Milton Marques de Oliveira
16/06/2017 - CASAIS "SENDO UM"
COMPAIXÃO
COMPAIXÃO
“E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais” (Jo 8.11).
João, discípulo de Jesus foi o autor deste evangelho, de três cartas a diferentes destinatários (1ª, 2ª e 3ª João) e do livro de Apocalipse. Dente os discípulos, João foi o que mais escreveu, o que mais desfrutou da intimidade de Cristo e certamente o que mais testemunhou das obras do Mestre, estando com Cristo praticamente em todos os momentos de seu ministério. Em seu evangelho, João apresenta Cristo como o filho de Deus e diferente dos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, ele deu ênfase nas controversas de Cristo com seus adversários, os fariseus, os saduceus e os escribas (Jo 1.34).
O versículo acima está contextualizado na acusação de um grupo de fariseus contra uma mulher não identificada, que fora apanhada em adultério e apresentada a Cristo. Pela lei mosaica, todo aquele que cometesse adultério deveria morrer por apedrejamento, tanto o homem quanto a mulher (Lv 20.10). Aqueles acusadores não tinham tanto interesse em punir aquela mulher, na verdade eles pretendiam conseguir provas para desacreditar Jesus. Se Jesus fosse favorável ao apedrejamento, seria acusado de não ter compaixão e de ir ao encontro de Roma, pois só o Império Romano tinha o direito de executar alguém condenado. Se não ordenasse o apedrejamento, seria acusado de não apoiar e ir contra a Lei.
Atente que nos dias atuais, sempre há uma pessoa acusando outra, culpando e impondo responsabilidades por algo indevido. É praticamente impossível uma pessoa afirmar que jamais foi acusada, hoje vive-se num mundo onde é mais cômodo culpar e acusar o outro do que assumir responsabilidade pelos próprios erros. Pior que apontar o erro alheio, é quando as acusações acontecem em ambiente público, assim como fizeram com aquela mulher que fora colocada pelos fariseus no meio de muitas outras pessoas. Lembre-se que naquela época, século I, predominava uma sociedade machista e patriarcal, o que logicamente jogou mais peso sobre os ombros dela (Jo 8.4).
Embora reconhecesse que a acusação era verdadeira, ela sofreu as consequências naturais que o pecado de adultério poderia lhe causar, como a vergonha e constrangimento pela exposição pública a que foi submetida, ademais, os fariseus não apresentaram o homem com quem ela teria se relacionado e que estava sujeito às mesmas penalidades naturais da transgressão (Lv 20.10; Jo 8.6).
Assim como os fariseus religiosos daquela época, nos dias atuais pouco mudou. Há muitas pessoas mais preocupadas em apontar o dedo e acusar, do que efetivamente demonstrar amor e compaixão. Idênticos àqueles fariseus, muitos acusadores de hoje, hipocritamente, são falhos e imperfeitos, levam uma vida pautada pelas vontades e desejos pessoais, evidenciada pelo status, pelo poder, pela ganância, pelo dinheiro e pelo orgulho. Em termos de pecados, são tão pecadores quanto, mas optam muito mais em julgar e constranger. Há uma evidente contradição e na cabeças dessas pessoas não existe o perdão, a compaixão e a bondade. Reflita!
Jesus muito ensinou aos judeus sobre a falsidade de seus compatriotas fariseus no julgamento daquela mulher, não sendo eles pessoas capacitadas para julgar seus semelhantes. Conhecedor do interior e do coração das pessoas, Cristo deixou claro que não existe nada escondido que não venha a ser revelado e nem oculto que não venha a ser conhecido. Noutras palavras, Cristo evidenciava que a farsa tem pernas curtas, tanto que os acusadores daquela mulher se retiraram furtivamente, reconheceram que não eram qualificados e nem estavam em condições para julgar (Lc 12.1-2).
"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e meu fardo é leve." (Mt 11.28-30). Percebe-se nos dias atuais uma grande resistência das pessoas de não só conhecerem a Jesus como Salvador, mas de permanecerem em Sua presença, notadamente quando aparecem mais julgadores que pessoas sensíveis e consternadas com as fraquezas humanas. Tanto para aquele grupo de fariseus como para muitos hoje em dia, é mais cômodo julgar, do que enxergar suas próprias transgressões. Reflita!
A história dessa mulher adúltera termina com Jesus perdoando-lhe seu erro e ordenando-a a não mais pecar. Não que Cristo fosse convivente com o pecado dela (Cristo sempre condenou o pecado), mas deu-lhe uma ordem para ser cumprida, ou seja, vá e não peques mais. Pode-se conjecturar que ela cumpriu rigorosamente essa ordem, se arrependeu, reativou seus sonhos e projetos, teve sua vida encaminhada e se viu incluída na sociedade. Na visão míope dos seus acusadores, os planos e sonhos dela terminariam mortos no apedrejamento, mas Cristo, riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor lhe perdoou, incluiu e ressuscitou seus sonhos (Ef 2.4).
Compreenda, portanto, a importância de não julgar, mas de praticar o perdão, de agregar, de resgatar e de ter compaixão. Afinal de contas, assim como aquela mulher, o homem estava longe e afastado de Deus (Ef 2.3-5), mas pela sua misericórdia, ELE perdoou, incluiu, resgatou e trouxe esperança, amém? Creia nisso!
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
11/06/2017 - CULTO DE LOUVOR A DEUS
10/06/2017 - JOVENS CONECTADOS COM CRISTO
BAJULADORES
BAJULADORES
“O mensageiro que tinha ido chamar Micaías lhe anunciou: “Eis que os profetas são unânimes em suas profecias em favor do rei; vede que também a tua palavra seja como a de um deles, e fala o que é bom e agradável! ” (2 Cr 18.12)
Outrora, os dois livros de Crônicas formavam um só volume, eles trazem as histórias sobre os reinados de Israel e de Judá. Muito provavelmente estes livros foram divididos pelos rabinos que traduziram a Bíblia da língua hebraica para o grego, de forma a facilitar o entendimento de suas traduções. Os registros de Crônicas trazem praticamente as mesmas informações que os dois livros de Samuel e de Reis. Embora o autor de Crônicas seja desconhecido, as suspeitas sobre sua autoria recaem sobre o sacerdote Esdras, que viveu no período do pós cativeiro dos judeus na Babilônia.
Os registros históricos sobre o rei Acabe apontam que ele foi um rei que fez o que era mal aos olhos do Senhor e como se isso ainda fosse pouco, ele serviu e adorou os deuses de Baal (2 Rs 16.29-31). “Miséria pouca é bobagem”, essa frase é um dito popular que se encaixa perfeitamente neste episódio, ou seja, não bastou ao rei Acabe fazer tudo o que fosse ruim, mal e que desagradasse ao Senhor, mas ele foi além, quando cultuou e serviu aos deuses estranhos trazidos por sua mulher, Jezabel.
O versículo acima mostra o inusitado pedido do mensageiro do rei Acabe ao profeta Micaías, solicitando ao profeta que falasse somente aquilo que fosse bom e agradável aos ouvidos do rei Acabe (2 Cr 18.7-8). Nessa passagem o rei Acabe estava prestes a ir para uma batalha e 400 profetas tendenciosos e simpáticos ao rei, falavam tudo aquilo que ele desejava ouvir. Eram palavras mentirosas e que massageavam o ego do monarca. Aqueles profetas eram falsos e enganadores, pronunciavam palavras oriundas de suas vontades pessoais e tinham como único objetivo acariciar o ego e o coração do rei. Entenda que da mesma forma, hoje existem muitos pseudoprofetas que falam pela carne e mentem escancaradamente, e há outro tanto que vivem correndo atrás de palavras agradáveis que se encaixam em seu modo de vida. Reflita!
Veja que muitos cristãos vivem magoados justamente por vivenciarem o mesmo espírito determinístico do rei Acabe. Essas pessoas desejam ouvir palavras que se ajustam perfeitamente na sua maneira de viver, notadamente quando andam praticando atos contrários à doutrina cristã. Se aborrecem quando a Palavra de Deus confronta seu comportamento e esbarra nas suas atitudes desalinhadas com a verdade.
Saiba que o rei Acabe conduzia espiritualmente o povo de Israel para longe de Deus, fazia cultos, adorava e idolatrava o deus Baal, e neste contexto, era evidente que ele não tinha nenhuma simpatia pelo profeta Micaías, pois este não se curvava à sua vontade. Micaías não fazia parte do grupo de profetas que bajulavam o rei Acabe e somente pronunciava aquilo que Deus desejava que ele falasse, ou seja, Micaías era uma ferramenta, um instrumento usado por Deus e por isso, com razão odiado pelo rei (1 Rs 22.8).
Deste episódio do rei Acabe, compreenda uma comparação com a triste realidade de nossos dias. Há pessoas que ficam extremamente descontentes quando a Palavra de Deus os confronta em decorrência de seu comportamento e de sua maneira de viver, tanto fora como dentro das igrejas. Essa perversidade - ser cristão e não viver como cristão - tem sido comum na atualidade, notadamente quando se verifica que posturas inadequadas e objetivos pessoais são tratados de maneira prioritária, em detrimento de uma vida plena no Espírito. Observe, há muitos cristãos que não são cristãos. Atente para isso!
Reconheça no tempo presente a necessidade das pessoas em ouvirem palavras de cunho motivacionais, que não confrontam o pecado e nem as iniquidades que permeiam a igreja. O profeta Micaías soltou sua voz pronunciando o que Deus desejava que ele falasse, noutras palavras, Micaías não disse nada para bajular o rei, mas manifestou a verdade do que iria acontecer naquela guerra que se aproximava.
O final da história mostra que o rei Acabe foi para a batalha, tentou e não conseguiu enganar o inimigo, acabou ferido e morreu (2 Cr 18.34). Na voz tendenciosa de seus profetas e simpatizantes, ele sairia vencedor e a batalha terminaria bem. Todos falavam a uma só boca e desta forma, eles incentivaram o rei a seguir no caminho da morte. A verdade estava nas palavras do profeta Micaías que via o povo de Israel disperso e sem pastor (2 Cr 18.16). Entenda, portanto, o perigo de dar créditos às palavras enganadoras vindas de pessoas tendenciosas que podem te trazer o mal. Dê ouvidos à verdade, tão somente à verdade, amém? Creia nisso!
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre.
Milton Marques de Oliveira - Pr
04/06/2017 - CULTO DE LOUVOR A DEUS
03/06/2017 - CEIA DO SENHOR
EXALTAÇÃO
EXALTAÇÃO
“Pois não podemos deixar de falar de tudo quanto vimos e ouvimos! ” (At 4.20)
O livro de Atos dos apóstolos é uma continuação do evangelho de Lucas. Nele estão registrados a conversão de Paulo, as viagens missionárias, o início da igreja no mundo de então, as lutas, as dificuldades e as perseguições do Império Romano. O livro serve de base para comparações de datas e esclarecimento de detalhes importantes, principalmente quando se analisa as cartas escritas pelo Apóstolo Paulo. Atente ainda que o Espírito Santo é mencionado em Atos diversas vezes, confirmando as palavras de Jesus antes de sua ressureição (At 1.8-9).
O versículo acima está dentro do contexto da primeira perseguição levada a efeito pelos sacerdotes, principais do templo e seita dos saduceus. Estes não gostaram da ministração feita pelo discípulo Pedro ao povo sobre a morte e ressureição de Jesus dentre os mortos. O discípulo Pedro havia sido preso e logo após se dirigiu ao sinédrio judaico e ali se manifestou como firme testemunha do que viu e ouviu, enquanto esteve com Cristo (At 4.1-4). Lembre-se que após sua ressurreição, Jesus apareceu aos discípulos (Lc 24.36), comeu com eles (Lc 24.42-43) e os comissionou para pregarem o evangelho da salvação, conduzirem as pessoas ao arrependimento e a remissão dos pecados. Jesus orientou os seus discípulos que de todas estas coisas eles seriam testemunhas (Lc 24.48).
Atente que a simples pronúncia da palavra testemunha leva a mente das pessoas para os tribunais, onde a testemunha tem papel importante nos julgamentos. Cabe a pessoa arrolada como testemunha se pronunciar em falar a verdade sobre determinado fato. A testemunha é tão relevante que Deus a inseriu nas tábuas da lei como o nono mandamento na relação do homem com seus semelhantes, justamente para incutir na mente do povo a importância de falar a verdade, de ser honesto e sincero (Ex 20.16). Da mesma forma os tribunais seculares prezam pelo testemunho da verdade para imputação de responsabilidades nos julgamentos. Noutro giro Jesus ensinou que o diabo é o pai da mentira, ou seja, a testemunha mentirosa tem paternidade (Jo 8.44). Reflita!
Pedro falava sobre tudo aquilo que ele havia visto com seus próprios olhos e obviamente, tinha escutado também enquanto esteve com Jesus. Era natural que isso incomodasse os sacerdotes, aliás, antes deste discurso, Pedro e João haviam sido ferramentas de Deus na cura de um homem aleijado, ou seja, presenciaram a cura. E falar sobre a ressureição era assunto que os integrantes da seita dos saduceus não apreciavam. Veja que Pedro foi uma testemunha fiel na exata expressão da palavra, ele dizia a verdade. Perceba também que o discípulo João, seu companheiro naquele momento, também se manifestou como testemunha de Cristo em seus escritos, ao declarar o que viu, o que escutou e o que contemplou no ministério de Jesus (1 Jo 1.3).
Falar a verdade foi primordial para as primeiras conversões dos judeus ao cristianismo, e é importante também nos dias de hoje para gerar confiança das pessoas em Cristo. Saiba, pois, da relevância dos crentes atuais em serem bons mensageiros da palavra de Deus, cuidando que suas atitudes, comportamentos e modo de vida sejam testemunhas da transformação operada pelo poder de Deus.
O apóstolo Paulo se expressou de maneira única ao afirmar que o homem, então pecador e dado as práticas mundanas, ao conhecer e aceitar pela fé Cristo em seu coração, ele passa a ser uma nova pessoa (2 Co 5.17). Essa mudança de habitante do mundo do pecado para um mundo de luz, observada pelas demais pessoas é um testemunhado daquilo que Jesus pode fazer. Reflita isso!
Compreenda que ser testemunha daquilo que que Cristo fez em sua vida é fundamental para os demais depositarem sua confiança em Jesus e desta forma, por meio deste exemplo, salvarem muitos da perdição eterna. Uma boa testemunha se traduz em um modelo, um referencial a ser copiado e foi exatamente isso que os dois discípulos se dispuseram a fazer ao manifestaram sua fé em Cristo publicamente.
Há muitas outras formas de exaltar o nome de Jesus (2 Co 6.4). Pode-se glorificar o nome de Cristo relatando as bênçãos e maravilhas que ELE tem realizado por você e por seus familiares (Sl 126.3). Pode-se declarar que Deus tem derramado sua misericórdia e bondade, te mantendo vivo (Sl 3.5), afinal de contas, “ o SENHOR é quem tira a vida e a dá”, ou seja, Deus é o dono da vida(1 Sm 2.6).
Reconheça também a existência de más testemunhas, infelizmente são aquelas que denigrem o evangelho e promovem o afastamento das pessoas de Deus, proporcionando escândalos por meio de comportamento, modo de vida e posturas inadequadas com a doutrina cristã. São testemunhas que influenciam negativamente, distanciando as pessoas e impedindo que o nome de Jesus seja proclamado (Rm 14.15; 2 Co 6.3).
Veja que o comportamento do cristão perante a igreja e toda sociedade é diariamente analisado. Lembre-se que a maneira de falar, a postura, as atitudes, as reações, o modo de se comportar e outros indicadores cristãos são suas referenciais (Mt 12.33-37). Seja, portanto, uma testemunha fiel, consolidando e exaltando o nome de Cristo, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
27/05/2017 - INAUGURAÇÃO DA COMUNIDADE OCN - LAVRAS/MG
NÃO!
NÃO!
“Buscou Davi a Deus pela criança; jejuou Davi e, vindo, passou a noite prostrado em terra." (1 Sm 12.16)
Difícil encontrar alguém que não tenha lido, estudado ou mesmo ouvido a história do rei Davi. Sua trajetória nos registros bíblicos começa quando o profeta Samuel o ungiu como rei de Israel, logo em seguida ele travou e venceu a luta contra o gigante filisteu de nome Golias, homem esse que desafiou o povo de Israel.
Davi é por demais conhecido por suas qualidades, principalmente pela humildade, pois em nenhum momento se exaltou com seus feitos dando a si mesmo os méritos de suas conquistas, antes pregava suas limitações, exaltando e atribuindo sempre a Deus suas vitórias ((Sl 131); 1 Sm 17.37). Outra característica de Davi era a honestidade na condução de sua vida. Nas palavras do profeta Samuel, Deus disse que Davi era o homem segundo o seu coração, mas isso não significa que Davi não cometesse pecado. Reflita isso!
No livro de Samuel tem-se registrado uma triste sequência que marcou a vida deste grande rei. Primeiro como rei de Israel ele deveria ir e não foi para uma batalha, segundo ele ficou no palácio, cobiçou e adulterou com uma mulher casada, terceiro ela engravidou, e como diz o ditado popular que miséria pouca é bobagem, para completar, em quarto lugar ele teve efetiva participação na morte de Urias, então marido de Bate-Seba com quem ele se relacionou. Atente para a força potencial do pecado e sobre isso, diz o salmista que um abismo chama outro abismo (Sl 42.7). Ante tudo isso, o rei Davi confessou sua transgressão e arrependeu-se do seu pecado (2 Sm 12.13; Sl 51)
Veja que mesmo arrependido e certamente perdoado por Deus, não se pode afirmar que os pedidos e as orações de Davi a Deus eram sempre atendidos. Entenda que com todas essas características, essas virtudes e todas essas qualidades ímpares como homem temente a Deus, o Criador não o atendeu quando seu filho concebido em pecado com a mulher de Urias adoeceu e veio a falecer.
Compreenda que receber um não como resposta é ruim em qualquer circunstância e ainda mais de Deus, rico em misericórdia, rico em benignidade e cuja paciência ultrapassa os limites do universo. Lembre-se que essa mesma paciência divina ficou plenamente comprovada nas diversas quedas do povo israelita. Saiba que mesmo nas caídas espirituais do povo de Israel e que não foram poucas, Deus nunca deixou de manifestar sua paciência, sua compaixão e amor. Deus é um Deus de compaixão, não esqueça disso!
Pode-se imaginar que o reflexo deste “não” de Deus na vida do rei Davi foi impactante, ainda mais quando se trata da morte de um filho. Como homem que temia ao Senhor e conhecia o poder e a justiça de Deus, certamente que Davi compreendeu as consequências naturais de seu erro e que Deus tinha coisas maiores para realizar em sua vida. Atente que muitas das vezes, o cristão clama a Deus em suas orações e jamais está preparado para escutar um não como resposta. O crente ora e tem fé, todavia, não compreende que Deus pode perfeita e soberamente negar seu pedido. Compreender a soberania de Deus é mesmo difícil para o homem.
Reina nos dias atuais uma teologia que prega e difunde uma visão que Deus não nega nada, que Deus está sempre pronto a ouvir e a conceder tudo aquilo que lhe for pedido, de maneira a fazer as pessoas mais felizes a alegres. Por essa vertente, todas as necessidades humanas serão contempladas, essa é a teologia onde a criatura determina ao Criador!
Quando pessoas que são próximas negam algo a outra, até se entende essa negativa como um fato normal, todavia, quando é Deus quem diz não, a compreensão humana fica nebulosa e muitos chegam a questionar se Deus é mesmo um Deus rico em misericórdia. Quando Deus não atende, algumas pessoas são levadas a questionar sua divindade, tal o volume de testemunhos que falam sobre as bênçãos concedidas a tantas outras pessoas. “Porque Deus não me atendeu e atendeu a fulano, a sicrano? ”. São perguntas complexas que exige uma maturidade cristã para responde-las. Atente nisso!
Perceba que a negativa de Deus, significa que Deus tem razões para não abençoar naquele momento e são razões que não cabe ao homem questionar. Jesus ao ensinar sobre a maneira de orar, deixou claro a prevalência da vontade divina em detrimento da vontade e dos desejos humanos, “seja feita a Tua vontade” (Mt 6.10b). Reflita isso!
Na história de Davi, seu pecado foi perdoado e a trágica morte da criança foi antecipadamente anunciada pelo profeta Natã (2 Sm 12.14). As limitações humanas impedem que o homem compreenda o agir de Deus, mas o homem deve entender que Deus tem projetos melhores. O nascimento de Salomão, filho de Davi, explica bem tudo isso, principalmente pelo histórico de seu reinado e por seus escritos em Provérbios e Eclesiastes.
Saiba ainda que Deus não atendeu ao clamor do apóstolo Paulo quando este manifestou por três vezes sobre um espinho na carne. “A minha graça te é suficiente” foi a resposta de Deus e Paulo continuou orando e louvando (2 Co 12.9). Reconheça, portanto, a soberania de Deus, ELE sabe o que faz e tem planos melhores para sua vida, creia nisso!
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr