nada de mal contra Deus! Noutras palavras, o povo entendia que suas atitudes eram perfeitas e como não tinham feito nada errado, não havia motivos para se arrependerem. Cinismo puro! (Ml 3.7)
Veja que mudança de mentalidade ou arrependimento é o tema central nas Sagradas Escrituras. João, filho de Zacarias iniciou sua pregação no deserto anunciando o arrependimento (Mt 3.1). Jesus a seguir, abordou essa necessidade (Mc 1.15). Pedro também falou sobre a urgência do arrependimento (At 2.38). O apóstolo Paulo também disse sobre mudanças espirituais (At 17.30). Confira que arrependida é aquela pessoa que enxerga que seu comportamento está indo por caminhos errados e sente a urgência em mudar de posturas, mudar suas atitudes e de retomar ao caminho certo.Reflita!
Mudar a mentalidade e se arrepender das práticas que leva o homem para longe de Deus foi e tem sido o grande desafio em todos os tempos. Perceba que desde cedo o homem é influenciado pelo meio em que vive de que não deve admitir suas fraquezas e, popularmente, é falado que aquele que se arrepende demonstra ser um fraco diante de amigos, conhecidos e familiares. Entretanto, perceba que se manter orgulhoso e cheio de razão tem levado o mesmo homem a relacionamentos complicados não somente com seus semelhantes, mas principalmente com Deus.
A lógica é simples: se o homem não se arrepende de suas faltas com as pessoas com quem convive, como irá se arrepender de suas faltas contra Deus, a quem não vê? Entenda que camuflar os erros, terceirizar a culpa se isentando de responsabilidade tem sido a rotina de muita gente por aí que não admite a mínima possibilidade de mudar suas posturas. Aliás, posturas essas que ferem, machucam e maltratam muita gente de suas relações. Pense!
Compreenda que não se pode viver um cristianismo cínico, superficial e sem mudança de vida, sem uma transformação que seja visível a todos. Viver com Cristo e para Cristo implica que a reconciliação com Deus passa obrigatoriamente pelo arrependimento das práticas que afastaram o homem de seu Criador. Resumindo: arrependimento é olhar para a cruz e entender que o sacrifício de Jesus não foi em vão, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr