OCN Kids

O programa “OCN Kids” tem o objetivo de cuidar e resgatar crianças e adolescentes que vivem à margem da sociedade, mostrando-lhes o valor da comunhão entre si, orientando-os num caminho de paz e harmonia.

O programa visa orientá-los a se prevenirem das drogas, do tráfico e da prostituição infantil por meio de palestras, oficinas de teatros, danças, músicas e outra atividades afins.

Entendemos que se trabalharmos com as crianças na tenra idade, poderemos ter adultos mais estruturados, famílias realizadas, comprometidas com Deus e com a sociedade. Diz a Palavra de Deus no livro de Provérbios: “Fazer justiça e juízo é mais aceitável ao Senhor do que sacrifício. (Pv 21.3)”, e encontra relação com o salmista “Fazei justiça ao pobre e ao órfão; justificai o aflito e o necessitado. (Sl 82.3)”.

Não se pode pregar uma vida de justiça se não a praticarmos efetivamente.

Se você sentir em seu coração o desejo de nos ajudar, poderá contribuir com qualquer valor por meio da conta bancária abaixo. Acompanhe aqui no site, relatórios dos programas.

 

Caixa Econômica FederalConta: 4111-7 - Agência: 2392 - Op: 03
Comunidade Evangelística Ouvindo o Clamor das Nações

 
Milton Marques de Oliveira

Milton Marques de Oliveira

Terça, 09 Novembro 2021 23:45

09/11/2021 - CULTO "FÉ E VIDA"

Segunda, 08 Novembro 2021 14:05

CLIMA

CLIMA

“Portanto, guardai diligentemente as vossas almas, para amardes ao Senhor vosso Deus” (Js 23.11)

 

Josué é o sexto livro na ordem bíblica e conforme os teólogos seu autor foi Josué, sucessor de Moisés e homem que liderou e guiou o povo de Israel para ás terras de Canaã. Anteriormente Josué era assessor de Moisés e foi indicado por Deus como  seu substituto. A narrativa do livro está concentrada nas campanhas militares que culminaram com o definitivo estabelecimento do povo de Israel nas terras que Deus havia prometido quando saíram do Egito.

Josué fez as divisões das terras e após sua morte, não teve ninguém que o substituísse e ficasse á frente da recém criada nação Israelita, todavia, antes de sua morte ele reuniu as principais lideranças das tribos judaicas e os advertiu sobre o perigo deles se afastarem do caminhos de Deus (Js 23).

Sem fazer nenhum esforço mental pode-se perceber que a sociedade como um todo encontra-se fragilizada e caminhando velozmente  numa estrada que ninguém sabe aonde vai dar. Notícias falsas se confundem com as verdadeiras, há uma tensão no ar e é evidente que existe uma pressão invisível para todos agradarem a todos, quer seja no ambiente político, quer seja nas conversas domésticas e/ou nas rodas de amigos.

Veja com atenção que inúmeras situações se transformaram em poucos mais de dez anos. O mundo está passando por grandes mudanças, que seja as mudanças climáticas, as atividades laborativas, as mudanças sociais e evidentemente mudanças nos relacionamentos pessoais. Em todos os ambientes existe uma novidade, aparecem novos conteúdos, surgem novas informações, algumas verdadeiras e outras nem tanto, novas culturas são conhecidas e por aí vai uma infinidade de coisas novas. Haja fôlego para acompanhar tudo isso!

Josué enxergava que povo de Israel, recém saído de um longo período de escravatura e com recentes recordações da vida indigna a que eram submetidos, estava indo para uma terra estranha onde a cultura era diferente, os gostos e hábitos do povo da terra de Canaã eram diferentes, enfim, tudo era novidade para os Hebreus. Josué tinha a preocupação que  para construir a nação israelita, era necessário manter o padrão e a identidade israelita, coisa essa que ficaria difícil caso o povo fosse influenciado a ter os mesmos hábitos e se aculturassem com a cultura local. Josué previa que isso era perigoso e poderia fazer o povo esquecer do Deus que não só os libertou da escravidão do Egito, como fez grandes obras até os colocar nas terras de Canaã.  O perigo era eles se aclimatarem com as novidades da Terra e esquecerem de Deus. Reflita!

Fazendo um paralelo dessa narrativa de muitos séculos atrás com os dias atuais, perceba que o perigo visto por Josué continua o mesmo. O clima de perversão, de desajuste e as fortes influências externas contra os que creem em Deus continuam as mesmas. A advertência é a mesma para o cristão atual se cuidar para não ser influenciado e se posicionar diante as novidades do mundo atual continua atualíssima, afinal, nas palavras de Jesus: “Vós sois o sal da terra..” (Mt 5.13).

Entenda que as causas do fracasso espiritual na vida de muitos homens e mulheres ainda são as novidades e as mudanças que o mundo por si mesmo não consegue segurar. O clima para influenciar é mesmo de tempestades. Diferente daquela época, considere que hoje as pessoas vivem em casas confortáveis, com amplo acesso a medicamentos que se não curam, amenizam as dores e sofrimentos,  hoje as pessoas possuem algum tipo de renda, educação pública e privada, meios de transporte e amplo acesso às diversas tecnologias como celulares e seus aplicativos,  internet e TV. Mas compreenda que tudo isso é benção de Deus para o homem, todavia, os perigos destes confortos está nas pessoas se encantarem com estas bênçãos e esquecerem de Deus. Ou seja, o perigo está em entrar no clima e isso não é bom! Reflita!

Lembre-se que em tempos de bonança, alegrias e diante do conforto de tantas tecnologias ao simples toque dos dedos, existe a real possibilidade de essas ‘bênçãos’ se transformarem em deuses e elas ocuparem o lugar de Deus. Pense nisso! Infelizmente as advertências feitas por Josué de nada valeram, sem compromisso os israelitas menosprezaram os avisos e também menosprezaram os mandamentos de Deus e mais à frente, o povo se aculturou com os cananeus e a derrocada foi grande (Jz 2.10-13). A previsão de Josué foi certeira, o povo se aclimatou com o ambiente cananeu!

Perceba que a falta de compromisso com os valores do reino de Deus tem sido observada diariamente em todos os ambientes, entretanto, veja que Deus não tem compromisso com o erro, nem com o mal e muito menos com o pecado, ou seja, a vida do cristão deve ser pautada pela renúncia de tudo aquilo que pode tirá-lo do caminho que leva a uma vida correta e dentro dos padrões cristãos. O crente está no mundo, mas não pode entrar no 'clima' do mundo (Jo 15.18-19). Guarde isso! Grande abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Segunda, 08 Novembro 2021 00:50

07/11/2021 - CULTO DE CELEBRAÇÃO A DEUS

Sábado, 06 Novembro 2021 23:12

06/11/2021 - CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR

Quarta, 03 Novembro 2021 00:01

02/11/2021 - CULTO "FÉ E VIDA"

Segunda, 01 Novembro 2021 11:45

SUMIDO

SUMIDO

“Encerradas as comemorações, voltando seus pais para casa, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que eles notassem.” (Lc 2.43)

 

Lucas era grego e morava na cidade de Antioquia, região da Síria. Tinha por atividade a medicina e embora não fosse discípulo de Jesus, é bem provável que ele estabeleceu muitas conversações com o grupo, até porque em sua narrativa Lucas diz que procurou se informar minuciosamente de tudo o que aconteceu, de forma que seu evangelho se fundamentou em fatos que foram vistos e/ou presenciados por pessoas que estiveram e acompanharam Jesus (Lc 1.2-4).

Ambientando a passagem acima, veja que José e Maria fizeram viagem de Nazaré, região da Galileia á Jerusalém, por ocasião da Festa da Páscoa (Lc 2.41-50). Era uma  tradição religiosa de todo judeu.

Perceba que é difícil achar alguém que nunca perdeu alguma coisa. Aliás, nas relações pessoais a palavra sumido é sempre dita quando se perde o contato de alguém. Entenda que perder documentos, perder dinheiro, perder sapatos, perder agasalhos, perder chapéu e tantas outros objetos é algo normal para todo mundo. E esse negócio de perder, de sumir ou de extraviar é tão real que existe em alguns de ambientes de grande movimentação de pessoas, um setor de achados e perdidos, tal quantidade de objetos que são perdidos e/ou esquecidos. Mas quando se fala de gente que sumiu, a preocupação se torna maior e com razão.

Conforme a narrativa de Lucas, naquela época, cumprindo a tradição judaica, todos os judeus deveriam estar ao menos três vezes na cidade de Jerusalém para participar das festas religiosas (Ex 34.23). Neste propósito a família terrena de Jesus saiu da cidade de Nazaré onde moravam e enfrentaram uma caminhada de aproximados 190 Km. Estradas poeirentas, perigos de ataques de animais, pedras pelos caminhos, calçados inadequados para uma caminhada desse porte e certamente levando um animal de carga com as provisões da viagem, sem apoio logístico dos dias atuais como pousadas e restaurantes, é de se imaginar que fosse mesmo uma viagem complexa, perigosa e extremamente cansativa.

A festa da páscoa tinha a duração de sete dias (Dt 16.1-8). Terminada a festa José e Maria tomaram o caminho de volta, todavia, deixaram o menino Jesus para trás. Não se sabe como isso efetivamente aconteceu, mas a narrativa de Lucas mostra que Jesus sumiu e somente deram por falta dele quando já haviam caminhado um longo trecho (Lc 2.44). Nenhum amigo da família e nem mesmo os parentes souberam dar informações sobre onde estava Jesus e, sem opções, o casal fez o caminho de volta, vindo a encontrar o sumido Jesus no templo. Detalhe: depois de três dias ( Lc 2.46).

Compreenda que é muito difícil definir o motivo de as pessoas perderam algo, mas saiba que por vezes as perdas são ocasionadas pelo costume, pelo hábito ou mesmo pela familiaridade com o que foi perdido. Nesse sentido, o costume de realizar frequentemente algumas tarefas pode fazer com que a pessoa fique negligente, ou o hábito de sempre realizar as mesmas coisas, pode tornar essa atividade tão familiar e tão ritualística que a perda nem seja notada. Pense nisso!

Essa situação do sumiço de Jesus, embora aqui esteja retrata pelos familiares, pode ter sido ocasionada pela costume, afinal de contas o menino estava sempre com eles e daí o casal pode ter presumindo que ele caminhava junto com outros garotos, quando na verdade não estava. É provável que José e Maria estivessem a tal ponto acostumado com o menino Jesus que não se deram conta da sua ausência no caminho de volta à Nazaré.

Saiba que essa perda do menino Jesus pelos seus pais ilustra muito bem as relações nos dias de hoje de muita gente com o próprio Cristo. Considere que muita gente ainda tem o pensamento de por terem sido nascidos e criados dentro de berços evangélicos, estão blindados e não perdem Jesus. Grande engano! Hoje é muito comum crentes estarem fisicamente dentro das igrejas, todavia, com o coração voltado ao mundo. Uns são até participativos, colaboram exercendo muitas atividades no reino, entretanto, devido a essa familiaridade, a esse costume e/ou aos rituais, não estão dando conta que Jesus já ficou para trás. Reflita!

Veja que o casal José e Maria andaram na frente e deixaram Jesus para trás, caminharam muitos quilômetros ou muitas horas sem darem conta do sumiço de Jesus, inclusive indagaram pelos parentes e amigos que faziam o mesmo trajeto e a resposta foi negativa (Lc 2.44). Considere que nos dias atuais não é nenhuma surpresa que muita gente tem feito a mesma coisa, pois em vez de caminharem com Jesus, tomam a decisão de andarem na frente, esquecendo que seguidor de Jesus é aquele que segue o Mestre. Guarde isso!

Compreenda que muitos cristãos pensam que estão andando com Jesus, quando na verdade não estão e ficam procurando Jesus com os amigos, com os conhecidos e logicamente não vão encontrá-lo, afinal, nem os amigos e nem conhecidos sabem. A narrativa de Lucas diz que o casal tomou a firme decisão de voltar á Jerusalém, fizeram o mesmo trajeto e depois de três dias de busca, acharam o sumido Jesus no templo!

Saiba que por costumes ou hábitos em algum momento da vida, é bem certo que milhares de pessoas também perderam Jesus. Entretanto, inobstante de onde houve essa perda e independente da causa motivadora, creia que sempre existe a possibilidade de retornar e encontrar Jesus, assim como fizeram seus pais José e Maria. Noutras palavras, se em algum momento você perdeu Jesus, hoje é uma ótima chance de voltar e encontrá-lo. Faça isso! Grande abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus, os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

 

Domingo, 31 Outubro 2021 23:54

31/10/2021 - CULTO DE ADORAÇÃO A DEUS

Domingo, 24 Outubro 2021 16:13

GADO

GADO

“O boi conhece o seu possuidor, e o asno, o estábulo do seu dono; mas Israel não conhece nada, e meu povo não tem entendimento.” (Is 1.3)

O livro de Isaías foi escrito pelo profeta de mesmo nome. Dentre os mensageiros de Deus do Antigo Testamento, certamente que Isaías foi quem mais atuou e quem mais profetizou. Seu ministério de atuação foi exercido durante quatro reinados de Judá, quando os reis Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias governaram a nação judaica. Suas mensagens advertiram tanto o povo judeu como outras nações, instruindo-as para que mudassem seus comportamentos, se arrependessem de suas transgressões e assim, se livrassem da justa retribuição de Deus pelos atos praticados (Is 22.11-18). Isaías também profetizou sobre as consequências da idolatria e da desobediência que a nação judaica responderia, o que  realmente veio a ocorrer anos mais tarde. Noutro giro, ele também anunciou a restauração do povo Israelita (Is 49.1-17).

O contexto dessa passagem marca o início do livro, fazendo uma analogia entre um animal e seu tutor e o povo de Israel com Deus. Comparativamente Isaías descreve que o animal conhece o seu dono e seu estábulo, enquanto a nação israelita não dava o devido valor a Deus (Is 1.2-8).

Algo bastante difundido nos dias atuais por meio de vídeos é a relação amorosa de muitos animais com seus respectivos donos. Grandes ou pequenos animais, todos demonstram não só conhecer seus tutores como fazem questão de evidenciar isso por meio de pulos, correrias, sons e algazarras. É a exteriorização de um amor puro, verdadeiro e que pela intensidade chega mesmo a ser constrangedor, principalmente quando a recíproca não é verdadeira. Reflita!

De forma comparativa, o profeta Isaías demonstrou em poucas palavras uma característica marcante do povo de Israel: a ingratidão. A bem da verdade a ingratidão se tornou um traço importante que preencheu os corações de todas as gerações, do pequeno ao maior, todos os israelitas se mostraram ingratos a Deus. Considere inicialmente que o povo Hebreu foi resgatado da escravidão no Egito, peregrinaram no deserto sendo alimentados de maneira sobrenatural, se fartaram de água, foram guiados em todo o percurso e passaram a seco o Rio Jordão, entretanto, aquela geração israelita não reconhecia que o mesmo Deus que realizara maravilhas, continuava a sustentá-los já nas terras da herança. Foi neste contexto que o profeta Isaías confrontou seus compatriotas como forma de balançar as estruturas espirituais do povo, e assim, trazê-los á uma realidade que eles não podiam ignorar.

A ingratidão existe em todos os ambientes, aliás, ninguém escapa de um dia se ver no meio de uma situação onde a palavra ingratidão reinou soberanamente. Tem sido comum ver pessoas frustradas porque alguém que ela ajudou e/ou acolheu em épocas de choro e dor, um belo dia não reconheceu essa ajuda e nem este acolhimento. Muito embora gestos de agradecimento ainda são vistos mundo afora, é de se reconhecer que essa prática tem sido ignorada, inclusive no meio cristão. É como se a pessoa não entendesse e nem desse valor ao favor recebido.

Isaías mostra a ingratidão como uma particularidade gritante do povo Israel, e faz uso de um animal que era comum naquela sociedade. Para Isaías, era inconcebível que o povo não reconhecesse Deus e suas obras, enquanto um simples animal irracional fazia isso com maestria. Ou seja, um animal bruto, destituído de razão e de consciência conseguia ser melhor que seus compatriotas, pois evidenciava obediência e submissão ao seu proprietário e conhecia sua moradia, enquanto o povo de Deus, conscientemente não reconhecia o Deus de seus antepassados (Ex 3.6).

Entenda bem que passados mais de dois mil anos e longe da geografia da Palestina, pode-se dizer hoje que nada mudou, porquanto o sentimento de ingratidão das pessoas em relação a Cristo continua na mesma intensidade, se não maior. Raras as pessoas que reconhecem Jesus como aquele que voluntariamente enfrentou a cruz, venceu a morte, ressuscitou e vivo está. Hoje se percebe que a ingratidão abriu uma filial em muitos corações e se mantém firme e atuante, caminhando a passos largos para conquistar mais clientes.

Incrível, mas gente de todas as idades e de todas as classes sociais, cristãs ou não, quando se veem em dificuldades, o primeiro nome que lhes chega à mente é Jesus Cristo. E de forma também incrível, Cristo tem abençoado indistintamente, tem curado, tem transformado vidas e dado direção a muitos, todavia, parece que tudo isso tem sido insuficiente, tal a enorme quantidade de pessoas ingratas que recebem suas bênçãos e depois não reconhecem Jesus como aquele que os curou, os resgatou do mundo da escravidão do pecado e lhes deu vida nova. Reflita!

Resumindo: A comparação continua sendo válida, os animais continuam reconhecendo seus donos, mas muitas pessoas ainda tem grandes dificuldades em reconhecer Cristo em suas vidas. Pense nisso!  Forte abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Segunda, 18 Outubro 2021 09:07

JUSTIÇA

JUSTIÇA

“…pois qual é a parte dos que desceram à batalha, tal será também a parte dos que ficaram com a bagagem; receberão partes iguais”.  (1 Sm 30.24)

 

Samuel, filho da ex-estéril Ana, foi juiz, profeta e sacerdote em Israel e conforme os estudiosos, são de sua autoria grande parte dos dois volumes que levam o seu nome (1 e 2 Samuel). O primeiro livro de Samuel traz as ações do governos de Saul e Davi e faz a ponte ligando o período histórico que Israel não teve rei com o reinado de Saul e posteriormente com o reinado de Davi.

Contextualizando a narrativa, veja que Davi e seus guerreiros saíram em perseguição a um grupo de amalequitas que queimaram a cidade filisteia de Ziclague e levaram todos seus moradores como escravos, inclusive as mulheres de Davi e as esposas de seus soldados. Houve perseguição, luta campal e Davi saiu vencedor. Outras particularidades também aconteceram nessa história, mas resumidamente esse foi o resultado (1 Sm 30).

Veja que ter raiva, guardar rancor e prometer retaliações é um sentimento que está dentro do coração do homem, afinal, desde os primórdios da humanidade, Deus observou que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos do coração humano era má continuamente, ou seja, todos os dias o homem luta contra si mesmo para não fazer o que é mau aos olhos de Deus (Gn 6.5; Rm 7.18).

O texto diz que Davi tinha cerca de seiscentos homens prontos para a guerra e quando retornaram à cidade de Ziclague onde moravam, viram que a cidade fora queimada e suas famílias foram levadas como escravas (1 Sm 30.1). Emocionalmente abalados todos eles quiseram apedrejar Davi, culpando-o pela situação (1 Sm 30.6). Pode-se imaginar que se não fosse pela misericórdia de Deus Davi teria sido morto pelos seus amigos, todavia, após serenados os ânimos, Davi e os seiscentos saíram ao encalço dos inimigos. Desses, duzentos homens não prosseguiram na perseguição alegando cansaço e ficaram no meio do caminho, vigiando as bagagens. Com quatrocentos homens, Davi os derrotou e quando voltaram, houve discussão entre os soldados sobre a divisão dos despojos de guerra.

Na visão dos quatrocentos homens, os amigos que não foram à luta, não eram merecedores e não teriam nenhum direito sobre os despojos  (1 Sm 30.22). A narrativa de Samuel mostra que Davi interviu na contenda e determinou que os despojos fossem distribuídos de maneira igualitária (1 Sm 30.24).  Tanto para quem foi como para quem ficou guardando e protegendo a bagagem, aliás, lembre-se: quem foi à guerra se viu livre de pesos e cargas desnecessários que ficaram para trás. Pense um pouco!

Entenda bem que a narrativa da história mostra um desajuste do ser humano que muitas das vezes não consegue olhar para seus amigos e irmãos com olhos de bondade, compaixão e igualdade. É de se imaginar que quando quiseram apedrejar Davi, todos aqueles soldados tinham o mesmo pensamento, todos estavam sentindo na própria pele o peso de perder suas mulheres, filhos e filhas e quando saíram para perseguir os inimigos, todos também tinham o mesmo ideal, entretanto, bastou um evento inesperado - cansaço -, para que brotasse o perverso sentimento da desconsideração. Para aqueles que nutriam o desejo de não repartir o resultado da guerra, os amigos de outrora não tinham nenhum valor. Ou seja, eles serviram enquanto eram úteis, mas sem utilidade não eram mais merecedores. Reflita sobre o valor da utilidade em dias de hoje!

Entenda bem que vivemos numa sociedade que á cada dia valoriza o mérito, se faz, tem valor e se não faz, não recebe. Com memória curta o homem não consegue trazer às suas lembranças o quanto alguém lhe foi útil num passado recente e sem essa lembrança, é fácil praticar o abandono e o descarte. Ao decidirem não repartir os despojos, aqueles soldados não levaram em consideração que seus amigos em épocas passadas lutaram juntos, é provável que um tenha defendido e/ou até ajudado o outro nas batalhas, mas ali naquele momento, essas atuações do passado não tinham mais nenhum valor, o que que valia era o mérito do tempo presente. Pasmem!

O texto afirma que Davi interviu e mostrou aos soldados que a meritocracia é totalmente diferente da reta justiça e, mesmo lá no Antigo Testamento, se percebe que no Reino de Deus, a aplicação da reta justiça não acontece por meio do merecimento, mas por meio do amor, amor originário em Deus. Reflita!

Jesus deixou claro na parábola dos trabalhadores da vinha que a aplicação da justiça também se diferencia do mérito. Na parábola, o dono da vinha paga a mesma diária tanto para quem começou o trabalho nas primeiras horas do dia como para o trabalhador que chegou quase ao findar do tarefa. Isso é justiça, muito embora não tenha agradado àqueles que começaram o trabalho mais cedo e só enxergavam o caso debaixo de sua ótica (Mt 20.1-16)

Compreenda que mesmo em épocas diferentes, tanto Davi como o ensino de Jesus mostram  que a justiça do reino de  Deus não é fundamentada no mérito, mas na igualdade de tratamento, na  graça, na misericórdia e na justiça com amor. Saiba que Jesus morreu na cruz para salvar a todos, e indistintamente, ninguém não merecia, ninguém tinha mérito algum para ser perdoado, mas por meio da graça, o sacrifício e a salvação veio para todos. Tanto para quem fez mais no reino quanto para quem chegou agora e não teve tempo para realizar mais. Você entende isso? Grande abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton  Marques de Oliveira - Pr

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