Milton Marques de Oliveira
CHAMADO
CHAMADO
“E, tendo dito essas palavras, clamou em alta voz: “Lázaro, vem para fora” (Jo 11.43)
O Evangelho Segundo João tem a peculiaridade de narrar detalhes que os evangelhos de Mateus, Lucas e Marcos não registraram. Assim sendo o discípulo João não só registrou a ressureição e a saída do defunto Lázaro para fora do túmulo, como narrou diversos detalhes desta ressurreição, inclusive o diálogo entre Jesus a as irmãs de Lázaro.
Estudiosos da cultura judaica afirmam que no século I eram utilizadas grutas como sepulcro e grandes pedras fechavam a entrada. Os defuntos eram enfaixados com lençóis, panos e algumas especiarias eram usadas sobre o corpo. O enterro acontecia durante o dia e o túmulo não deveria ter nenhuma ostentação com base nos escritos de Salomão “O rico e o pobre se encontram; a todos o Senhor os fez ” (Pv 22.2)
No versículo acima estão as palavras de Jesus ditas a uma pessoa que estava morta há quatro dias e devido ao estado de putrefação do corpo, cheirava mal (Jo 11.39). Este fato aconteceu há centenas de anos e faz parte do rol de milagres do curto ministério de Jesus, entre tantas outras curas e transformações que continuam a maravilhar as pessoas.
Veja que enquanto não aparecer nenhuma outra forma de comunicação tão eficaz quanto a voz, as pessoas continuarão a dar valor as conversações, método amplamente utilizado pelas crianças, pelos adultos e até entre o homem e os animais. Veja que Jesus operou muitos milagres pelo toque de suas mãos, mas com Lázaro, ele empregou a voz. Bastou um chamado de voz para eternizar um milagre sobrenatural!
A Bíblia registra que o pequeno Samuel ouviu uma voz que o chamava, todavia, pensava ser a voz do profeta Eli. De imediato, nem o profeta Eli e nem Samuel não reconheceram a voz do Senhor, até que o profeta Eli orientou Samuel e ele respondeu a Deus (1 Sm 3.1-10). Outro personagem do AT que também escutou a voz de Deus foi Gideão. Sem quem o orientasse como aconteceu com Samuel, ele não acreditou que fosse Deus quem o chamava e para confirmar, pediu três sinais que foram plenamente realizados por Deus (Jz 6.17-22;36-40).
Atente que ainda hoje Jesus continua chamando pessoas pelo nome, porquanto sua voz ainda ecoa alto e em bom tom, todavia, embora muitos a escutam, saiba que poucos respondem ao seu chamado. As pessoas preferem ouvir a voz de amigos, do Pastor da igreja, dos familiares e até mesmo a própria voz, do que efetivamente ouvir a voz de Jesus Cristo. Ou seja, há nos dias atuais uma forte desconsideração pelo chamado de Deus. Pense nisso!
Muitos ainda acreditam que Deus não fala com seus filhos nos dias de hoje, todavia, saiba que Deus se manifesta aos homens sob diversas maneiras (Rm 1.20; Ec 3.11). Cristo enquanto ensinava seus discípulos, usou como ilustração a figura de um pastor que cuida de suas ovelhas, explicando que essas mesmas ovelhas identificam e reconhecem o pastor justamente pela voz (Jo 10.27). Samuel foi instruído pelo profeta Eli e Gideão fez provas. Ambos escutaram a voz de Deus e foram obedientes ao chamado. O defunto Lázaro reconheceu a voz de Jesus e prontamente atendeu ao Mestre, saindo da morte para a vida (Jo 11.25).
Hoje, pode-se ouvir a voz do Mestre por meio da sua Palavra, por meio do Espírito Santo, por meio de sonhos e visões (Jó 33.14-18), bastando tão somente o ouvinte abrir o coração à sua voz. Hoje não há a presença física de Jesus para se fazer ouvir a sua voz, entretanto, tem-se as Sagradas Escrituras que orienta e guia o cristão em suas decisões. O apóstolo Paulo quando escreveu a Timóteo, o instruiu que a Palavra de Deus é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a educação na justiça (2 Tm 3.16-17).
A voz de Jesus tirou Lázaro do túmulo, a voz de Jesus transformou o fariseu Saulo em um grande apóstolo que difundiu e estabeleceu o cristianismo nas principais cidades de sua época (At 9.4-5). Lázaro mesmo morto escutou a voz de Jesus e da mesma maneira Paulo que estava preso e morto pela lei, pelos rituais e pelas formalidades também ouviu e obedeceu a voz de Cristo. Reflita!
Portanto, não há tempo a perder. “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração. ” (Hb 3.15). Jesus chamou no passado e tem chamado no tempo presente. Não se faça de surdo à voz de Deus, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
CONHECIMENTO
CONHECIMENTO
“Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. ” (Jn 1.2)
O livro de Jonas foi escrito pelo profeta de mesmo nome e faz parte dos doze livros proféticos, chamados profetas menores. Segundo estudiosos Jonas foi contemporâneo dos profetas Amós e Oséias, e teria sido escrito nos idos de 780AC, bem antes da invasão feita pelos assírios contra Israel (reino do Norte). Sua narrativa é por demais conhecida justamente pela presença de um grande animal marinho que engoliu o profeta, quando este empreendeu fuga, se recusando a cumprir um chamado de Deus.
Conforme informações, aumentou consideravelmente o número de pessoas que cursam ou que já concluíram estudos sobre teologia e depois de formados, pelo menos em tese, essas pessoas possuem mais saberes sobre Deus. Atente que teoricamente, a pessoa recebeu muitas informações, deve ter lido bons livros, estudou a Bíblia e provavelmente deve mesmo ter aprendido algo a mais que a simples maioria do povo.
Veja que existem pessoas que mesmo fazendo cursos teológicos, ouvindo pregações nas igrejas e acumulado conhecimento na área por outros meios, ainda não conhecem Deus, a ponto de se afastarem trilhando por caminhos errados, ou seja, embora sabedores sobre Deus, não o conhecem profundamente. Reflita isso!
Entenda que Jonas sabia sobre Deus, mas não tinha conhecimento do que Deus era capaz de fazer. Jonas sabia sobre Deus tudo aquilo que ele mesmo tinha aprendido, estudando os pergaminhos de sua época ou por meio das tradições orais entre os anciãos, mas Jonas não conseguia dimensionar coisa alguma sobre a capacidade do agir de Deus, sob quaisquer circunstâncias e condições.
Assim como Jonas, existem muitos que sabem de Palavra a Deus, são crentes em Jesus há pouco ou muito tempo, todavia, não conseguem entender que seu poder é infinitamente grande. Assim sendo, o que essas pessoas sabem sobre Deus é algo raso, e essa superficialidade não é suficiente para estimar a onipotência divina (Jr 32.17;27). É justamente essa superficialidade humana que tem causado coragem e ousadia nas pessoas, a ponto de muitos não temerem a Deus e se aventurarem por aí, nas práticas mundanas.
Lembre-se que Davi disse não haver lugar para se esconder de Deus, pois se subisse ao céu, nas alturas das nuvens, lá estaria Deus e se descesse ao mais profundo da terra, lá também estaria o Senhor (Sl 139.8). Neste contexto, perceba que o profeta Jonas ao tentar fugir da presença de Deus, comprovou mesmo não conhecer Deus. Ao ser indagado pelos marinheiros do navio que enfrentavam a tempestade, Jonas respondeu que servia ao Deus que fez a terra e o mar e Jonas fugiu justamente para o mar (Jn 1.9). Essa resposta foi uma forte evidência que Jonas sabia algo a respeito do Deus que fez o céu, a terra e as águas, mas não tinha pleno conhecimento deste mesmo Deus, senão não teria fugido pelo mar. Pense nisso!
Nos dias atuais, muitos apenas sabem de Deus da mesma maneira que Jonas. Sabem sobre Deus pelos livros, pelas tradições, pela leitura desatenta e superficial da Bíblia, por ouvir pregadores ou sabem porque frequentam uma igreja. Apenas sabem. Esse saber sobre Deus é o que tem levado as pessoas a uma grande incredulidade, que por sua vez contamina outras pessoas, criando um enorme e amplo distanciamento do homem para Deus.
Diferente do saber, o conhecimento do homem sobre Deus implica na exigência do estabelecimento de uma comunhão, de uma intimidade tal, a ponto de reconhecer a Sua voz quando ELE se manifestar. Implica em possuir sabedoria de forma a não fazer aquilo que o desagrada, o que se entende como uma pessoa obediente e que ama. Trata-se da mesma obediência e amor a Deus que faz o homem se apartar das práticas mundanas e não pecar (2 Co 6.16-17; 1 Jo 4.7-8).
Saiba que o profeta Jonas sabia a respeito de Deus como o Deus da salvação (Jn 2.2) e como o Deus de compaixão (Jn 4.1), mas estava cego no conhecimento e como cego espiritualmente, Jonas não conseguia compreender e conhecer Deus da forma como ELE é, tanto que tentou fugir! Perceba que essa venda espiritual nos olhos de Jonas pode ser comparada com a cegueira do povo de Judá e muito bem retratada pelos profetas do AT. Os judeus daquela época, não acreditavam que o cativeiro pudesse ser uma realidade e continuavam na apostasia, pecando e indo atrás de outros deuses (Jr 25.1-11). Sabiam de Deus, mas não conheciam o Deus de seus antepassados!
Veja que implicitamente, Jonas ensinou que não basta saber de Deus, mas conhecê-lo é mais importante. De forma igual, o povo judeu deixou nas entrelinhas de sua história que não é suficiente saber de Deus, mas conhecê-lo faz toda diferença. Se efetivamente conhecesse Deus, Jonas teria obedecido o chamado e ido a Nínive pregar o arrependimento e assim sua história seria diferente. De igual forma, se bem conhecessem Deus, os judeus não teriam sido deportados para a Babilônia.
Embora falhos e imperfeitos, não procure apenas saber de Deus, mas faça esforços para conhecê-lo mais (Jr 24.7). Amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
HONRA
HONRA
“Então, virou-se em direção à mulher e declarou a Simão: “Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me trouxeste água para lavar os pés, como é o costume. Esta, porém, molhou os meus pés com suas lágrimas e os enxugou com os próprios cabelos. ” (Lc 7.44)
Pouco ou quase nada se sabe sobre o evangelista Lucas, autor do terceiro evangelho que leva o seu nome. Sabe-se que ele era grego, exercia a medicina, escreveu o livro de Atos dos Apóstolos e acompanhou o apóstolo Paulo em suas viagens missionárias. Muito provavelmente Lucas tenha estado também com os discípulos de Jesus em razão das muitas informações inseridas em seu evangelho. A bíblia registra que Lucas esteve junto com o apóstolo Paulo na cidade de Jerusalém (At 21.17-18), viajou com ele para Roma (At 21.1) e esteve também com Paulo quando este estava preso, pouco antes de seu martírio (2 Tm 4.11). Na carta aos Colossenses, Paulo o trata como o médico amado (Cl 4.14).
O versículo acima está dentro do contexto da visita de Jesus à casa de Simão, o fariseu (Lc 7.36-49). Atente que Jesus honrou o anfitrião aceitando o convite, e uma vez dentro da casa, aparece uma mulher cujo nome não é mencionado por Lucas, que derramou sobre os pés de Jesus um vaso de unguento de alabastro e os enxugou com os seus cabelos.
Quase sempre se ouve conversas de pessoas que, por algum motivo, estiveram na casa de algum colega ou amigo e, uma vez lá, não receberam a devida honra como visitante. Para os padrões atuais, tem-se que as visitas sejam bem recepcionadas, bem tratadas e uma água, um café com biscoitos ou mesmo um suco sejam ofertados como símbolo de generosidade e simpatia.
O judeu Simão, fariseu convicto, convidou Jesus para uma visita e conforme a cultura daquela época, Simão deveria ter destacado um servo para lavar os pés de Cristo. Não fez nada disso, portanto, foi um péssimo anfitrião, aliás, nem o beijo como forma tradicional de cumprimento ele deu a Cristo. Resumindo, ele convidou Jesus para sua casa, Jesus foi e não recebeu a honra devida (Lc 7.45).
Nos dias atuais há uma certa semelhança com esta situação vivenciada entre Jesus e o fariseu Simão. Pessoas crentes ou não enchem as igrejas, clamam e choram pedindo bênçãos, curas, dons espirituais, mudanças de vida e milagres de todo tipo. Se derramam em lágrimas nas ministrações e nos louvores pedindo mais pela presença de Cristo em suas vidas. E Deus, pela sua eterna misericórdia, pela sua bondade, tem honrado as orações e a fé de muitos. Basta ver os testemunhos de tantas pessoas que foram curadas, de tantos livramentos concedidos e tanta coisa boa que aconteceu de maneira sobrenatural e sem explicações. Fatos esses que somente ELE pode realizar.
Acontece que esta consideração, essa deferência tem caminhado de maneira unilateral, numa estrada de mão única. Enquanto Deus tem honrado as pessoas com as bênçãos, com curas e milagres, muitos não tem prestado a devida glória e reconhecimento a Deus, optando, muitas das vezes em dar glórias ao homem. Reflita sobre isso!
De Gênesis a Apocalipse, veja que a fidelidade e o compromisso de Deus são visíveis em toda a Bíblia. Deus é justo, toda sua essência moral é evidenciada pela perfeição do seu agir nas mais diversas condições e circunstâncias. Pode-se citar Moisés, Davi, Salomão, os profetas, os discípulos de Jesus, Maria, o apóstolo Paulo, Tiago e tantos outros personagens bíblicos que foram honrados por Deus em momentos distintos. Cada um recebeu honra divina e em contrapartida, também reconheceram o agir de Deus e lhe prestaram glórias.
Atente que as pessoas querem a presença de Cristo em suas vidas, em suas casas, com suas famílias, em suas empresas, mas assim como o fariseu Simão, não querem honrá-lo. Perceba que aquela mulher, pecadora na visão do fariseu, estimou, valorizou, amou e adorou Jesus de maneira espontânea, e saiba que nem naquela casa ela morava. Mas na sua humildade, ela honrou a Cristo.
Tiago, primeiro líder da igreja em Jerusalém ensinando sobre honra e obediência na vida cristã, manifestou sobre a necessidade de os crentes serem praticantes da palavra e não meros ouvintes (Tg 1.22). Veja que as pessoas deixam de honrar Cristo quando se afastam de seus caminhos, quando deixam de praticar a Palavra de Deus, quando adotam práticas mundanas, e assim levam uma vida comportamental que não renuncia o pecado. Compreenda bem, elas querem as bênçãos de Cristo, mas não querem Cristo em seus corações. Querem honra, mas não honram. Pode-se conjeturar que o fariseu Simão perdeu ótima oportunidade de honrar e glorificar aquele que o honrou primeiro. Pense nisso!
“Aquele que me serve será honrado por meu Pai “ (Jo 12.26). Lembre-se disso quando clamar pela presença de Cristo em sua vida, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
PELO NOME
PELO NOME
“...Jesus chegou àquele local, olhou para cima e o chamou: “Zaqueu! ...” (Lc 19.5)
Os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas fazem parte dos evangelhos sinóticos e são assim chamados devido a similaridade de seus registros. Lucas, escritor do terceiro evangelho foi colaborador de Paulo, inclusive o acompanhou em suas viagens pelo mundo de então, presenciando milagres, testemunhando curas e vivenciando in loco as ações missionárias. Os Evangelhos apresentam Jesus Cristo como rei, como servo, como o Filho do Homem, como Filho de Deus e como Salvador.
O versículo acima é muito conhecido e relata a história da conversão de um judeu de nome Zaqueu, morador da cidade de Jericó e cobrador de impostos para o Império Romano. Esses coletores de tributos eram conhecidos como publicanos, rótulo dado pelos judeus, e devido ao comportamento corrupto destes cobradores que enriqueciam às custas de seus compatriotas, essa atividade não era bem aceita pelo povo judaico. Entenda, portanto, que Zaqueu enfrentava sérios problemas de relacionamento com o povo.
A sociedade atual é fruto de intensas transformações que ocorreram em diversos setores. A globalização, por exemplo, trouxe muitas mudanças e afetou a economia mundial como um todo, as indústrias passaram por muitas inovações no setor produtivo e não se pode esquecer das transformações na área da saúde com a descoberta de novas drogas e novos procedimentos. A cada década, a expectativa de vida aumenta uns anos e isso tem íntima relação com mudanças e melhorias na educação, nos transportes e na segurança pública.
Perceba que vivendo mais tempo e usufruindo de todas as benesses colocadas à disposição, as pessoas deixam poucas ou quase nenhuma oportunidade para desfrutar de coisas simples do cotidiano. Nas grandes cidades por exemplo, quase não há tempo para conversar com os vizinhos e nos condomínios os moradores não sabem e nem conhecem aqueles que residem no mesmo espaço. E neste contexto as pessoas acabam sendo identificadas por números: morador do apartamento número tal, dono da vaga número tal, proprietário da casa de número tal e assim vai.
Acima, vemos Jesus chamando o publicano pelo nome: “ Zaqueu! Desce depressa, pois preciso ficar hoje em tua casa”. Compreenda que Jesus poderia perfeitamente dizer: “ei você aí, publicano, cobrador de impostos, amigos dos romanos, desça desta árvore, pois preciso ficar hoje em tua casa”. Mas não foi assim que Jesus fez. Cristo o chamou pelo nome e ao chamar pelo nome, Jesus passou a identificar aquele homem de maneira individualizada e singular. A bíblia não relata se haviam outras pessoas com o mesmo nome naquele momento da abordagem, mas ao especificar o nome de Zaqueu, Jesus demonstrou que naquele momento começaria uma transformação no coração daquele homem. Veja que Zaqueu conduzia sua vida de maneira nada honesta, pois os registros deixam transparecer que ele expropriava seus compatriotas aumentando os valores dos impostos (Lc 19.8).
Lembre-se que Jesus chamou quem ele quis para seus discípulos (Mc 3.13). Os chamou um a um e pelos seus respectivos nomes e idêntica situação aconteceu na ressurreição de Lázaro (Jo 11.43). Jesus chamou pelo nome de Lázaro, identificando aquele defunto que estava enterrado há quatro dias. Era Lázaro quem Jesus chamava e não outros defuntos que lá se em encontravam. Outro exemplo de individualização na chamada pelo nome encontra-se quando Deus se manifesta em apontar o rei Davi, “achei Davi, meu servo...” (SL 89.20).
Compreenda que mesmo ante tantas frustações, adversidades, problemas de toda ordem, fraquezas e aflições, alguns chegam mesmo a questionar se Deus os abandonou ou se esqueceu, todavia, Jesus conhece e sonda o interior dos corações (Sl 139.23). Saiba que até mesmo o rei Ciro da Babilônia que não conhecia a Deus, também foi tratado pelo nome (Is 45.1-5). Paulo, até então um homem que não tinha nenhuma simpatia pelos seguidores de Cristo, também foi chamado pelo nome no momento de sua conversão (At 9.4-5).
Entenda que você pode não estar nos planos de sua família, do seu marido, de sua esposa, da sua empresa, de seu patrão, mas você está nos planos de Deus, assim como Zaqueu. Lembre-se que se Davi dependesse de Jessé e do profeta Samuel, não teria chegado onde chegou. Davi não estava nos planos de Jessé seu pai e nem não estava nos planos do profeta Samuel, que ia ungir Eliabe como rei, pela aparência física. Mas Deus chamou Davi pelo nome (Sl 89.20). Reflita isso!
Saia que enquanto as pessoas não sabem o nome de seus vizinhos e os trata por números, Jesus te conhece e te chama pelo nome! Você é propriedade particular de Deus, por meio de Jesus Cristo, creia nisso, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
CANAL DIRETO
CANAL DIRETO
“Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. ” (Lc 23.42)
O evangelista Lucas foi o autor deste evangelho e teve a rara preocupação de narrar que os fatos por ele registrados foram confirmados por testemunhas oculares, dando assim mais credibilidade aos destinatários, inclusive para Teófilo a quem destinou especificamente seu escrito (Lc 1.2-4).
Este versículo está contextualizado no diálogo ocorrido entre o ladrão que foi salvo e Jesus Cristo, quando ambos estavam crucificados no local denominado Caveira (Lc 23.33). Lucas não registrou os nomes dos dois ladrões crucificados, todavia, coube a um deles entrar para a história do cristianismo, justamente reconhecer a justiça de seu próprio castigo (Lc 23.41), por enxergar um reino além da cruz, no qual Cristo seria o rei (Lc 23.42), e por clamar pela sua salvação nos momentos que antecederam sua morte.
Incrível como muitas pessoas de todas as classes sociais continuam depositando sua confiança na salvação e vida eterna em tudo, menos em Cristo. Mesmo com a universalidade da morte, as pessoas preferem apresentar as mais diversas desculpas quando o assunto é salvação da alma e vida eterna. “Quem sabe amanhã? Hoje não tenho tempo! Vamos deixar para outra oportunidade. Talvez noutra data. Tenho outras coisas para fazer. Preciso aproveitar essa vida só mais um pouquinho”. Tudo isso são alguns dos motivos mais comuns para desviarem-se do assunto.
Saiba que aqueles dois ladrões eram pessoas comuns daquela sociedade, sem nenhuma condição social que lhes proporcionassem algum privilégio ou mesmo algum benefício. O Império Romano era extremamente cruel nas aplicações de suas sentenças e a crucificação era o método mais utilizado. Atente que os dois ladrões estavam triplamente perdidos, primeiro estavam pendurados na cruz, segundo a morte era questão de tempo e em terceiro lugar, eles não tinham nenhuma perspectiva de salvação eterna. Enquanto um deles blasfemava contra Cristo, o outro, tocado pelo poder do Espírito Santo clamou por misericórdia, arrependeu-se e naquele momento Cristo lhe estendeu a mão (Lc 23.43).
Perceba nos dias atuais as pessoas murmurarem e reclamarem bastante quando atingidos por problemas e adversidades, e grande parte das vezes imputam a Deus a culpa de seus males. Muitos responsabilizam Deus por tudo de errado que lhes acontece e outros tantos chegam a afirmar que Deus nunca os ajuda quando estão em dificuldades. Há também um grupo que nos momentos de grande adversidade e angústia se revoltam e blasfemam contra Deus. Entenda que nas aflições, nas lutas, nas batalhas, nas angústias e nas atribulações, o momento não é de reclamações. Estes são momentos mais que oportunos para copiar o malfeitor, que mesmo pendurado na cruz, sem nenhuma expectativa voltou seu coração a Cristo. Deus não rejeita um coração sincero (Sl 51.17). Pense nisso!
Veja que mesmo um incrédulo, nos momentos de grande desespero, de extrema aflição e medo, grita por Jesus. O ladrão viu sua história mudar quando tudo parecia perdido, e até nos instantes finais que antecederam o seu clamor pela salvação de sua alma, ele não tinha e nem alimentava nenhuma perspectiva de vida eterna. Para aquela multidão que assistia sua agonia e que aguardava sua morte, era o fim da linha, o ponto final. Todavia, ele clamou, Jesus entrou na vida dele, colocou uma vírgula, mudou sua história e o salvou.
“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Tm 2.5). O apóstolo Paulo, instruindo Timóteo deixa essa questão muito clara quando declara não haver nenhum mediador para remissão dos pecados. Enquanto muitos batem cabeça procurando por algo diferente que os possa salvar, eis Cristo, que ocupa lugar ímpar, é o único e exclusivo representante de Deus, capaz de tornar realidade o propósito salvador para o homem (Hb 8.6).
Os momentos que antecederam a vida daquele ladrão pendurado na cruz, não mostram que ele buscou por algum outro mediador ou que tenha adotado preventivamente algum tipo de comportamento que pudesse lhe salvar. Para receber o milagre da salvação, não diz que ele tinha feito uma campanha, guardado um amuleto, uma moedinha da sorte ou coisa semelhante para usar nos momentos ruins.
Contrário tudo isso, ele estabeleceu um contato direto com quem realmente poderia fazer alguma coisa: Jesus Cristo! Ele clamou diretamente a Cristo. Depositou sua confiança em Cristo. O autor da carta aos Hebreus ensina que somente Cristo pode salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, ou seja, Cristo vive intercedendo pelos crentes (Hb 7.25).
“o Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que possa me fazer o homem” (Hb 13.6). Ele não tinha nenhuma esperança, mas Cristo se inclinou, ajudou e salvou aquele homem. Portanto, compreenda que as bênçãos chegam por meio da fé, quando se estabelece um canal direto com Cristo, sem intermediários, amém?
Jesus Cristo filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
APRESENTAÇÃO
Apresentação
“6; Com que me apresentarei diante do Senhor, e me prostrarei perante o Deus excelso? Apresentar-me-ei diante dele com holocausto, com bezerros de um ano? 7; agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros, ou de miríades de ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto das minhas entranhas pelo pecado da minha alma? 8; Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus? ” (Mq 6.6-8)
Miqueias foi um mensageiro de Deus, um profeta cujas profecias foram dirigidas principalmente ao reino de Judá. Foi contemporâneo dos profetas Isaías e Amós e profetizou durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias. A Bíblia registra que se tratava de um homem de hábitos simples, cujas palavras dirigidas aos compatriotas de sua época foram profundas e impactantes. Tem-se que o objetivo de suas profecias eram a exposição da idolatria do povo, o direito de Deus em julgar pelos pecados praticados e mostrar a necessidade daquele povo em abandonar as atitudes, posturas e comportamentos que não agradavam ao Senhor.
Dois mil e quinhentos anos se passaram depois que este livro de Miqueias foi escrito e pode-se ver que só mudou a geografia, pois em relação aos dias de hoje, em termos de idolatria, desobediência e comportamentos dos cristãos de forma geral, não houveram mudanças. Veja que o homem ainda tem dificuldades para se apresentar a Deus e tem estado preso a tantas tradições e modismos religiosos, que praticamente não sabe mais o que significa fazer justiça e nem praticar a bondade. Noutras palavras, sem se dar conta, o homem está distanciando-se de Deus, endurecendo gradativamente o seu coração (Sl 51.17).
Saiba que Deus concedeu ao homem criar e desenvolver diversas tecnologias, e dentre essas, muitas são empregadas na propagação do evangelho, proporcionando a centenas de milhares de pessoas ouvirem a Palavra de Deus, que sem essas tecnologias não seria possível. O lado perverso dessas tecnologias, notadamente as de imagens e vídeos, é que elas descortinam como andam as apresentações de cristãos diante do Senhor, tanto nas igrejas como fora dela, em público. Reflita!
Caso não houvessem esses vídeos e imagens, tudo o que se tem visto em termos de aberrações e comportamentos de pessoas que se dizem cristãs, ficaria somente no campo das especulações. Mas quis Deus que essas mesmas tecnologias empregadas na propagação do evangelho, fossem o canal para mostrar as práticas absurdas e divorciadas dos mandamentos divinos.
“Com que me apresentarei diante do Senhor, e me prostrarei perante o Deus excelso? ”. O profeta Miqueias pergunta e já antevendo que o povo não teria respostas, propõe opções ritualísticas dentro do contexto religioso judaico daquela época. Usa a retórica do sacrifício de milhares de carneiros e quantidades enormes de azeite como se isso fosse possível para uma purificação eficaz. Miqueias chega a sugerir hipoteticamente o sacrifício do filho primogênito pelo pecado, muito embora o sacrifício de crianças fosse proibido sob pena de morte (Lv 18.21; 20.2-5; Dt 12.31; 18.10). Eram perguntas retóricas que já antecipava de forma explícita, respostas negativas, para logo a seguir ele mesmo responder corretamente o que Deus desejava “...que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus...” (Mq 6.8). Atenção nisso!
A proposta bem-humorada do profeta (v.7) apenas revelava a futilidade da prática ritualística, muito mais usada em mostrar o exterior das pessoas, sem, contudo, apresentar um coração arrependido pela transgressão. Era “o fazer para ser visto”, assim como muitos sacrifícios tão comuns nos dias de hoje. Veja nos dias atuais as realizações de muitos sacrifícios em vão, muito marketing nos altares e Cristo sendo ofertado como mercadoria ou produto. É o evangelho da troca e do mérito onde a benção divina é previamente agendada pelo homem.
“o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus?” (Mq 6.8). É neste contexto que se encontra a atualidade da Palavra de Miqueias. O que Deus requer é mudança de comportamento, mudança de atitude e acima de tudo mudança em abandonar ritos, que em vez de aproximar o homem de Deus, o afasta, uma vez que o homem passa a depositar sua esperança nas formalidades criadas e se esquece do Deus de toda graça (1 Pe 5.10). Olha o perigo disso!
Séculos depois de Miqueias, o apóstolo Paulo já instruía que essas filosofias, esses preceitos, essas tradições ou práticas gospel, podem até - sentido de alcance - ter alguma aparência de sabedoria, mas não possuem nenhum valor, senão para satisfação das vontades pessoais e, principalmente do ego daqueles que as apregoam (Cl 2.22).
Entenda que o cristão recebe da graça de Deus (Ef 1.3) quando se apresenta a ELE dentro dos critérios que ELE requer, seja praticando a justiça, amando a bondade e a humildade. Creia nisso!
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
CRITÉRIOS
CRITÉRIOS
“E, colocando-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e, ajoelhando-se, indagou-lhe: “Bom Mestre! O que devo fazer para herdar a vida eterna? ” (Mc 10.18)
Marcos era parente de Barnabé e não esteve entre os doze discípulos de Jesus (Cl 4.10). Seu evangelho teve como destinatários os gentios romanos e embora tenha sido divinamente inspirado pelo Espírito Santo, os pais da igreja primitiva entenderam que Marcos registrou muitas informações procedentes de Pedro, um dos três discípulos que desfrutaram de maior proximidade com Cristo.
Acima tem-se o versículo que trata do diálogo entre Jesus e um jovem rico, ocasião em que este jovem consulta Cristo sobre os critérios ou as condições requeridas para herdar a vida eterna. O evangelista Marcos não nominou este rapaz que desejou viver eternamente no céu, mas veja que este jovem demonstrou reconhecer a bondade de Deus, notadamente quando inicia a conversa com um “bom Mestre” (Mc 10.17). Observe ainda que ele conhecia e aplicava em sua vida diária a segunda parte dos dez mandamentos, aquela que trata do relacionamento entre as pessoas (Mc 10.19-20).
“Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me” (Mc 10.21). Foi essa a resposta de Jesus e aquele jovem, após processar mentalmente o que Cristo lhe disse, saiu triste, uma vez que possuía muitas propriedades e certamente não tinha em seu coração nenhuma expectativa em se dispor de suas riquezas materiais.
Evidente que a palavra capitalismo não existia na época que houve este diálogo, mas entenda que este regime econômico aponta sempre para geração de lucros. As pessoas empreendem um projeto com a finalidade de gerar receita. Montam um negócio qualquer visando ganhar dinheiro e mesmo quando não estão à frente de algum empreendimento, colaboram ou prestam serviço para outrem visando ganhar dinheiro para se sustentar economicamente. É um ciclo. Saiba que ninguém trabalha ou faz investimento com a expectativa de gerar prejuízos e provavelmente aquele jovem teria acumulado riquezas materiais originárias do fruto de seu trabalho.
Terminada a conversa com Jesus, e embora aquele rapaz tenha demonstrado interesse em fazer um investimento na vida eterna, as condições apresentadas não lhe pareceram favoráveis. Ele buscou a salvação, mas a contrapartida de abandonar a riqueza era muito alta. O incrível neste diálogo é que em nenhum instante Cristo o forçou a aceitar essas condições, Jesus o deixou bem à vontade para tomar sua própria decisão.
Compreenda que é correto ter um patrimônio ou acumular bens. Todos desejam trabalhar e serem recompensados com bons salários, possuírem casas confortáveis, carros seguros e modernos, tocar o próprio negócio, ser empresário e ter uma excelente vida. Isso é legítimo, faz parte de quem trabalha honestamente e conduz sua vida dignamente. O grande problema daquele jovem foi justamente ter o seu patrimônio como um “deus” em sua vida, contrariando o primeiro item da lei que trata da relação do homem com Deus: "Não terás outros deuses diante de mim" (Êx 20.3). Este foi o conflito que corroeu seu coração. Reflita isso!
Saiba que de forma diferente, em três ocasiões distintas registradas na Bíblia, algumas pessoas também se preocuparam sobre o que fazer para herdar a salvação. "O que devo fazer para ser salvo?", foi a pergunta do carcereiro da cidade de Filipos a Paulo e Silas (At 16.30). "Que faremos, irmãos?", foi a pergunta feita ao discípulo Pedro pelos homens da cidade em Jerusalém, logo após a manifestação do Espírito Santo (At 2.37) e o próprio Paulo, em sua conversão, perguntou a Jesus "Senhor, que queres que eu faça?" (At 9.6). Lembre-se que o carcereiro acreditou na salvação por meio da pregação da Palavra de Deus e, após o discurso de Pedro, a Bíblia registra que três mil pessoas se renderam aos pés de Jesus. E quanto a Paulo, este se tornou o maior doutrinador do cristianismo, estabelecendo muitas comunidades cristãs no mundo de então. Perceba que cada um recebeu uma resposta diferente, mas de maneira igual, todos aceitaram as condições propostas: ter Jesus no coração, e o Senhor Deus como único e verdadeiro!
Quanto ao jovem, ele tinha amor pelas outras pessoas, mas não conseguia expressar o seu amor a Deus, justamente quando escolheu a riqueza como o seu “deus”. Este era o seu problema. Compreenda que não basta ao cristão ter ótimas relações pessoais com seus pares, não basta ao cristão realizar boas ações e viver uma vida terrena dedicada e aplicada ao próximo, se - olha a condicionante - não ter o Senhor em sua vida, como Deus único e verdadeiro (Ex 20.3).
Compreenda que a pobreza não é critério para herdar a vida eterna e nem os mais abastados necessitam vender suas propriedades. Paulo ensinou que o cristão deve reconhecer sua riqueza como instrumento, como ferramenta e utilizá-la em conformidade com os princípios cristãos (1 Tm 6.17-19). Lembre-se que o dinheiro é salutar e nem é o problema, todavia, o amor ao dinheiro, ou seja, fazer dele o seu “deus”, este sim é o problema e raiz de todos os males (1 Tm 6.10). Lembre-se que só o Senhor é Deus, creia nisso!
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
SURPRESA
SURPRESA
“15; Eles lhe disseram: Estás louca. Ela, porém, assegurava que assim era. Eles então diziam: É o seu anjo. 16; Mas Pedro continuava a bater, e, quando abriram, viram-no e pasmaram. ” (At 12.15-16)
Escrito por Lucas, o livro de Atos dos Apóstolos mostra o início da história da igreja logo após a morte e ressurreição de Cristo. O registro de Lucas em Atos traz sobretudo a descida do Espírito Santo, os milagres e as realizações do discípulo Pedro e do apóstolo Paulo, as viagens missionárias pelo mundo de então e os estabelecimentos das primeiras comunidades cristãs no século I.
Os dois versículos cima estão contextualizados na prisão de Tiago e Pedro (At 12.1-19). Tiago foi morto por ordem do rei Herodes e Pedro, muito embora estivesse encarcerado e preso a dois guardas, foi resgatado da prisão numa ação sobrenatural de Deus, enquanto toda a igreja intercedia por ele a Deus (At 12.2-5).
Saiba que a prática da oração é comum a todos crentes em Jesus. Nas orações, o fiel quase sempre clama pelas bênçãos divinas. Pede-se a Deus bênçãos em prol da família, bênçãos para conseguir um emprego, para comprar uma casa, pelo casamento que se aproxima, pelos exames na faculdade, para uma vida sem aborrecimentos, por livramentos diversos e até mesmo pela saúde do animalzinho de estimação. Enfim, nas orações a Deus, o que não faltam são pedidos dos mais diversos.
Após a miraculosa libertação de Pedro comandada por um anjo, ele se dirigiu para a casa de Maria, onde todos estavam reunidos em oração. Pedro bateu à porta da casa e foi atendido por uma criada cujo nome era Rode, mas esta não acreditou no que estava enxergando. Tinha dúvidas se era mesmo o discípulo Pedro, até que ele foi reconhecido e todos naquele ambiente ficaram boquiabertos (At 12.16).
Perceba que todos oravam a Deus pela liberdade de Pedro, clamavam com a finalidade do discípulo sair da cadeia e após o agir de Deus, eles simplesmente não creram que o milagre tivesse sido atendido com tanta rapidez. Por uma fração de segundos não creram que quem batia na porta fosse mesmo o discípulo Pedro. Eles não compreenderam o trabalhar de Deus em tão pouco tempo. Pense nisso!
“À voz do teu clamor, ele fará sentir a sua graça; assim que ele ouvir a tua súplica te responderá. ” (Is 30.19). Essa foi a manifestação do profeta Isaías exortando o povo de Judá a confiar no Senhor de forma que bastaria tão somente um clamor que originasse de um coração cheio de fé. E logicamente não faltou fé àqueles que clamaram pela libertação de Pedro, tanto que ele lá apareceu e eles ficaram surpresos. Saiba que Deus sempre surpreende seu povo, Deus pode agir antes da oração, depois da oração e dentro de sua onipotência agirá a qualquer momento conforme a Sua vontade, infelizmente muitos ainda alimentam dúvidas sobre o poder da oração.
“Eu me deito e durmo; acordo, pois o Senhor me sustenta” (Sl 3.5), noutras palavras, é a materialização da benção divina, manifestada pela compaixão e misericórdia de Deus que concede mais um dia ao homem. As pessoas podem até não atentar, mas o simples fato de levantar da cama logo pela manhã deve ser visto como uma grande benção que poucos conseguem mentalizar (Lm 3.22). Pense isso!
Certamente que aquelas pessoas que tanto clamaram pela libertação de Pedro acreditavam no poder da oração, mas provavelmente não estavam preparados para a resposta de Deus em prazo tão curto, daí a surpresa entre eles. Noutra feita, alguns anos antes deste episódio, no Evangelho de Lucas, Zacarias pai de João Batista, teria feito uma oração para ser pai e quando o anjo Gabriel lhe apareceu dizendo que sua oração tinha sido ouvida e que ele seria pai de um menino, inclusive lhe dando o nome do garoto, Zacarias não acreditou devido a determinadas circunstâncias (Lc 1.18).
O rei Salomão manifestou que Deus sabe o tempo certo para que as coisas aconteçam na vida de cada um. Os planos de Deus são de uma exatidão constrangedora e incompreensíveis para o homem (Ec 3.1). Não se sabe quanto tempo esperou o sacerdote Zacarias pelo milagre de ser pai, mas o tempo de ser abençoado havia chegado, ou seja, Deus age no momento exato, nem mais e nem menos dias. Para atender ao discípulo Pedro, Deus agiu quase que imediatamente e isso demonstra que as atividades divinas acontecem em conformidade com o seu propósito. Reflita sobre nisso!
Entenda, portanto, que a oração é um poderoso instrumento, uma ferramenta a disposição de todos e sua eficácia é plenamente comprovada, tanto nos dias da antiguidade, como nos dias de hoje. Tenha fé e aguarde o tempo certo do agir de Deus, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
BARREIRAS
BARREIRAS
“Quem dera que eles tivessem tal coração que me temessem, e guardassem em todo o tempo todos os meus mandamentos, para que bem lhes fosse a eles, e a seus filhos para sempre! ”(Dt 5.29)
O livro de Deuteronômio, escrito pelo profeta Moisés, traz de maneira simples e objetiva uma revisão da história de Israel, recordando àqueles israelitas que nasceram no período da peregrinação do Egito para Canaã e que não presenciaram as incontáveis realizações do Senhor. O livro mostra também toda a inflexibilidade da lei mosaica, notadamente quanto às frases “farás isso” e “não farás aquilo”.
Muito aplicada em nossos dias, essa inflexibilidade de “isso farás e isso não farás”, tem se tornado uma característica marcante na vida de muitas pessoas, que com medo das consequências advindas pela realização ou não realização de determinados atos, acreditam que serão severamente punidas com a perda da salvação e vida eterna, concedida por meio do sacrifício único de Jesus Cristo, caso desobedeçam.
Veja a importância em contextualizar os escritos bíblicos em sua época, sua cultura e seus destinatários. Partindo desse entendimento, muitos dos registros bíblicos, ora são aplicáveis e ora não são aplicáveis aos nossos dias. Alguns criam e aplicam regras e normas que sequer existem nos apontamentos da bíblia, ou seja, são meros preceitos humanos que acabam se tornando ritos, hábitos e costumes que vão passando de pessoas para pessoas, até que se transformam em rígidas normas.
No versículo em destaque tem-se a manifestação de Deus em relação aos israelitas, que aculturados pela vida de escravos no Egito, somente sabiam “fazer e não fazer”. Como escravos, estavam condicionados a fazer e obedecer às ordens e isso era imposição egípcia, nação que os escravizou por longos anos. Todavia, agora livres da escravidão, vivendo em suas próprias terras (Canaã) e servindo ao Senhor, era natural que Deus postulasse que os israelitas criassem temor no coração.
Percebe-se um grande anseio das pessoas em se aproximarem de Jesus, entretanto, logo após aceitarem Cristo, elas enfrentam muitas dificuldades ordenadas pelas tradições humanas, para fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Parece haver uma exigência muito grande de mudança exterior, quando na verdade a mudança e transformação deve ocorrer no coração. Essa mudança interior recebe o nome de regeneração ou novo nascimento espiritual, e é o início da busca pelas coisas divinas, a busca por uma vida de separação das práticas mundanas para uma vida de realizações de fé e santidade.
O Apóstolo Paulo ensinou à comunidade cristã na cidade de Colossos, que eles deveriam ter extremo cuidado para que ninguém os escravizasse com vãs e enganosas filosofias que se fundamentavam simplesmente nas tradições humanas, e não em Cristo (Cl 2.8). Paulo enfatizava a necessidade de eles entenderem a Palavra de Deus, compreendendo com o espírito e não por meio de influências de mentes alheias. Ele pregava isso, chamando a atenção da comunidade para a importância de reconhecer e se livrar de cargas e jugos que os aprisionavam, e livres, passassem a viver uma experiência de plenitude espiritual com Cristo e em Cristo.
Séculos antes do apóstolo Paulo, o profeta Joel discursava uma mensagem muito clara e direta ao povo de Israel: “rasgai o vosso coração e não as vossas vestes...” (Jl 2.13). Era e continua sendo uma mensagem para mudança de entendimento, uma mudança de pensamento e de transformação interna do coração e nas mentes. Na visão do profeta Joel, Deus não requisitava ritual, formalidades e nem tampouco hábitos tradicionais que indicavam medo exterior de Deus. Já naquela época, rituais e costumes culturais eram desnecessários e de nada valiam aos olhos de Deus, e essa era a advertência que o profeta Joel fazia aos seus compatriotas. Nas mínimas adversidades aquele povo rasgava suas roupas e se cobriam de cinzas acreditando que estes rituais iriam substituir o arrependimento genuíno e puro ao Senhor. O rei Davi também já enxergava a importância de um coração voltado a Deus, em detrimento das formalidades exteriores, e deixou isso registrado nos Salmos, quando se expressou: “o sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Sl 51.17).
O apóstolo Paulo foi discípulo de Gamaliel, um doutor da lei. Era um implacável perseguidor dos primeiros cristãos, extremado fariseu e certamente um profundo conhecedor das formalidades e dos rituais judaicos. Este mesmo Paulo compreendeu mais tarde, por meio do Espírito Santo que o mérito e os rituais nada acrescentariam no processo de salvação (Ef 2.8-9). Paulo enfatizou que o cristão morreu com Cristo para as tradições humanas e não poderia e nem deveria se sujeitar a ordenanças como se pertencesse a um sistema de valores meritocráticos (Cl 2.20). Paulo ensinou ainda que estes regulamentos até - no sentido de alcance -, possuíam alguma aparente sabedoria, mas não tinham nenhum valor senão para a satisfação da carne, de quem o apregoava (Cl 2.23). Reflita nisso!
Romper as tradições e caminhar em um novo entendimento é o ensinamento de Cristo, registrado nos Evangelhos de Mateus e de Lucas. Em Mateus, Jesus desafia Pedro a sair da segurança do barco e viver a fé que ELE ensinava (Mt 14.28-29). Era preciso que Pedro rompesse a barreira que o separava do novo entendimento chamado fé. Em Lucas, o ensino de Jesus aponta para novos vinhos e novas roupas que não se harmonizam com odres velhos e roupas velhas, respectivamente (Lc 5.36-39).
O evangelho exige de quem crê uma nova postura. Em vez de obrigatoriedade, ritos e práticas exteriores e vazias, o evangelho concede paz e liberdade em Cristo. Creia nisso!
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
SOMENTE CRISTO
SOMENTE CRISTO
“Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; ” (2 Co 5.17).
Nessa segunda carta aos coríntios, percebe-se que seu teor difere da primeira carta, uma vez que nesta segunda epístola Paulo faz defesa de sua autoridade como apóstolo de Jesus Cristo pela vontade divina. Essa defesa estava relacionada com a desconfiança de alguns integrantes daquela comunidade cristã em relação à sua autoridade como apóstolo (2 Co 1.12-14). Provavelmente eles desejavam algum documento originário de Jerusalém para dar credibilidade a Paulo, como se um simples papel tivesse mais importância que o chamado de Deus (2 Co 3.1-5).
Segundo os estudiosos, no século I, a cidade de Corinto possuía uma população superior a cem mil habitantes, dos quais grande parte era composta de escravos. Havia também uma pluralidade de deuses e templos, e dentre esses, o templo da deusa Afrodite, conhecida como a deusa do amor e da fertilidade. Centenas de prostitutas ficavam naquele templo atendendo aos visitantes, portanto, não há dúvidas que ali predominava mesmo uma imoralidade generalizada. E em decorrência dessa situação, Paulo fez séria advertência sobre a santificação do corpo, lavado, justificado e como templo do Espírito Santo (1 Co 6. 9-20). Assim é fácil perceber que Paulo foi mesmo uma ferramenta nas mãos de Deus que libertou e transformou muitas vidas naquela cidade, vidas essas que outrora estavam presas no pecado, sob domínio de Satanás.
Certamente que você está cansado de ler e até mesmo de ouvir o versículo acima. Ele é por demais empregado justamente para mostrar a base bíblica sobre a mudança de vida. Resumidamente, o versículo diz que a pessoa era de um jeito, e hoje, após aceitar pela fé a Jesus Cristo, não é mais aquela pessoa de antigamente. Mostra que houve uma mudança, uma transformação ou uma regeneração.
Em termos de imoralidade, corrupção e práticas mundanas, nada mudou nos dias atuais em relação àquela época na cidade de Corinto. Passados todo este tempo, o que se enxerga por aí é uma sociedade que caminha a passos largos para um abismo colossal, tal a crescente promiscuidade que domina seus integrantes. Todos os dias Deus tem libertado pessoas que estavam presas nessas práticas mundanas e, logicamente vidas, pessoas e até mesmo famílias inteiras têm sido transformadas, todavia, muitos que aceitam Jesus como seu Salvador e Senhor, ainda carregam dentro de suas mentes, comportamentos e atitudes que não combinam com os princípios cristãos e os ensinos deixados por Cristo. Muitos ainda depositam suas crenças em tudo, menos em Jesus. Pense nisso!
No século XVI, quando eclodiu a Reforma Protestante, um de seus pontos era justamente acabar com as superstições religiosas e enfatizar a fé em Jesus (Rm 1.17). Daquela época aos dias atuais, não restam dúvidas que a fé foi mesmo praticada, evidenciada pelos inúmeros milagres que Deus realizou, mas noutro lado ainda se observa a ocorrência de muitas manifestações místicas no meio de crentes, evidenciando que os dizeres do apóstolo Paulo sobre uma nova vida em Cristo, ainda não foi totalmente aplicada.
Aos novos convertidos, vindos de um sistema religioso onde prevaleciam muitas crendices, algumas até mesmo populares, estes ainda se apegam a determinados rituais que contrariam frontalmente o conceito de uma fé pura, verdadeira e genuína em Cristo, único mediador entre o homem e Deus (1 Tm 2.4-5). Moram em casas onde uma Bíblia fica aberta diariamente em algum salmo (quase sempre o 91), como se este procedimento pudesse dar proteção e salvação a seus moradores. Ainda abrem a Bíblia de forma aleatória, buscando na sorte uma palavra que possa direcionar suas decisões. Já outros depositam sua fé em souvenirs vindos de Israel ou de outros lugares, sob a crença de que estes possuem poderes milagrosos. Enfim, pode-se citar uma lista de crendices e misticismos que não prestam para nada. Infelizmente é o lado místico e carnal predominando, evidenciando que Jesus não é o bastante.
Tudo isso são práticas do cotidiano de pessoas que ainda não se converteram verdadeiramente. Sabiamente, Paulo deixou explícito a condicionante “se”, “se alguém está em Cristo”. Ou seja, esta pequena palavrinha já deixa claro a posição do crente, se é ou não alguém transformado, regenerado. Veja que a pessoa pode até estar fisicamente na igreja e participando do culto, todavia seu coração pode estar longe (Mt 6.21). Não colocando sua fé em Cristo, prevalecem em seu coração as velhas e falsas crenças que ele ainda não conseguiu erradicar. Entenda que aquelas superstições, modismos, aquelas regrinhas e aqueles rituais são coisas do passado quando não haviam nenhuma perspectiva em seus corações, mas agora o verdadeiro poder está na fé, e fé em Jesus Cristo. Paulo arremata “...as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo ” (2 Co 5.17).
Portanto, fuja do misticismo e das crendices. Basta somente Jesus, ELE é suficiente. Sem fé em Cristo, é impossível viver uma vida que agrade a Deus. Creia nisso!
Jesus Cristo filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr