Milton Marques de Oliveira
HOMICIDA
HOMICIDA
“Olhou para um lado e para o outro, para se certificar que ninguém o via, matou o egípcio e enterrou o corpo na areia para o esconder.” (Ex 2.12)
O livro de Êxodo narra a libertação e a caminhada do povo de Israel, do Egito para as terras de Canaã. Escrito por Moisés, o livro apresenta as dificuldades inerentes à peregrinação em pleno deserto, mostra como Deus agiu de maneira sobrenatural em diversas ocasiões e sintetiza que mesmo diante da promessa de uma terra que seria dada, muitos israelitas tiveram em algum momento, o forte desejo de voltar ao Egito. Noutras palavras, por vezes a liberdade tem menor valor quando comparada com a escravidão e a opressão. Pense nisso!
Contextualizando a passagem acima, tem-se que Moisés, então morador no palácio de Faraó, vislumbrou um egípcio espancando um de seus irmãos de sangue e isso o enfureceu a ponto de matar o agressor e esconder o corpo (Ex 2.11-12).
Considere que no mundo moderno, dentro do rígido sistema competitivo que estamos inserido, selecionar pessoas para atividades na indústria, no comércio ou na prestação de serviço é uma rotina complexa. Todos os candidatos são submetidos a uma filtragem, sempre dentro dos parâmetros que as empresas idealizam. Assim, os melhores são escolhidos e aos demais é ofertada a oportunidade de melhorar suas capacidades e concorrer noutra ocasião.
Historicamente tem-se que p povo israelita foi instalado no Egito devido uma grande seca nas terras de Canaã (Gn 46). E tudo começou com uma desavença familiar e José, filho de Jacó, então personagem dessa história passou por diversas situações. Seus irmãos tentaram lhe matar, depois foi vendido como escravo, no palácio de Faraó ele sofreu falsas acusações, esteve preso e na prisão interpretou dois sonhos de pessoas distintas e acabou sendo alçado ao pomposo cargo de governador do Egito. Era um estrangeiro liderando uma nação que mais tarde viria escravizar seus compatriotas. Veja as voltas que o mundo dá.
No Egito o povo israelita cresceu numericamente a ponto de trazer incômodos e preocupações ao governo Egípcio. A promessa dada por Deus a Jacó passou a se cumprir e Moisés, então refugiado no deserto devido ao crime de homicídio, foi escolhido por Deus para conversar com Faraó e liderar a marcha da liberdade, em direção ás terras de Canaã (Gn 46.4).
Depois das negociações na saída do povo israelita do Egito, haviam cerca de seiscentos mil homens, sem contar mulheres e crianças, totalizando uma multidão que se aproximava de dois milhões de pessoas, com seus animais e carros de transporte (Ex 12.37). Compreenda ainda que nesse universo masculino de seiscentos mil homens, havia pessoas capacitadas, fortes e plenamente habilitadas a conduzir o povo na caminhada pelo deserto, todavia, o escolhido por Deus foi Moisés. Guarde isso!
Considere que no ambiente de contratações ao emprego, a análise do currículo dos candidatos é sempre bem vista e muito considerada. Se possui cursos, especializações, títulos, experiências e outros requisitos próprios na execução da tarefas. Tudo isso são critérios para apontar o vencedor e nesse sistema competitivo não há margem para indicações que fogem aos parâmetros que foram previamente estabelecidos.
Todavia, o currículo de Moisés indicava que ele era um homicida, era fugitivo, tinha deficiência na linguagem e mais, tinha uma idade muito alta para a missão. Resumindo: para os padrões humanos, ninguém iria selecioná-lo, haja vista suas credenciais não serem boas, afinal de contas, como colocar um assassino à frente de uma equipe, e ainda atuando como juiz das causas? Como colocar um fugitivo na liderança de um povo? Como dar voz de autoridade a um homem que se comunicava com dificuldade? Humanamente, ele seria contraindicado, com certeza. Incrível, mas Deus não só selecionou Moisés, como o direcionou em toda a jornada, estando com ele diuturnamente em todos os eventos. Reflita!
“Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade.” (1 Tm 1.12,13). Traga isso para os dias atuais e perceba quanta semelhança com muita gente que, olhando o seu passado, se acham indignas de realizarem algo no reino de Deus. Saiba que é Deus quem capacita aqueles que ele mesmo convoca. Perceba que o apóstolo Paulo era portador de um péssimo currículo, e mesmo assim vivenciou o amor e misericórdia de Deus quando foi chamado de viva voz (At 9.1-17). Logicamente que Deus também convoca pessoas com um passado correto e limpo, entretanto, dentro da soberania do Criador, ele pode perfeitamente, chamar pessoas que se acham incapazes de exercer a tarefa proposta. Saiba que Deus nunca usou as qualidades humanas como indicadores para fazer cumprir seus ideais. Moisés, Jefté, Jeremias, Isaías, Pedro e tantos outros personagens são exemplos típicos, todos eles tinham suas deficiências e mesmo assim foram capacitados a serem instrumentos nas mãos de Deus. Aliás, Deus nunca olha o homem ou a mulher pelo seu status, intelecto ou nível social, Deus olha pelo coração, pela obediência, pela ousadia e pela disposição em servir ao reino (Lc 1.38).
Resumindo, Deus não somente concede o perdão dos pecados, como dá a devida capacitação a todos para que a missão divina aqui na terra seja realizada. Entendes isso? Um grande abraço.
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
20/09/2022 - CULTO "FÉ E VIDA"
LOUCURA
LOUCURA
“Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?” (Gl 3.3)
Não há dúvidas entre os historiadores que o autor da carta aos Gálatas foi mesmo o apóstolo Paulo e são eles mesmo que afirmam que essa carta foi escrita a um grupo de igrejas que estava localizada numa região geográfica conhecida pelo nome de Galácia, hoje atual Turquia. A carta aos Gálatas foi redigida por volta do anos 50 DC e teve como destinatários os cristãos não judeus que haviam se convertido por meio da viagem missionária de Paulo (At 13.14). Percebe-se pelo teor da narrativa que o apóstolo Paulo se preocupava com a vida espiritual daqueles novos irmãos e a mensagem tinha o foco de apresentar com mais clareza tudo aquilo que somente o evangelho de Cristo poderia fazer.
Ambientando a passagem acima, tem-se que o apóstolo Paulo argumenta sobre a impossibilidade do homem ser justificado de seus pecados por meio da lei mosaica e, usa a título de exemplo, a figura do patriarca Abraão (Gl 3.1-10).
Se tem algo que sempre fascinou homens e mulheres é o fato de conquistar algo por meio de seus esforços ou por meio de seu intelecto. Isso fica evidenciado pelos trabalhos manuais que consomem concentração e esforços físicos, quando o dono da arte pode chamar a atenção para si mesmo que ele conseguiu realizar. Essa realização gera uma sensação de poder e de conquista, aliás, trata-se do mesmo tipo de conquista, demonstrado pelos estudantes quando na colação de grau jogam seus chapéus para cima, numa forte evidência que seus esforços intelectuais foram recompensados. È a valorização do mérito pessoal.
Mas considere que naquela época, assim como hoje, não era somente Paulo quem viajava e anunciava o evangelho. Haviam diversos outros pregadores, chamados também de itinerantes, alguns até eram judeus, que iam pregando um outro evangelho, ou seja, eles iam de igrejas em igrejas anunciando determinadas práticas e rituais tentando convencer os novos cristãos que a salvação carecia ainda de uns complementos. Esses pregadores itinerantes, sem compromisso com as igrejas locais, iam pelas comunidades contradizendo os ensinos de Paulo e assim, provocando confusão nas comunidades cristãs e dentre as mentiras que eles contavam, uma elas era sobre a necessidade da circuncisão e de praticarem alguns preceitos da lei mosaica.
Noutro lado, o argumento que Paulo mais empregava era sobre a impossibilidade da lei, dos rituais e do mérito em promover a salvação do indivíduo e para isso ele enfatizava a importância da fé centralizada em Cristo e do seu único e suficiente sacrifício na cruz. Resumindo, era e ainda continua sendo uma batalha que acontece mente de cada indivíduo. Reflita nisso!
Naquela época havia uma tendência dos novos cristãos pelo mérito e pelo esforço pessoal, como se esse esforço fosse a fagulha que deflagraria a salvação. Atente que as palavras dos itinerantes eram doces, seduziam e fascinavam homens e mulheres das comunidades, de maneira que eles eram influenciados a mesclarem a fé em Cristo com os ritos, com o mérito de maneira que assim a salvação fosse alcançada. Todavia, caso eles colocassem o foco no mérito, eles não estariam mais deslumbrados com Jesus. Pense nisso!
Hoje, infelizmente, parece que só mudou a geografia, pois ainda se percebe com muita nitidez diversas reuniões onde o foco deixou de ser a fé em Cristo, mudando para o esforço pessoal de cada indivíduo. Nesse sentido considere que ninguém, mas ninguém mesmo achará a salvação de sua alma por meio de suas obras e evidentemente, nem por meio de seus esforços pessoais. Conscientes ou não, muitas pessoas ainda se fundamentam nesses falsos pressupostos, conduzidas por outros para caminhos errados. Saiba que centenas de pessoas ainda vivem direcionadas por essa falsidade, acreditando que as bênçãos e os milagres dependem de rituais (Mt 6.10; Hb 10.36). Pasmem!
Se naquela época, século I, onde as informações demoravam dias e até meses para chegar aos ouvidos das pessoas e mesmo assim causavam um estrago considerável, compreenda que hoje, com a rapidez das tecnologias, as fake news cristãs continuam causando embaraços e levando muita gente para caminhos distorcidos. Lembre-se que nenhum homem e nenhuma mulher pode ser considerado justificado pelo seu currículo e/ou esforço pessoal. A única forma que faz o homem ser reconciliado e aceito por Deus é o sacrifício de Jesus.
Encerrando, saiba que no momento em que o homem tira os olhos de Jesus e coloca os olhos em si mesmo, seduzindo que seja pelos seus esforços pessoais, ele se torna insensato, e passa a cometer o que o apóstolo Paulo diria: uma loucura! Infelizmente, quem pratica a loucura é considerado louco e, loucos existem muitos por aí afora. Fuja disso, abra seus olhos e corra para longe dessa turma (Gl 3.1). Um forte abraço.
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
18/09/2022 - CULTO DE LOUVOR E ADORAÇÃO A DEUS
18/09/2022 - 5ª CONFERÊNCIA MULHERES MOVIMENTANDO O REINO
17/09/2022 - 5ª CONFERÊNCIA MULHERES MOVIMENTANDO O REINO
16/09/2022 - 5ª CONFERÊNCIA MULHERES MOVIMENTANDO O REINO
13/09/2022 - CULTO "FÉ E VIDA"
ADULTÉRIO
ADULTÉRIO
“E a mulher concebeu, e mandou dizer a Davi: estou grávida.” (2 Sm 11.5)
Quando da tradução do Antigo Testamento da língua hebraica para o grego, os rabinos tradutores entenderam de comum acordo que o volume de Samuel era muito extenso e deveria ser dividido em duas partes para facilitar a compreensão dos leitores, e assim foi feito. Hoje, tem-se os dois livros de Samuel tal como se vê nas bíblias. Os historiadores apontam os profetas Natã e Gade como autores dos trechos escritos depois da morte de Samuel. Os dois livros retratam as ações dos governos de Israel e Judá, cita nominalmente cada rei, seu período de governo e umas e outras ações isoladas que mereceram atenção.
A narrativa acima está ambientada no cometimento do adultério e suas implicações, envolvendo o rei Davi e de uma mulher de nome Bate-Seba (2 Sm 11).
Se tem uma coisa que todo homem e mulher gosta de manter é a sua reputação e seu nome. Assim, manter o nome de honesto, de íntegro, de bom pagador, de amigo e/ou amiga e de gente compromissada é mesmo uma dádiva dos céus. Entretanto, devido a natureza corrupta da humanidade, toda essa áurea de honestidade e de integridade pode ruir, pode cair e causar um grande susto nos amigos, familiares e pessoas mais próximas.
Considere que o profeta Samuel, em todo o trecho do primeiro livro destacou a vida e o crescimento de Davi, então um jovem homem do campo, que se viu passando por diversas situações até foi coroado rei sobre Israel e Judá, culminando assim com tudo aquilo que o próprio Deus havia deixado claro para ele. Davi era conhecido e hoje tem sido lembrado pela frase: “Um homem segundo o coração de Deus”, tal era sua unção e tal era a sua intimidade com Deus. Tem-se também que a vida de Davi foi marcada pela coragem, pela coerência e principalmente pela obediência a Deus. Suas ações eram antecedidas pela consulta a Deus e suas vitórias eram creditadas ao Senhor. Mas, como todo homem, sua natureza escondia imperfeições e ela ficou visível no episódio do adultério com uma mulher casada, quando ele usou de sua autoridade como rei para não só investigar quem era a mulher, como também para trazê-la aos seus aposentos no palácio. Ou seja, Davi utilizou de sua autoridade para pecar contra Deus. Pense!
Certamente que dentro da visão humana, um escritor não colocaria eventos negativos a um personagem que fosse destaque. Todavia, perceba que os escritores bíblicos, divinamente inspirados pelo Espírito Santo, não tiveram nenhuma dificuldade em mostrar muita coisa que estava escondida em muitos corações. Nesse sentido, não se vê nenhum autor do Antigo ou do Novo Testamento, protegendo a reputação de quem quer que seja. As narrativas mostram suas fraquezas e imperfeições e, simultaneamente, mostram um Deus amoroso, justo e que alcança o homem falho e transgressor. Nessa visão, importante enxergar que na caminhada cristã homens e mulheres precisam compreender que todos são dependentes e carentes da direção do Espírito Santo. Ou seja, a dependência do Espírito Santo é fundamental á caminhada cristã. Sem sua presença, homens e mulheres até carregam bons adjetivos e são reputados como ‘homens e mulheres de Deus’, todavia, podem cair espiritualmente e frustrar muita gente ao seu redor. Reflita!
Muito se tem falado nas reuniões cristãs sobre as aflições e as crises, todavia, considere que elas são mais que necessárias. Veja que Davi havia enviado seu exército à guerra e ele ficou no palácio. Naquela ociosidade, na calmaria palaciana, sem desafios físicos e muito menos espirituais, no bem bom da vida, Davi foi enredado pelo diabo e na ânsia de satisfazer seus desejos mais íntimos, acabou cometendo uma transgressão que virou sua vida de ponta cabeça, trazendo seríssimas implicações físicas a ele e aos seus familiares. Noutras palavras, num momento de extrema fragilidade espiritual, o diabo observou a situação e o ajudou dando-lhe a ideia no cometimento dos atos, mas não o ajudou a esconder. Se Davi estivesse na guerra, lutando em prol da causa do povo Israelita, nada disse teria acontecido. E imediatamente depois do adultério, veio a cobrança com o boleto (Gl 6.7). Reflita!
Atente que o mesmo Deus que chamou Davi para liderar Israel e governar o povo, se tornou seu opositor, quando após o adultério o profeta Natã veio para lhe dar a notícia de sua transgressão e anunciar as consequências físicas. E junto veio também o perdão de Deus, mas os efeitos físicos da transgressão iriam se cumprir mais á frente, como efetivamente aconteceu (2 Sm 12.10-15).
Entenda que mais grave que o pecado que as pessoas cometem é o enganoso desejo de manter uma vida de aparência, é o típico caso do fraco que se acha forte. Deus desmascarou Davi quando disse que todo Israel saberia de seu ato (2 Sm 12.12). Ou seja, a máscara de Davi precisou cair para ele ser restaurado, nesse sentido, compreenda que o caminho da cura é sempre a confissão dos pecados, pois só ela traz redenção e proporciona a reconciliação com Deus. Resumindo: Depois deste evento, nunca mais se ouviu falar que Davi cometeu qualquer ato semelhante. Isso evidencia que o arrependimento se concretiza quando há efetiva mudança de mentalidade e Davi mudou!
Saiba que o homem é fraco e imperfeito, mas fortalecido e justificado aos olhos de Deus pelos méritos da cruz de Jesus. Portanto, independente dos atos do passado, saiba que Deus é poderoso para perdoar, para restaurar e dar nova direção de vida. Creia nisso! Grande abraço.
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr