Ministério Ouvindo o Clamor das Nações

 LADO CERTO

“...és tu dos nossos ou dos nossos adversários? ”  (Js 5.13)

Acima está a pergunta feita por Josué a um homem que lhe apareceu momentos antes da grande batalha que foi travada contra a cidade de Jericó. Josué foi um discípulo de Moisés e pode-se dizer que de onde Moisés tirava seus pés, Josué colocava os seus, tal a proximidade que unia o discípulo ao Mestre. Lembre-se que Josué, além de estar entre os doze espias que foram conhecer a terra de Canaã, foi escolhido por Deus para suceder a Moisés na condução do povo de Israel em direção à terra prometida (Dt 31.14; Js 1.1).

O versículo acima está contextualizado no início da batalha do povo de Israel contra a cidade de Jericó. Embora Josué tenha sido escolhido por Deus para a missão, quis o Senhor que ele passasse por uma experiência sobrenatural como forma de fortalecer sua fé. Assim, antes desse primeiro combate contra o inimigo, Cristo lhe apareceu declarando-se como “Príncipe do Exército do Senhor”. Certamente que Deus fazia questão que Josué não esquecesse que o Senhor foi e continuaria sendo a fonte de vitória contra os inimigos e não os homens de guerra escolhidos no meio do povo (1 Rs 22.19.).

“És tu dos nossos ou dos nossos adversários? ”.  Por muitos motivos, por vezes as pessoas não conseguem distinguir com quem está travando uma conversa. Mesmo nas redes sociais onde as pessoas podem ser identificadas por meio de fotografias, ainda há dúvidas se aquela imagem corresponde exatamente à pessoa que deva ser. Há muitas maneiras de enganar e ludibriar as pessoas e isso tem sido tão frequente que inclusive no meio cristão não faltam notícias sobre alguém que foi enganado. O pagamento para estes enganos pode sair caro. Reflita!

Josué por uns segundos aparenta ter dúvidas. Como não reconheceria um dos seus? A dúvida logo sumiu quando a resposta veio e Josué entendeu que estava tratando com Deus e adorou (Dt 6.13; Lc 4.8). A ordem para retirar suas sandálias como sinal de extrema reverência e de humildade, veio para reforçar na mente de Josué que ele estava mesmo diante do Senhor, lhe fazendo lembrar do momento em que o Senhor aparecera a Moisés e lhe deu a mesma ordem (Ex 3.5).

Entenda que todo cristão enfrenta batalhas, passa por dificuldades de todos os tipos, há lutas que parecem não terminar e ás vezes quando uma acaba, surge outra e mais outra. Há casos onde nem o desespero encontra espaço, tal a quantidade de adversidades que lhe ocupam o coração. Paulo escrevendo aos Efésios, deixou claro que essas lutas estão no campo espiritual, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas e contra as hostes espirituais da maldade (Ef 6.12). Ou seja, a todo momento há mesmo um adversário espiritual querendo derrubar e destruir o cristão, e daí é que surge a necessidade de o crente estar blindado, fortalecido e revestido pela palavra de Deus. E isso somente acontece quando ele está no lado certo desta batalha, no lado de Deus (Ef 6.10-11). Lembre-se disso!

Josué estava na iminência de enfrentar uma grande batalha e era necessário derrotar Jericó. Era momento de decisão. Entenda que diariamente as pessoas enfrentam seus problemas e dilemas e necessita se posicionar corretamente no campo de batalha, definindo de que lado está. E Josué fez a indagação se aquele ser era amigo ou não. Era primordial ter esse conhecimento para se posicionar naquela batalha que estava para começar.  

Lembre-se que a filha de Jairo estava doente e enquanto ele procurava por Jesus ela entrou em óbito e essa notícia chegou aos seus ouvidos. Era uma informação que literalmente tirava suas esperanças de vitória, eram forças contrárias à sua fé. Quem lhe trouxe essa notícia não comungava da mesma crença, ou seja, era inimigo e estava posicionado no outro lado daquela batalha (Mc 5.35). A vitória de Jairo somente veio porque ele não trocou de lado, isto é, naquela batalha, seus amigos jogavam no time adversário e de forma idêntica os guerreiros de Jericó não estavam no mesmo lado de Josué. De maneira similar, a multidão que queria calar o cego Bartimeu de clamar a Jesus pela sua cura, também era um adversário que jogava no outro time (Mc 10.46-52). Jairo teve sua filha ressuscitada e o cego teve sua visão restaurada, ambos lutaram no lado certo, no lado de Jesus. Creia nisso!

Josué venceu a batalha de Jericó. A história do povo de Israel demonstra que eles tomaram posse das promessas de Deus e conquistaram Canaã. E nos momentos em que eles ficavam no lado do Senhor, venciam seus adversários. Quando mudavam de lado indo atrás de outros deuses, as derrotas eram certas e o cativeiro na Babilônia veio para comprovar isso (Jr 25). Lembre-se, portanto hoje e sempre, para ser vitorioso contra as adversidades desta vida é preciso estar no lado certo, no time de Cristo, amém? 

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, hoje e sempre!

Milton Marques de Oliveira - Pr

GRANDES COISAS

“Sim, grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres. ” (Sl 126.3) 

Conforme os estudiosos os salmos 120 ao 134, fazem parte do grupo de salmos denominados de “Cânticos dos Degraus”. São cerca de quinze salmos que eram cantados pelos judeus peregrinos que caminhavam de volta a Judá, vindos do cativeiro na Babilônia, mais precisamente para a cidade de Jerusalém. Estes salmos eram cantados também por todos aqueles adoradores que iam para Jerusalém por ocasião das grandes festas judaicas (Dt 16.16-17).

O salmo 126 está no contexto histórico de Israel, notadamente naquele período em que o povo judeu se afastou dos caminhos do Senhor, fazendo o que era mau, se rebelando e indo atrás de outros deuses. Embora Deus tenha usado muitos profetas para advertir o povo judeu sobre o perigo deste distanciamento, o Senhor usou o ímpio rei Nabucodonosor para disciplinar seu povo e isso gerou a deportação de muitos judeus para a Babilônia, onde permaneceram por setenta anos (Jr 25). Ao retornarem para Jerusalém, eles cantavam com alegria este e outros salmos (Ed 5.8).

Atente que frequentemente, muitos cristãos dão muito mais importância às suas lutas, suas adversidades e tribulações do que efetivamente destacar aquilo que Deus fez e tem feito em suas vidas. Optam por valorizar seus conflitos, seus momentos de tristeza e suas dores e quase nada relatam sobre a bondade, a misericórdia e a ajuda de Deus, ou seja, carregam em suas mentes a impressão equivocada que a vida cristã deve ser valorada pelas aflições e nunca, jamais pelas vitórias que somente o Criador pode conceder. Gostam mais de noticiar suas lutas e aflições do que as bênçãos recebidas. Veja que basta encontrar um cristão e ele logo vem dizendo sobre suas lutas. Reflita!

 Realmente o cristão enfrenta muitas provações, passa por muitas lutas e adversidades, mas também é real que Deus tem dado livramentos e bênçãos sem medidas. Lembre-se da certeza que o homem nasceu destituído da glória de Deus (Rm 3.23), todavia, mais certo ainda é que Cristo é o salvador da humanidade, aquele que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Ou seja, a tônica está nas bênçãos e não nas adversidades. Pense nisso!

Perceba que o povo judeu, em decorrência de seu comportamento rebelde e desobediente, sofreu a justa retribuição de Deus e pagou muito caro pela sua postura perante Deus. Naquela época o profeta Jeremias não se cansava de advertir seus compatriotas sobre o perigo deste afastamento de Deus, mas sua pregação não foi suficiente. Eles esqueciam rapidamente as vitórias que o Senhor havia dado e mergulhavam fundo na idolatria e disso veio a invasão babilônica e todo um contexto de perdas humanas, materiais e obviamente, espirituais e (Dn 1.1-3).

Não é preciso muito esforço da mente para reconhecer as grandes coisas que o Senhor tem feito para cada um. “Eu me deitei e dormi; acordei, porque o Senhor me sustentou” (Sl 3.5), isto é, ao ter a oportunidade de ler este texto hoje, entenda que já é um grande feito de Deus em sua vida, te mantendo vivo (1 Sm 2.6). Deus já derramou sobre a sua vida a misericórdia e a bondade que somente ELE pode proporcionar. Reconheça que estar vivo é uma grande dádiva do Criador (Tg 4.14).

Os judeus que tinham ficados na terra de Judá, passavam por muitas dificuldades (Ne 1.2-3). Os que foram para a Babilônia retornavam de uma longa jornada de setenta anos em terra estranha. Muitos destes nasceram em terra estranha e estes peregrinos, vinham cantando louvores a Deus, demonstrando que mesmo após a dura repreensão, ainda tinham motivos para afirmar que o Senhor tinha feito grandes coisas e por isso, estavam alegres (Sl 126.3).

“Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência; Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. ” (Ef 2.2-3).  Saiba reconhecer que Deus fez grandes coisas por todos, e o apóstolo Paulo deixa isso bem claro quando ensinou aos integrantes da comunidade cristã em Éfeso, mostrando quem eles eram. Paulo emprega o verbo no plural, inserindo ele próprio na mesma situação de afastados de Deus e essa aproximação do homem pecador com Deus é uma transformação que ocorreu na vida de todo cristão regenerado. Uma grande realização de Deus e motivo de alegria para todos. Reflita isso!

Perceba hoje a importância de dar mais valor ao que Deus fez na sua vida. Ser grato e reconhecer o agir de Deus. Lembre-se da cura dos dez leprosos (Lc 17.11-19). Lembre-se que apenas um daqueles que foram curados teve a sensibilidade de reconhecer a benção e voltar para agradecer. Ele deu valor ao que Cristo fez por ele. Provavelmente que os demais se lembravam apenas da doença e das dificuldades que ela impunha, e pouco valorizaram a cura. Pense nisso!

Entenda, portanto, o dever do cristão em testemunhar mais as bênçãos, dar mais valor ao que Deus fez e tem feito em sua vida, e não valorizar as adversidade e aflições como se elas merecessem ser propagandeadas e noticiadas para todo mundo. Esqueça as adversidades e divulgue em alta voz as bênçãos de Deus em sua vida, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

Milton Marques de Oliveira -  Pr

PADRÃO

“... torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza. ”  (1 Tm 4.12)

O apóstolo Paulo escreveu duas cartas a Timóteo, a primeira foi escrita por volta de 64 AC e, quase três anos depois, ele enviou a segunda. Ambas são conhecidas por cartas pastorais pelo seu conteúdo eclesiástico, objetivando a orientação, a ordem na igreja e principalmente o ensino. Lucas descreve Timóteo como um discípulo de Paulo, companheiro em suas viagens missionárias, cujo pai era grego e sua mãe judia, de nome Eunice (At 16.1). O apóstolo Paulo o tratava como verdadeiro filho na fé, e logo no início da carta, lhe deseja graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor (1 Tm 1.1-2).

O versículo acima está dentro do bloco de ideias de Paulo sobre a vida de um ministro de Cristo, todavia, pela sua abrangência é perfeitamente aplicável indistintamente como instrução a todo cristão, para que este conheça quais as qualidades e os deveres que dele se espera, dentro e fora da igreja (1 Tm 4). Perceba que Paulo chama a atenção de Timóteo para que ele se torne padrão, ou seja, seja visto como exemplo e modelo a ser copiado, não só para os irmãos daquela comunidade cristã, mas também para a pessoas que viviam em Éfeso, cidade para onde Paulo o havia enviado (1 Tm 1.3).

Frequentemente os jornais noticiam prisões de gestores públicos e privados envolvidos em atos de corrupção com o governo. São pessoas por demais conhecidas cujos nomes estavam em evidência na sociedade quando a justiça pública os alcançou. Reconheça que em decorrência dos atos por eles cometidos, muitas pessoas ficaram decepcionadas. Amigos, colegas e até mesmo familiares, se sabiam ou não das atividades ilícitas, sentiram que eles não foram bons exemplos aos demais.

Veja que Paulo deixa transparecer uma certa ordem para que Timóteo se torne padrão, e aponta a palavra, o procedimento, o amor, a fé e a pureza como áreas a serem trabalhadas (1 Tm 4.12). Saiba que nos primórdios do cristianismo não haviam como hoje os evangelhos, e o NT não estava formado em sua totalidade. Assim, Paulo pede que Timóteo fosse modelo na palavra, ou seja, no linguajar, na maneira de falar, nas conversações diárias com as demais pessoas, afinal de contas como cristão e mais ainda como líder daquela comunidade cristã, ele deveria evitar conversas paralelas que não edificassem. Agindo desta maneira, Timóteo estaria dando bom testemunho de Cristo, principalmente quando tivesse que aconselhar integrantes da comunidade (Ef 4.29). Atente para nos dias de hoje, muitos cristãos que ainda não se revestiram de o novo viver em Cristo, principalmente quando deixam nítido em suas conversações, palavras não condizentes com o vocabulário cristão.  Pense nisso!

Que Timóteo fosse exemplo no modo de viver, nas atitudes e no comportamento, ou seja, em seus procedimentos do dia a dia. De maneira similar, Paulo também pediu a Tito que fosse exemplo em tudo (Ti 2.7). Se para o cristianismo que naquela época dava os primeiros passos, era muito importante um comportamento diferenciado, hoje também é preciso demonstrar as virtudes cristãs. Perceba a importância de o cristão ser diferente em seu modo de viver, não só renunciando as práticas mundanas (2 Co 6.17), mas exaltando o caráter cristão e as características do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22). Pense isso!

Veja que outras duas áreas que Paulo aborda são o amor e a fé. Amor e fé andam de mãos dadas e das virtudes cristãs, ambas merecem muita atenção. Se o amor aponta para o zelo e cuidado com os nossos semelhantes, sem este mesmo amor o crente não sobrevive, pois, o egoísmo, o orgulho e o ódio irão mesmo prevalecer (Ef 5.2). Entenda que ser padrão na fé, implica que a crença nas promessas de Jesus sobre vida eterna é coerente com aquilo que se prega. Paulo escreveu aos coríntios que caso a esperança em Cristo se limitasse apenas a esta vida terrena, todos os homens eram mesmo infelizes, ou seja, a esperança do crente em Cristo não se restringe somente a esta vida mortal, mas estende-se para a vida eterna (1 Co 15.19). Reflita!

Para encerrar, Paulo diz para Timóteo ser padrão na pureza, ou seja, ter uma mente pura, sem malícia para não manchar sua posição de liderança. Paulo talvez quisesse que Timóteo entregasse seus pensamentos aos cuidados de Cristo de forma que sua consciência não fosse corrompida pelas vaidades pessoais.

Compreenda que dentro das vontades e desejos pessoais, não é mesmo fácil ser padrão para os demais, todavia, diferente das pessoas citadas no começo deste texto pelo péssimo exemplo da corrupção, lutar para ser um modelo cristão na fala, nas atitudes, no amor, na fé e na pureza é algo deve ser buscado diariamente, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

Milton Marques de Oliveira - Pr

ACEITAS?

“5) E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo. 6) E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são? ” (Jo 5.5-6)

Dentre os doze discípulos, apenas João, Pedro e Tiago estiveram com Jesus em praticamente todos os momentos de seu ministério. Durante a celebração da ceia de páscoa, João reclinou sua cabeça no peito de Cristo e, durante o julgamento e crucificação, enquanto os demais discípulos fugiram, João acompanhou o Mestre e recebeu a incumbência de cuidar de Maria (Jo 19.25-27). Discípulo segue o Mestre. Pense nisso!

Em seu evangelho, João apresentou Jesus como o Filho de Deus (Jo 1.34). Tempos depois da morte e ressureição de Jesus, ele escreveu três cartas para diferentes destinatários, e após sofrer intensa perseguição romana, foi preso e exilado na ilha de Patmos, local esse de onde escreveu o livro escatológico de nome Apocalipse (Ap 1.9).

Nos versículos acima tem-se a manifestação de Jesus dirigida a um homem cuja enfermidade não é nominada, todavia, ele estava doente havia trinta e oito anos. Era um sábado e aquele homem aguardava uma oportunidade para alguém o colocar nas águas do tanque de Betesda, e antes que isso acontecesse, Jesus perguntou se ele desejava ser curado (Jo 5.6). Ele desconversa e não responde diretamente, mas reclama não ter ninguém que possa colocá-lo dentro do tanque. Implicitamente em seu coração, ele desejava sim, ser curado senão nem ali estaria. Conhecedor profundo do coração e da mente das pessoas, Cristo o curou e ele ficou são (Jo 5.8).

Atente para um detalhe bem atual. Todas as pessoas desejam algo de bom para suas vidas. Desde um bom emprego, um bom salário, um bom carro, um ótimo marido, uma excelente esposa, bons filhos e evidentemente uma vida terrena sem problemas. Entretanto, dentro da complexidade humana, alguns desajustes irão mesmo aparecer e nem sempre algumas dessas adversidades serão resolvidas, pois muitas pessoas, infelizmente não querem que essas turbulências sejam solucionadas. Predomina em certas circunstâncias o conformismo, ou seja, é mais cômodo ficar do jeito que está. Pense nisso!

O discípulo João não disse quantas vezes este homem doente procurou pela cura, somente diz que ele sofria daquela enfermidade há 38 anos.  Perceba que para muitos é mais cômodo permanecer doente do que ficar curado. Há todo um contexto que faz com que as pessoas não busquem sair de sua situação, ora pela mentalidade reinante de ser enxergado como vítima das circunstâncias e ora pela falta de um empurrão para frente, como estímulo. Reflita!

Veja que a pergunta de Cristo, em certo ponto, chega a ser cômica quando pergunta ao homem doente o que ele quer (Jo 5.6). De maneira idêntica, Jesus também perguntou ao cego Bartimeu o que ele queria, “que eu tenha vista” foi sua resposta (Mc 10.51). Atente que o cego Bartimeu tinha o firme desejo de enxergar e ter uma vida diferente daquela que vivia. Caso contrário, ele poderia perfeitamente pedir umas moedas, alguma coisa para comer ou outro tipo de ajuda. Entenda que nem todos desejam sair da zona de conforto e do comodismo para enfrentar as responsabilidades de uma nova vida. Preferem a vida miserável que estão levando. Pense sobre isso!

É neste contexto que a rejeição ao evangelho encontra sustentação em muitas pessoas. Ricos e pobres, doentes e sãos, doutores e analfabetos e pessoas de todos as classes sociais ainda direcionam suas escolhas com base em retornos imediatos. Espiritualmente falando, não querem e nem desejam sair de onde estão para enfrentar as responsabilidades de uma vida nova, diferente e transformada.

Compreenda que em nenhum momento Cristo forçou alguém a ser curado. Não há nenhum registro bíblico onde Jesus pega alguém e o cura, ou liberta dos demônios pelo uso da força. Primeiramente todos o procuravam e eram atendidos após manifestarem o firme desejo de mudança e transformação. Daí se extrai o ensinamento de Jesus para não dar aos cães aquilo que é santo e nem atirar pérolas aos porcos (Mt 7.6). Ou seja, há pessoas que não desejam ser curadas, que não desejam ser saradas, que não desejam viver uma vida digna em Cristo, que não desejam ser transformadas, não desejam viver em novidade de vida e, assim sendo, escolheram continuar do mesmo jeito. São escolhas que merecem ser respeitadas. Reflita isso!

Saiba que todo o AT apontou para Cristo como senhor e Salvador, e mesmo sendo o povo judeu a nação chamada por Deus como um povo seu, sem arrependimento divino (Rm 11.29), os judeus o rejeitaram. Tinham mestres, doutores e estudiosos que interpretaram cada versículo messiânico que apontava para Cristo, todavia, fizeram outras escolhas e deixaram Jesus de lado. Igual aos dias atuais, atente para isso!

Entenda que a vida cristã exige um caminhar diferente dos padrões mundanos. Um andar correto, honesto, íntegro e isso implica em renunciar as práticas mundanas de iniquidades, coisa essa que muitos optam em permanecer. É por isso que a surge sempre a pergunta: você aceita Jesus em seu coração?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre.

Milton Marques de Oliveira - Pr

FORTALEÇA

“Pedro, porém, chamando-o à parte, começou a admoestá-lo, dizendo: Deus seja gracioso contigo, Senhor! De modo algum isso jamais te acontecerá” (Mt 16.22)

Mateus era judeu, funcionário do Império Romano como cobrador de impostos de seus compatriotas, foi rotulado de publicano e posteriormente discípulo de Jesus, fez o registro deste episódio que envolveu o discípulo Pedro. O evangelista Marcos que foi muito próximo ao discípulo Pedro, também deixou este evento registrado (Mc 8.33), enquanto Lucas e João nada falaram sobre esta abordagem feita pelo discípulo Pedro ao Mestre. O contexto do versículo acima encontra-se no momento em que o Mestre discorria a seus discípulos sobre sua morte e ressurreição, ensinando-os que passaria por humilhações e seria morto por aqueles (judeus) a quem veio justamente salvar.

Ouvindo isso, o discípulo Pedro chama Jesus à parte e o repreende, no sentido que sendo Filho de Deus, morte e humilhações jamais iriam lhe ocorrer, ou seja, sendo filho do Deus Altíssimo, por qual motivo sofreria uma morte tão cruel? Na visão de Pedro, Jesus poderia mudar o traçado deste caso, poderia criar uma situação que lhe fosse favorável ou menos cruel. O resumo de tudo isso era nada mais e nada menos que a sugestão de Satanás e o discípulo Pedro foi a ferramenta para isso. Reflita!

Entenda que nos dias de hoje, mesmo aquelas pessoas conhecidas pelo uso da Palavra de Deus, mesmo aquelas conhecidas por serem instrumentos poderosos e usadas por Deus em curas, libertações, revelações e profecias, podem perfeitamente serem usadas como ferramentas do diabo! Isso acontece quando lhes faltam o fortalecimento do Espírito Santo, ou seja, deram oportunidade para o diabo agir sobre elas quando estavam enfraquecidas. Foi isso que aconteceu com o discípulo Pedro.

Perceba que Jesus interrogou seus discípulos sobre quem os homens diziam ser ELE, houveram respostas variadas, mas Pedro, além de ser o mais eloquente dentre eles, também deu a resposta correta afirmando que “tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo” (Mt 16.16). Atente para estas palavras de Pedro. Num momento, palavra firme, inspirada e cheia do Espírito Santo e no momento seguinte, Pedro foi justamente o mensageiro de Satanás, proferindo palavras carnais e diabólicas.

Nem bem Pedro fechou a boca, Jesus repreendeu Satanás que havia usado o discípulo para lhe impor mais uma tentação (Mt 16.23). O diálogo encerrou aqui e Jesus passou a ensinar-lhes sobre o custo e o peso do discipulado.  Veja que Pedro foi escolhido para ser discípulo de Jesus e tinha plena capacidade para isso, todavia, mesmo sendo firme em suas convicções sobre quem era Jesus (Mt 16.16), ele se deixou levar pela conversa de Satanás, quando sugeriu a Jesus que sacrificasse o dever e priorizasse os interesses pessoais.

Entenda que uma das estratégias de Satanás é dar aos homens o entendimento de que as necessidades e as vontades pessoais são sempre superiores e mais importantes. O Diabo sempre coloca na mente das pessoas que na vida secular, a prioridade deve ser os interesses pessoais e que as coisas espirituais devem ser relegadas a um segundo momento, e mesmo assim se houver essa possibilidade.  Para Satanás, o primordial é deixar a vontade espiritual para trás. Reflita isso!

Compreenda que por mais que as pessoas escutem a Palavra de Deus, por mais que estudem a Bíblia e por mais que se relacionem com pessoas fiéis a Cristo, sempre haverá a possibilidade de o diabo agir. Pedro vivia com Jesus, sempre o acompanhou por todos os lugares e dentre os doze discípulos, ele desfrutava juntamente com João e Tiago de maior proximidade com o Mestre e mesmo assim, foi ferramenta de Satanás. Reflita nisso!

Saiba que o mundo maligno comandado por Satanás é organizado e reconhece cada uma das oportunidades que surgem para derrubar o cristão. O imaginário das pessoas desenha Satanás como um ser que que ostenta grandes chifres, garras afiadas e um tridente nas mãos, todavia, ele pode perfeitamente aparecer sobre as mais variadas formas para mentir, enganar e destruir (Jo 8.44). O apóstolo Paulo advertiu a igreja em Éfeso para não subestimar os principados, as potestades, os príncipes das trevas e nem as hostes espirituais da maldade (Ef 6.12-13). Saiba que elas não só existem como são altamente atuantes. Creia nisso!

“Tu és o meu filho amado...” (Mt 3.17). Entenda que Jesus tinha plena consciência de que passaria por todos aqueles sofrimentos. Não seria mais uma tentativa satânica, desta vez usando o discípulo Pedro, que iria quebrar a perfeita obediência de Jesus a Deus Pai. Atente que Jesus comprovou com excelência essa relação de ser o filho amado, demonstrando que os interesses e projetos celestiais eram prioritários, tanto que repreendeu Satanás (Mt 16.23).

Sem exceção, diariamente as pessoas são tentadas ao erro. Em todos os momentos o cristão é bombardeado com todo tipo de sugestão para pecar, para desviar dos caminhos do Senhor, para dar vazão aos desejos e vontades carnais e para esquecer as coisas do alto (Cl 3.1). Não esqueça que o apóstolo Paulo já ensinava aos Gálatas que de maneira alguma os desejos carnais deveriam ser satisfeitos em suas vontades (Gl 5.19-21). Lembre-se, o crente em Jesus é templo e morada do Espírito Santo e, neste contexto, a carne luta mesmo contra o Espírito (1 Co 3.16; Gl 5.16-17), entretanto, vence aquele que estiver mais fortalecido, o Espírito ou a carne. Reflita isso!

Compreenda, portanto, que Jesus repreendeu Satanás ao usar seu discípulo e simultaneamente nos ensinou sobre a necessidade de orar e vigiar para não cair em tentação (Mc 14.38). Ou seja, fortalecer o Espírito é primordial nessa luta, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre.

Milton Marques de Oliveira - Pr